Por Lucas Ribeiro, Marcus Gralha e Vitória Roque – O ano de 2022 tem sido marcado pelo retorno gradual de diversas atividades. Com isso, artistas de todo o mundo também aproveitaram o período para lançar novos projetos, o que gerou uma enxurrada de novidades no universo musical!
Apesar do ano estar apenas na metade, já é possível destacar diversos trabalhos divulgados desde janeiro. Neste sentido, o Tracklist preparou algo muito especial! Acompanhe nossa lista dos 10 melhores álbuns internacionais de 2022 – até agora.
Observação: a lista foi definida a partir dos seguintes critérios: opinião dos redatores e da equipe do Tracklist; e opinião da crítica especializada.
Confira os 10 melhores álbuns internacionais de 2022 – até agora
10º – “Blue Water Road” – Kehlani
Despretensioso, ensolarado e leve são algumas das características que descrevem o “blue water road”, lançado em abril. No decorrer das 13 faixas é possível escutar uma Kehlani mais madura, romântica e no caminho de uma cura para tudo o que passou até agora, indo na contramão ao seu último álbum de 2020, além de contar com participações de Justin Bieber, Jessie Reyez, Thundercat, Ambré Syd e Blxst.
Sonoramente o disco navega por vertentes do r&b old school, com o pop e até um pouco da música indie. Esse talvez seja um dos melhores álbum lançados pela cantora, desde o “SweetSexySavege” (2017). Por fim, é um álbum livre, irradiante de emoções e realisticamente otimista, mostrando que Kehlani está – provavelmente – vivendo os melhores momentos da sua vida.
9º – “Crash” – Charli XCX
Quando Charli XCX ficou conhecida por fazer uma sonoridade experimental, e consequentemente esperar que seus próximos trabalhos seriam assim também, isso a fez entrar em uma zona de conforto. Então por que não começar a jogar esse jogo da indústria como mais uma forma de rebeldia a seu próprio status conquistado? Foi aí que Charli viu a oportunidade de subverter tudo isso em “CRASH”, seguindo os antigos modelos da música pop e o que uma popstar deveria fazer.
Referenciando a música pop dos anos 80, com Janet Jackson, e também a música eletrônica dos anos 90/2000, o álbum “CRASH”, lançado em março, mostra como ainda é possível fazer música pop comercial, com muita alma e criatividade. Elegante e na medida certa, as produções bem polidas evitam clichês, que poderiam facilmente acontecer.
Mesmo fora de sua zona de conforto, com performances coreografadas e dançarinos, a cantora transparece estar em um dos melhores momentos da carreira, mostrando-se cada vez mais confiante e livre com sua arte e consigo mesma. Por fim, “CRASH” se destaca ao mostrar a genialidade em as vezes ser óbvio, mas com muita alma.
8º – “Un Verano Sin Ti” – Bad Bunny
Ícone da música latina, Bad Bunny possui uma presença constante nos charts mundiais. Não foi diferente com “Un Verano Sin Ti”, álbum lançado no dia 6 de maio. O trabalho conquistou o maior mês de estreia da história do Spotify, e não é por acaso: o álbum é um perfeito exemplo do que compõe o reggaeton atual.
O artista já revelou que tomou inspiração nas viagens que ele fez quando criança pela costa de seu país-natal, Porto Rico. Aqui, isso traduz-se em faixas com referências a sonoridades caribenhas, apresentando uma atmosfera relaxada, que é balanceada com uma pegada de inquietude e anseio em alguns momentos. O resultado da obra faz de “Un Verano Sin Ti” um dos melhores álbuns internacionais do primeiro semestre de 2022.
7º – “Proof” – BTS
Acompanhando o aniversário de 9 anos de estreia do BTS, o grupo sul-coreano decidiu lançar o álbum antológico “Proof” em junho. O trabalho é dividido em 3 discos, e traz faixas inéditas, compilação dos maiores sucessos, side tracks, demos e outras gravações.
O resultado é um álbum que mistura diversos momentos, gêneros e facetas do septeto. Longe de ser uma coletânea convencional, o projeto é tanto uma apresentação geral da discografia do grupo quanto uma afirmação de sua marca na indústria musical.
“Proof” é, portanto, a documentação de uma jornada em busca do autoconhecimento dos integrantes da banda. É uma sumarização do trabalho feito até aqui, mas também um apontamento para um próximo capítulo.
6º – “Dance Fever” – Florence + The Machine
Renovação. É assim que “Dance Fever”, de Florence + The Machine, pode ser definido. O mais recente álbum de Florence Welch é uma celebração de sua relação com a música – e, por isso, carrega faixas eufóricas e, ao mesmo tempo, intimistas.
O projeto foi lançado em maio e traz uma proposta inspirada no fenômeno da coreomania, mas em um contexto atual. Dessa forma, a artista é orientada por uma catarse que pode ser relacionada ao momento atual em que vivemos: uma sociedade que precisa lidar com o pós-isolamento, e tem necessidade de extravasar seus sentimentos. Além disso, “Dance Fever”, um dos melhores álbuns internacionais de 2022 até agora, traz uma reflexão sobre a carreira da cantora, sua paixão pela música e outras esferas de sua vida pessoal.
5º – “Versions Of Me” – Anitta
“Versions of Me” marcou a consolidação da carreira internacional de Anitta. Em seu primeiro lançamento pela Warner, em abril, a cantora dá um maior enfoque a canções em inglês e espanhol. As músicas do álbum são caracterizadas pela latinidade e as batidas pop que pavimentaram o caminho da internacionalização da carreira de Anitta. Contudo, a carioca não esqueceu de suas origens – um exemplo é a faixa “Que Rabão” (com Mr. Catra, YG, Papatinho e Kevin O Chris), que é marcada pelo funk carioca raiz.
A versatilidade de Anitta em “Versions of Me” se faz presente em diversas faixas. A mistura do reggaeton com funk esteve presente em algumas faixas, com destaque para “Gata” (com Chencho) e “Turn It Up“.
Outro foco do álbum da cantora foi o pop, visando colocar o álbum nas paradas norte-americanas. Entre as faixas mais marcantes no ritmo estão “Boys Don’t Cry”, “Versions of Me”, “I’d Rather Have Sex” e “Love Me, Love Me“. O álbum ainda conta com outros super hits que a cantora emplacou como “Envolver”, “Me Gusta” (com Cardi B e Myke Towers) e “Girl From Rio”.
4º – “Mr. Morale & The Big Steppers” – Kendrick Lamar
“Mr. Morale & The Big Steppers”, de Kendrick Lamar, chegou ao público em maio, depois de um hiato de cerca de cinco anos. O seu antecessor, “DAMN.”, é um grande destaque de sua carreira: o disco apresenta a visão do artista sobre o sucesso, mas não hesita em abordar temas de grande importância social.
Com “Mr. Morale & The Big Steppers”, Lamar mira na simplicidade e retrospecção. E, com isso, prova mais uma vez o porquê de ser se tornado um dos artistas mais relevantes do rap e hip-hop na atualidade.
Seu álbum mais recente, no entanto, busca entregar uma visão ainda mais íntima. Entre faixas como “N95”, “We Cry Together”, “Crown”, “Mother I Sober” e “Father Time”, o rapper aborda diversas questões: Kendrick menciona sua relação com sua família, seus “tropeços”, traumas geracionais e o desafio de equilibrar sua identidade como artista e como pai e marido.
3º – “Dawn FM” – The Weeknd
O quinto álbum de The Weeknd, lançado em janeiro, veio para mostrar o porquê o cantor é considerado o principal nome do pop na atualidade. Intitulado “Dawn FM“, o álbum conta com um pop enérgico e otimista, além de se permitir por novos ritmos. O projeto traz uma experiência imersiva para quem o escuta: o canadense traz o conceito de rádio para o álbum. Nele, a voz que comanda a estação Dawn FM é o ator Jim Carrey.
Seguindo a ideia de trazer novamente o pop dançante dos anos 80, The Weeknd traz melodias com batidas marcantes de variadas tribos da eletrônica, além da presença marcante de suas referências musicais, como Michael Jackson. O álbum entrega de forma animada letras em que fala sobre se reencontrar e curar as feridas do passado.
2º – “MOTOMAMI” – Rosalía
Rosalía se mostrou nos últimos anos uma das artistas mais inovadoras e interessantes de se acompanhar. Mesmo com a pressão de lançar o antecessor do grandioso “El Mal Querer”, a espanhola conseguiu se manter no topo e mostrar que sua criatividade está longe de ser esgotar. Dessa vez, com uma narrativa mais pessoal, “MOTOMAMI”, lançado em março, mostra que Rosalía não teve medo de experimentar e se divertir.
Misturando o reggaeton, flamenco, bolero, bachata e até o samba, a artista mostra que o segredo da música boa não está na “grandiosidade” de uma produção, e sim na simplicidade e criatividade de sua execução. “MOTOMAMI” traz canções que tem estruturas musicais fora dos padrões, produções minimalistas e o uso criativo de samples e “chops” vocais.
Tudo isso enriquece o projeto, tornando esse conjunto de músicas algo que você pensa “nossa, só a Rosalía poderia ter feito isso!“. Sendo assim, o terceiro álbum da espanhola comprova a sua versatilidade artística e o porquê é uma das cantoras mais cativantes da indústria.
1º – “Harry’s House” – Harry Styles
Mostrando sua maturidade e o porquê figura com um dos principais nomes do pop internacional, Harry Styles entrega um álbum coeso de ponta a ponta em “Harry’s House”. Em seu terceiro álbum, lançado em maio, o britânico se arrisca sem medo e mostra a sua marca, que vinha sendo construída desde “Fine Line”. A presença do pop, mas também do jazz, do indie e do rock mostra que Harry expôs a melhor versão de si, sem medo dos julgamentos por fugir da sua zona de conforto – características que o compõem como um dos melhores álbuns internacionais do primeiro semestre de 2022.
Dividido em duas partes, o “Side A” do álbum traz canções com batidas mais genéricas no pop, mas sem deixar de lado toda a autenticidade do estilo de Harry. Já no “Side B”, o cantor se expressa mais livremente, expressando sua versatilidade e verdade sem medo. O sucesso do álbum foi tão grande que, pouco tempo após o lançamento, Harry conseguir emplacar 4 músicas no Top 10 da Billboard.
O que achou da lista? Concorda com a seleção dos melhores álbuns internacionais de 2022 até agora? Comente e acompanhe o Tracklist no Twitter, Instagram e TikTok, e veja o restante do nosso especial do semestre:
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