O público reunido para assistir Jake Bugg em São Paulo na quinta-feira, 9, era bem diversificado: era possível reconhecer pessoas que o acompanhavam desde sua primeira vinda ao país e também pessoas que viam o músico pela primeira vez. As idades também variavam: havia jovens menores de idade e pessoas mais velhas, cada qual expressava sua admiração pelo músico de maneira distinta.
Como acompanho o cantor desde 2014, pude notar diferenças entre o show dessa turnê em relação à anterior. Naquele ano, Jake parecia mais introspectivo, fechado, e o máximo que dizia era “muito obrigado” para uma plateia eufórica de fãs. Hoje, observo um artista que evoluiu musicalmente e até em relação à presença de palco: ele agradeceu, trocou algumas frases com os fãs, disse que “não queria ir embora”, que “amava a plateia” ( e sobrou tempo até pra uma “piada” antes de introduzir a última música, “Lightning Bolt”).
O início já foi surpreendente por si só: o jogo de luzes brancas que criavam uma atmosfera conceitual, considerando a parede do palco marcada com a arte do disco (que foi pensada nos gêneros musicais diferentes que o álbum incorpora). Logo, Jake se revelou e apresentou sozinho quatro músicas: On My One, The Love We’re Hoping For, Country Song e Simple As This, duas do novíssimo disco e duas do primeiro.
Em seguida, ele partiu para as mais agitadas com a banda, trocando umas palavrinhas com a plateia. Em todos os momentos, as cores foram parte importante do show: mostravam o tom da canção: baladas eram executadas com luzes azuis que incidiam sobre o músico; as mais agitadas ganhavam a tonalidade vermelha e “Broken” ganhou vários feixes de luzes brancas, que combinaram com o sentimento de tristeza que a canção evocava.
Ficou claro que as canções que mais tiveram peso e animaram o público foram as mais antigas, em especial Two Fingers (em que a plateia levantou dois dedos), Seen It All, Simple As This (que ganhou popularidade pelo filme “A Culpa é das Estrelas”), Me And You e Lightning Bolt (que ficou por último).
Bugg se mostrou bem mais maduro na performance, com a conhecida ótima potência vocal e solos de guitarra surpreendentes (como em “Simple Pleasures”). No entanto, sobrou espaço para tropeços como em “Gimme the Love”, canção mais pop de “On My One” e que o artista esqueceu a letra, deu um risinho, e continuou como se nada tivesse acontecido. “Never Wanna Dance” também se mostrou ótima ao vivo, com uma pegada mais jazz e que contou com a contribuição de um novo membro da banda.
Confira o setlist:
Acoustic Solo Set
- On My One
- The Love We’re Hoping For
- Country Song
- Simple As This
Main Set With Band
- Two Fingers
- Messed Up Kids
- Seen It All
- Love, Hope and Misery
- Me and You
- Never Wanna Dance
- Bitter Salt
- Trouble Town
- Put Out the Fire
- Kingpin
- There’s a Beast and We All Feed It
- Taste It
- Slumville Sunrise
- Simple Pleasures
- Gimme the Love
- Broken
- Lightning Bolt
Confira as fotos: