Billie Eilish estreia na capa da Vogue Austrália e esbanja o melhor de sua nova fase pessoal e musical que vem acompanhado do seu segundo álbum de estúdio intitulado “Happier Than Ever” com o lançamento marcado para o dia 30 de julho.
Fotografada por Emma Summerton para o periódico australiano, a jovem de 19 anos que se mantém no auge da carreira desde o estrondoso impacto de “when we fall asleep where do we go”, seu disco de estreia que acarretou seis gramafones logo nas suas primeiras indicações ao Grammy Awards, falou um pouco sobre como lida com o feroz e recém sucesso, além da “nova Billie” que surpreendeu à todos nesses últimos meses.
Longe do conceito obscuro e misterioso concebido durante toda a primeira Era musical, agora, Billie promete trazer um visual e sonoridade que combine com seu eu de 2021, que segundo a própria está “mais confortável em minha própria pele e confiante com minha escrita e voz”.
Flutuando nas já conhecidas roupas esportivas, mas que recentemente passaram a ser mais pastosas e suaves, a cantora debruça sobre a sua relação com a fama, a internet e muito mais. Veja!
3 destaques da entrevista de Billie Eilish para a Vogue Austrália
1. A fama precoce
Adolescente e uma das maiores expoentes do pop na atualidade, a garota de Los Angeles que dava seu ponta pé na indústria com o EP “Don’t Smile at Me”, esse que trouxe hits como “bellyache”, desenvolveu as primeiras impressões artística e construiu o que viria ser um futuro brilhante atingindo um resultado maduro, mas ainda antecipado demais para quem só queria curtir os 17 anos fazendo o que faz de melhor: música.
“É realmente horrível o que muitas mulheres jovens passaram – quero dizer, até hoje”, disse Eilish, enquanto relembra a passagem dolorosa e precoce de Britney Spears no hall da fama, no qual culminou em uma conservadoria que a deixa mantida refém de seu pai e da justiça estadunidense.
Eu não tinha uma equipe que queria me foder – o que é realmente raro, o que [por si só] é muito fodido. Só preciso ser grato por ter um bom grupo de pessoas ao meu redor que … não queria apenas tirar vantagem de mim e fazer o que as pessoas fizeram no passado.
Assim como ela, Justin Bieber que por muitos anos dominou o cenário musical com apenas 15 anos, compreende perfeitamente o estado de alerta que Billie continua estabelecendo em sua carreira quando se é jovem demais em meio à uma indústria que detém todo tipo de poder.
“Eu só quero protegê-la. Eu não quero que ela passe por nada que eu passei ”, disse o canadense em meio às lágrimas, ao discutir a voz de “bad guy” com o apresentador da Apple Music, Zane Lowe, no início de 2020.
Para as estrelas que a aconselharam e se identificaram com sua recente história na fama e no sucesso global, a cantora afirmou:
Eu penso nisso o tempo todo porque pessoas que são como ídolos globais dizem essas coisas para mim e sobre mim são as merdas mais loucas que eu já ouvi! Não sei como processar ou acreditar, sabe, não me parece real. Quando as pessoas dizem: ‘Viva o momento’, é muito difícil … Sinto que sempre que tento fazer questão de estar no momento, tudo o que penso é se estou no momento ou não.
2. Billie Eilish e a difícil relação com a internet
Que a internet possui benefícios isso todos nós já sabemos! No entanto, quando você cresce diante dela e vê o seu caminho trilhar perante centenas e milhares de perfis, ainda que com nomes e fotos, tudo isso pode se tornar um perigoso e desconhecido mundo que te faz encarar desafios pessoais todos os dias.
Ascendendo em frente a tantos julgamentos e elogios, Billie Eilish é um exemplo claro de como a internet é um universo sem filtro e os seus usuários são os que mais padecem devido ao seu efeito destruidor e irreversível. “A coisa mais estranha é como nada vai embora depois de estar na internet. Todas as entrevistas que fiz quando tinha 15 anos ainda estão por aí, e penso nisso constantemente.”
Promovendo incessantemente o novo projeto discográfico que está prestes a ser lançado, a cantora destacou que a internet vem se apossando de uma problemática sem fim, a cobrança por informações e notícias acerca dos artistas.
Você não pode simplesmente deixar de ir ao telefone por uma semana porque você está se divertindo e quer estar no momento, porque se você fizer a internet é tipo: ‘Para onde ela foi? Ela está em um hiato. Eu fico tipo: ‘Droga, só estou tentando me divertir.’
Além disso, o meio cibernético é visto como um profundo baú, onde todos estão sujeitos a reviver o seu passado da forma mais cruel possível. “A internet traz coisas do passado de todo mundo e eu fico tipo: ‘Vocês não entendem que todo mundo fica incrivelmente embaraçado e envergonhado com seu passado? Tipo, você não pensa sobre o fato de que talvez você tenha vergonha do seu passado, então talvez todo mundo esteja com vergonha também?’”.
3. A identidade visual e pessoal da cantora
Em sua caminhada artística, Billie Eilish conseguiu arquitetar com poucos anos de carreira uma identidade marcante que leva todos a detectar de longe sua essência e traço profissional. O visual tanto fashionista quanto musical foram projetados para garantir que sua canção – não seu corpo – fosse o foco.
É realmente uma pena para mim que a imagem seja importante. Eu gostaria de poder ser assim: ‘Oh, eu não me importo. Vocês fazem isso. ‘ Você sabe? Mas o fato é que já fiz isso antes e não me faz sentir bem. Isso não me satisfaz. Portanto, é uma tonelada de trabalho tentar controlar a imagem e você só pode fazer isso até certo ponto, porque as pessoas vão pensar o que quiserem. Mas é de vital importância ter a imagem que eu quero e tentar ser visto como quero ser visto.
Mesmo que adote as vestimentas que vêm usando nos últimos meses como as exibidas na capa da Vogue US, a norte-americana já está ciente que não importa qual seja seu visual, ela continuará provocando as mesmas ondas de análise, crítica e julgamento para si.
“É muito difícil controlar a narrativa em uma posição como a minha, certo?” Eilish diz. “Você realmente não pode controlar tanto, mas pode tentar.”
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