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Acabou o Lollapalooza 2019! O que rolou no terceiro dia?

Destaques ficaram por conta dos shows de Kendrick Lamar e Twenty One Pilots

Mais um Lollapalooza Brasil chegou ao fim! Foram três dias de muita música no Autódromo de Interlagos, para todos os gostos. No domingo (9), último dia de festival, os destaques ficaram por conta dos shows de Kendrick Lamar e Twenty One Pilots, mas também rolou muita coisa bacana que entrou para a história do evento.

E que tal saber tudo sobre os shows que rolaram no primeiro e segundo dia de Lollapalooza 2019?

Continue acompanhando o site — estamos preparando vários conteúdos especiais sobre o festival.

PALCO BUDWEISER

ALÁFIA

Foto: Camila Cara

Eclética e socialmente ativa, a banda paulistana Aláfia foi a primeira atração do Palco Budweiser no domingo. O grupo, composto por mais de dez artistas e instrumentistas, atraiu o público para um show que abordou questões políticas e culturais ao longo de seu setlist – como a escravidão, a cultura afro-brasileira e o preconceito presente na sociedade, em músicas como “Preto Cismado” e “Baile Black”.

O coletivo – que mistura hip-hop, MPB e música eletrônica em seu repertório – anunciou, recentemente, que está em preparação para seu quarto disco. Sendo essa a primeira vez como atração do Lollapalooza, o evento foi uma ótima oportunidade para trazer maior visibilidade ao trabalho reflexivo da banda.

A apresentação também contou com uma breve e sucinta crítica ao governo brasileiro atual, além da defesa a democracia livre. “Não compactuamos com o fascismo, não compactuamos com o governo que está no poder”, disse Jairo Pereira, um dos vocalistas do grupo.

Além disso, a banda defendeu no palco o movimento Lula Livre e o ensino da cultura afro-brasileira em escolas do país.

Com um discurso direto e objetivo, mesclado ao som que mistura o urbano e a ancestralidade, Aláfia soube movimentar a platéia do palco Bud de maneira consciente.

BK’

Foto: Fábio Tito/G1

Membro do coletivo Bloco Sete e expoente da nova cena do rap nacional, BK’ – nome artístico de Abebe Bikila Costa Santos – agitou o Palco Budweiser. O setlist do rapper contou com músicas de seus dois álbuns e um EP: “Castelos & Ruínas”, de 2016; “Gigantes” de 2018; e “Antes dos Gigantes Chegarem’ (parte 1 e 2, de 2017).

Misturando política e romance em seus versos, BK’ contou com participações especiais, de nomes como Luccas Carlos e Akira Presidente, rappers nacionais presentes em seus trabalhos de estúdio. As letras contemporâneas e relativas à realidade do artista dividiram espaço com as batidas fortes instrumentalizadas pela sua banda.

BK’ também se emocionou com a receptividade do público e a presença cada vez maior do rap brasileiro no Lollapalooza. Afinal, o festival tem artistas e headliners majoritariamente estrangeiros do cenário indie-alternativo.

THE STRUTS

Foto: Aline Krupkoski

O repentino anúncio do Lolla BR foi uma bela revelação no festival. The Struts, banda britânica de glam rock, animou e contagiou facilmente seu público. Liderado pelo carismático e empolgado frontman Luke Spiller,
o show pode ser facilmente considerado como um dos melhores do dia.

O vocalista — frequentemente comparado a Freddie Mercury, por sua presença de palco, carisma e, claro, o sorriso marcante —, estava visivelmente feliz com o momento. Trazia consigo uma energia tão grandiosa que não teve problemas em conquistar mais fãs, ali mesmo, com um público tão variado.

O show começou logo com “Primadonna Like Me” e “Body Talks”, do seu último álbum “Young & Dangerous” (2018). Na setlist, também tiveram músicas do seu álbum anterior, “Everybody Wants” (2014), como “Kiss This” e “Put Your Money on Me”.

Como se não fosse o bastante para animar a galera, rolou também um cover da “Dancing in the Dark”, do Bruce Springsteen.

Durante todo o show, a banda conseguiu fazer com que a plateia dançasse, pulasse e cantasse em meio a palmas e incentivo de Luke. Até uma bandeira do Brasil foi parar nas mãos do frontman, que não hesitou em pegá-la.

O show foi finalizado com o hit “Could Have Been Me”, mas não sem antes o vocalista perguntar se o público voltaria a vê-los. Obviamente, a resposta foi esmagadoramente positiva.

https://twitter.com/caiaomoc/status/1114968561943031808

KENDRICK LAMAR

Foto: Fábio Tito/G1

A edição de 2019 do Lollapalooza Brasil foi oficialmente encerrada ao som do rapper Kendrick Lamar. Foi um show frenético em que os fãs sabiam todas as letras e cantavam com bastante paixão, deixando Kendrick surpreso e convicto de que voltaria ao Brasil muito em breve.

Foi um show para poucos, podemos dizer. Assim como rola quase todos os anos, alguns headliners vetam a transmissão do seu show pela TV e internet. Não sabemos o motivo do Kendrick não autorizar que seu show fosse transmitido, mas sem dúvidas isso fez o show bem mais intimista e único para os fãs presentes no local.

Até o clima da noite colaborou para ser um show fenomenal – um céu bem cinzento com relâmpagos e leves chuviscos deixou um clima frenético para os fãs do Kendrick.

