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Crítica: Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis é o grande acerto da Marvel

Desde que iniciou a sua jornada no cinema, o universo cinematográfico da Marvel nunca teve como ponto forte os filmes de origem de seus personagens. Na maioria das ocasiões, parecia que faltava algo, desde um roteiro bem elaborado até a capacidade de cativar e emocionar o público com os personagens mostrados em tela. Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis é o grande acerto da Marvel.

Shang-Chi é o primeiro protagonista asiático do MCU que teve sua primeira aparição foi em 1970 em uma HQ. O filme conta a história de Shang-Chi, um jovem chinês que cresceu recluso e em constante treinamento em artes-marciais. Após perceber que o pai não era o humanitário que aparentava ser, o adolescente se vê na obrigação em rebelar-se e seguir seu próprio caminho. Confira nossa crítica sem spoilers.

Shang-Chi mostra respeito a cultura e entrega uma qualidade excepcional

Esqueça o humor pastelão muito utilizado anteriormente na fórmula Marvel. Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis sabe a que veio e mostra atenção a todos os detalhes de sua trama. A qualidade demonstrada em todos os aspectos que compõem a obra é de animar qualquer entusiasta do estúdio para os próximos passos. Os atores escalados para o filme deixam claro que estão aproveitando ao máximo a oportunidade de representar a sua cultura de uma maneira tão expansiva.

A cultura é um dos pontos mais fortes do filme, apresentá-la de forma tão delicada e emocionante deixa claro que não se trata apenas de introduzir mais um personagem nesse universo. A atenção aos detalhes, a forma de contar as histórias, a reverência aos antepassados e o respeito à hierarquia são apenas alguns dos pontos abordados de uma cultura tão rica como a chinesa.

E a escolha do elenco não poderia ter sido melhor, Simu Liu consegue passar com clareza os conflitos e emoções que seu personagem enfrenta, enquanto Awkwafina é, provavelmente, a melhor adição ao MCU em alguns bons anos. A leveza que ela dá a Katy, sua personagem, além da emoção e lealdade ao seu amigo Shaun (Shang-Chi) geram uma conexão quase que instantânea com a dupla. Não são necessários mais do que 30 minutos de filme para você se sentir emocionalmente ligado aos personagens.

A relação da família e o peso das decisões dos personagens estão diretamente ligadas. As motivações são plausíveis e fogem do óbvio. Falando em relações, a maneira como elas são abordadas é revigorante. Desde a amizade entre Shang-Chi e Katy, até a relação entre Xialing, irmã de Shang-Chi e seus pais, são todas focadas em relações reais, palpáveis.

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Foto: Marvel Studios | Divulgação

As artes-marciais como personagem e os destaques

O uso das artes-marciais são como um personagem único dentro do filme. Extremamente bem coreografadas, as lutas são um show a parte. Chris Cowan, que já trabalhou em The Witcher e Kingsman, foi o responsável pelas coreografias nas cenas de luta, um completo espetáculo. O fato de as artes-marciais estarem presentes em todo o roteiro, uma vez que Shang-Chi começou seus treinamentos ainda criança, faz com que passe a sensação de onipresença. Acompanhamos a jornada de uma criança aprendendo a lutar, parando por anos e precisando se reconectar com a arte.

A trilha sonora e a fotografia do longa completam o que, provavelmente, é o grande acerto da Marvel se tratando de personagens de origem. O uso das canções da época, clássicos do público e produções mais frenéticas nas cenas de confrontos, como é o caso de Run It, música do DJ Snake para o longa, ajudam o filme a atingir momentos de pura diversão.

Se temos Awkwafina, temos piadas, mas todas são muito bem pensadas, e o timing da comédia nesse filme beira a perfeição. Se em outros filmes do MCU existia o excesso de piadas e brincadeiras, aqui elas têm uma função literal de alívio cômico em momentos precisos. Os 137 minutos passam voando.

Onde Shang-Chi entra no Universo Cinematográfico da Marvel?

Os próximos passos do MCU estão sendo definidos aos poucos, com a abertura para o Multiverso após a série Loki, teremos ainda que aguardar para entender melhor onde Shang-Chi será colocado. Fato é, os próximos lançamentos prometem subir o nível das produções do estúdio. Eternos e Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa estão marcados para 2021 e são títulos que vão dar a direção da nova fase da Marvel no cinema.

Ainda assim, o filme conta com duas cenas pós-créditos que deixarão os fãs muito animados. Nelas será possível ter uma breve ideia de onde o herói será colocado dentro desse gigante universo.

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Foto: Divulgação | Marvel Studios

Panorama Geral

Shang-Chi é o grande acerto da Marvel em filmes de origem. Uma obra que caminha com os próprios pés e não usa as muletas de outros heróis para se destacar. Extremamente consciente de sua função social, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis apresenta a cultura chinesa com maestria e delicadeza, deixando claro a reverência e respeito à hierarquia e os antepassados. As cenas de ação são de tirar o fôlego e os efeitos-visuais seguem deslumbrantes. Um filme que merece ser visto na telona.

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis será lançados dia 02 de Setembro nos cinemas brasileiros.

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