O repertório foi uma mistura de alguns sucessos da carreira do rapper com diversas faixas do seu mais novo álbum “DAMN.” Ao final, quando todos pensavam que a última música da noite seria seu maior sucesso atual “HUMBLE.”, Kendrick retorna ao palco e começa “All The Stars”, indicada ao Oscar pelo filme Pantera Negra.

PALCO ONIX

GABRIEL, O PENSADOR

Foto: Camila Carra/MRossi

Com quase 30 anos de carreira, o cantor Gabriel, O Pensador mostrou muita experiência e posicionamento no palco Onix, do Lollapalooza.

A setlist começou com “Matei o Presidente” numa versão mais atual, fazendo críticas ao ex-presidente Michel Temer e ao atual presidente Jair Bolsonaro. O show seguiu com diversos hits, incluindo “Cachimbo da Paz”, “Astronauta”, “2,3,4,5, meia, 7,8”, “Até Quando?”.

Além dos sucessos do cantor, Gabriel homenageou a banda Charlie Brown Jr. com “Zóio de Lula”, e com a participação de Taís Alvarenga com a canção “Fé na Luta” que possui trechos da música “Dias de Luta, dias de Glória”. Outra participação especial no show foi com Amanda Coronha, cantando “Deixa Queimar”, música mais recente do rapper.

INTERPOL

Foto: Thiago Almeida/MRossi

Os norte-americanos do Interpol entraram no palco Onix em frente a uma multidão enorme e preparada para curtir o show. O som único do grupo, que em mais de 20 anos de carreira se consagrou como uma lenda, fez todo mundo, desde quem estava grudadinho na grade ou quem só estava passando por ali, aprender (ou ter certeza) que curte o rock da banda.

Os caras mandam muito bem na qualidade do som, apesar de serem mais quietões e não interagirem muito com o público. Fica esperto que em maio sai EP novo deles!

TWENTY ØNE PILØTS

Foto: Mila Maluhy/MRossi

Três anos após estrear no Lollapalooza Brasil com um show mega elogiado, o twenty one pilots retornou ao festival como um dos headliners deste domingo. O duo trouxe a “Bandito Tour”, que divulga o álbum “Trench”, lançado no fim de 2018.

Grande parte do público do Lollapalooza estava presente no Palco Onix, onde a banda se apresentou, fazendo o espaço ficar completamente lotado. No palco, um carro pegando fogo – presente nos clipes de “heavydirtysoul” e “Jumpsuit” -, luzes e telões especiais. Tudo pra dar mais emoção ao espetáculo. O duo empolgou desde o início. Começou com músicas do novo álbum, passou pelo antecessor que consagrou a banda, o “Blurryface” (2015) e finalizou com os primeiros sucessos do “Vessel” (2013).

Como já falamos aqui, o show do twenty one pilots é totalmente interativo. O vocalista Tyler Joseph literalmente se joga na plateia nas músicas “Nico and the Niners” e “Holding on to You”. O baterista Josh Dun também tem seus momentos próximo ao público. Em “Morph”, Josh toca bateria enquanto é segurado pelos fãs.

Eles conseguem facilmente levantar todo mundo, fazendo a plateia pular e cantar o mais alto que conseguem. Assim, a apresentação foi surpreendente para quem não conhecia a banda e gratificante para os fãs que esperam tanto tempo para ver a banda.

PALCO ADIDAS

IZA

Foto: Isabella Zeminian/Tracklist

A cantora IZA voltou ao Lollapalooza um ano depois de lançar o sucesso “Ginga” no palco do festival durante o show do Rincon Sapiência – e também já tem cerca de um ano que ela lançou o seu primeiro disco, intitulado “Dona de Mim”.

Colhendo os frutos dessa fase de sucesso, IZA se apresentou para uma multidão no Palco Adidas. A artista fez um show digno de uma diva pop, com tudo que uma plateia precisa pra não ficar parada. Dançarinos sincronizados (e lindos, por sinal), excelentes backing vocals, e não precisamos nem falar da voz potente e da presença de palco da própria IZA, né?!

No setlist, não faltaram os hits mais antigos, como “Te Pegar” e “Esse Brilho é Meu”, além dos sucessos mais recentes “Ginga”, “Pesadão” e “Dona de Mim”. IZA surpreendeu o público levando também covers de Lady Gaga (Bad Romance), Rihanna (What’s My Name) e Natiruts (Natiruts Reggae Power). Como era esperado, a junção dos singles mais famosos da cantora e os covers agradou muito o público, que cantou e dançou do início ao fim.

YEARS & YEARS

Foto: Mila Maluhy/MRossi

Os britânicos do Years & Years foram o encerramento do Palco Adidas, enquanto dividia as atenções com Kendrick Lamar que se apresentava no palco principal. Mas quem escolheu a música indie pop dançante do trio formado por Olly Alexander (vocalista e tecladista), Mikey Goldsworthy (baixista) e Emre Türkmen (tecladista) não se arrependeu em momento algum.

Na sua primeira passagem pelo Brasil, o clima do show era energético, e entregou uma ótima performance do vocalista, que estava visivelmente emocionado em meio aos gritos de “Olly eu te amo” do público. 

Olly, por sua vez, foi um show à parte. Ele ria, elogiava a beleza dos homens brasileiros, manteve uma boa voz e cantou “All For You” junto a uma bandeira LGBT, enquanto os fãs erguiam as suas na multidão.

Trazendo a turnê do último disco “Palo Santo” (2018), a setlist contou também com algumas faixas do álbum “Communion” (2015), com destaque para a música “King”, que encerrou brilhantemente a apresentação do grupo.

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