A cantora Pabllo Vittar lançou, na última quinta-feira (26), a versão Deluxe do seu álbum mais recente, intitulado “111”. Nele, além de músicas inéditas — como o forró “Eu Vou” —, temos versões remix de canções conhecidas e consagradas, como “Parabéns”, “Amor de Que” e “Rajadão”.
A drag queen também lançou, nessa sexta (27), o videoclipe do seu novo single, “Bandida”, com participação da cantora POCAH, e que também está presente nesse álbum recém-lançado.
De “Open Bar”, EP o qual a cantora considera o pontapé de sua carreira e que completa cinco anos na próxima quarta-feira, 2 de dezembro, até chegar onde se encontra hoje não foi um caminho fácil.
Em entrevista à revista Vogue no ano passado, Pabllo afirmou: “Tive facilitadores, essa é a diferença. Levantar a bandeira LGBTQIA+ no Brasil, com este governo, é difícil mesmo que eu seja uma artista em evidência. Mas não sinto o peso dessa responsabilidade. Sou apenas uma das milhares de vozes que lutam.”
O início da carreira
Desde pequena, Pabllo sempre mostrou um enorme interesse e habilidade para o ramo artístico. Se uniu ao coral da igreja que frequentava e sempre cantava nas festas de família imitando Beyoncé e Rihanna, as maiores inspirações da cantora, além da drag queen americana RuPaul.
Nasceu em São Luís, no Maranhão, passou por Santa Inês e Caxias e precisou se mudar para Minas Gerais em 2011, onde começou a cantar e performar em casas de shows.
Foi lá onde Pabllo, descobriu o mundo drag e se montou pela primeira vez. “Eu não tinha nem peruca, fui toda enfaixada e com uma sainha, bem piranhona”, disse ela em uma entrevista ao jornal O Globo em 2017.
Foi em 2011 também em que a cantora decidiu abrir criar um canal no YouTube para postar covers de suas músicas favoritas, como o vídeo abaixo onde a Pabllo canta “I Have Nothing” da icônica Whitney Houston.
2015: A era “Open Bar”
Seu canal do Youtube começou a apresentar números expressivos, dando à artista uma notoriedade nunca antes vista. Com uma agenda cheia e sendo cada vez mais solicitada, Pabllo, que antes cursava Design de Interiores na Universidade Federal de Uberlândia, precisou trancar o curso.
Marcando presença no Clube Belgrano — boate pertencente aos produtores Ian Hayashi e Leocádio Rezende —, Rodrigo Gorky, do trio musical Bonde do Rolê, pediu aos donos do clube para ser apresentado à Pabllo Vittar, que até então só conhecia pela internet.
De cara, um convite: “Numa quarta-feira, eu pedi para a Pabllo fazer uma versão em português de “Lean On” (do grupo Major Lazer) para que a gente gravasse no sábado. E, no sábado, lá estava ela com a letra”, disse Gorky ao Globo. Então, nasceu a música “Open Bar”.
O sucesso da música
“Foi aí que a gente pensou: essa música precisa de vídeo agora mesmo!”, afirmou Yan Hayashi. O clipe da música foi gravado na casa de um amigo da Pabllo e custou cerca de R$600.
“Oito horas da manhã a gente estava montada numa piscina geladíssima, foram dois dias de ralação. Mas com a gente não tem isso, não. Pra dar close, a gente vai até num vulcão em erupção!”, brincou Pabllo para uma entrevista para o Globo.
A direção do clipe ficou por conta de Leocádio Rezende e hoje o vídeo já conta com mais de 70 milhões de visualizações. Na época, até o Diplo, produtor original do hit, divulgou “Open Bar” em seu perfil no Twitter e disse ter adorado a versão.
O sucesso de “Open Bar” foi tão estrondoso que a cantora lançou um EP de mesmo nome que contava com mais quatro versões de outras músicas, que posteriormente foram retiradas de todas as plataformas digitais por causa dos direitos autorais das músicas. Com exceção do sample de “Lean On”, todos os outros não foram autorizados.
O que era um EP se tornou uma tour nacional e junto com essa incrível conquista, a drag foi convidada para participar do programa “Amor & Sexo” (Globo) e de diversas propagandas.
2017: Nasce “Vai Passar Mal”, seu primeiro álbum de estúdio
Enquanto dava seus primeiros passos para a conquista de um espaço maior no mercado da música, Pabllo gravou seu primeiro álbum de estúdio, “Vai Passar Mal”. Lançado em 2017, de forma independente, a cantora nos trouxe algo bem diferente de “Open Bar”.
Apresentando o trabalho original da drag de forma exemplar, pode-se ouvir durante as 10 faixas uma mistura de sonoridade do pop brasileiro com o americano. Vale destacar também a predominância de ritmos regionais brasileiros, característica das músicas que se destaca.
O single “K.O.” apresentou a seu público um reggae com forró e “Corpo Sensual”, com participação do cantor Mateus Carrilho (ex-banda Uó), trouxe uma mistura de música eletrônica com arrocha, que estava em alta naquela época.
Sem contar com a música que mais se destaca no álbum inteiro: “Indestrutível”. Com uma mensagem forte e atemporal, Vittar entrega os mesmos vocais que lhe deu forças para seguir em frente.
“Todo Dia” e suas controvérsias (RESSUSCITA!)
Foi com o single “Todo Dia” que a cantora levou seu primeiro hit do Carnaval. A música, que é uma parceria com o rapper Rico Dalasan, marcou presença nos três dias da festa e o clipe da canção atingiu a marca de 10 milhões de visualizações em dois meses, batendo o recorde de clipe mais visto no mundo lançado por uma drag queen.
A música conquistou rapidamente todos os púbicos e o refrão “Eu não espero o carnaval chegar para ser vadia/ Sou todo dia”, que trazia uma mistura de funk com rap ficou na boca do povo.
No entanto, em uma segunda-feira, dia 31 de julho de 2018, a música foi retirada de todas as plataformas devido a um desacordo entre Rico e o produtor Rodrigo Gorky, que participou do processo criativo da música e do clipe.
Sobre o que se tratava a disputa?
Dalasan reivindicava seus direitos como intérprete da canção após perceber que era apenas reconhecido como autor dela. Gorky, por sua vez, em nota enviada à imprensa, afirmou que ele e ao lado de Arthur Gomes, conhecido como Maffalda, eram coautores da música por terem criado suas bases instrumentais e “Rico oportunamente resolveu tentar rever o que havia sido firmado em comum acordo”.
Ainda segundo a nota publicada, eles haviam aberto mão dos direitos autorais pela composição a Dalasam com a condição de que sua presença na música e no videoclipe fosse gratuita, recebendo então apenas pelos direitos de execução pública, responsabilidade do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (ECAD).
Já o rapper afirmava ser o único autor da letra e da melodia e diz que foi “uma baita surpresa” quando descobriu que não receberia por sua participação como intérprete na gravação.
Somente nesse ano a música voltou ao ar, após as negociações de direitos autorais entre os advogados de ambas as partes serem concluídas. O processo correu em sigilo e não teve muitos detalhes divulgados, bem como a porcentagem de direitos autorais, que também não foi informada.
“Sua Cara” e o início da carreira internacional
Como não lembrar de uma música que marcou uma época? “Sua Cara” foi anunciada no final de maio de 2017, o público veio a loucura quando descobriu que Anitta e Pabllo Vittar lançariam uma música juntas.
Produzida pelo Major Lazer (o mesmo trio da música “Lean On”, que a Pabllo fez sua versão), a música foi lançada no dia 1 de junho de 2017. Seu clipe, gravado no Marrocos, estreou apenas em 30 de julho do mesmo ano.
O hit fez história na carreira das cantoras, chegando a entrar no Top 10 das músicas pop mais tocadas pelas rádios no Brasil em 2017, atingindo a liderança do Spotify Brasil, entrando no ranking mundial do mesmo serviço e tantos outros marcos.
2018: “Não Para Não” (E ela não parou)
A cantora começou o ano com o pé direito ao assinar com a Sony Music Brasil, entrando para o cast principal. Na época, Pabllo já acumulava 150 milhões de visualizações em seu canal no Youtube, 3 milhões de ouvintes mensais apenas no Spotify e 3 milhões de seguidores, já sendo consagrada a drag queen mais popular do mundo na rede social.
“Estou sentindo uma emoção muito grande, porque é um passo enorme que estou dando na minha carreira e estou muito feliz de estar fazendo isso com pessoas que são tão queridas e que, para mim, já fazem parte da minha família. Então, estou bem feliz. E aguardem muitas novidades”, disse.
Agora a Pabllo Vittar foi longe demais
Em outubro, Pabllo nos agraciou com seu segundo álbum de estúdio “Não Para Não”, que atingiu o topo do iTunes Brasil em menos de duas horas e todas as 10 músicas do álbum marcaram presença no Top 40 do Spotify Brasil de músicas mais ouvidas em poucas horas.
O primeiro single da era, “Problema Seu”, alcançou 40 milhões visualizações no YouTube em menos de dois meses e o vídeo do segundo single, “Disk Me”, atingiu 5 milhões de visualizações em menos de dois dias.
“Não Para Não” definitivamente não é mais do mesmo, ainda que traga novamente a mistura bem sucedida de ritmos que o primeiro álbum apresentou ao mundo. Nas músicas há pop, forró, tecnobrega, axé, carimbó e vários outros ritmos.
É — realmente — uma viagem por todos eles. Na primeira faixa do álbum, “Buzina” a cantora abre dizendo: “Senhoras e senhores, é um prazer recebê-los aqui. Apertem o cinto e tenham todos uma boa viagem”. Proposital ou não, foi muito bem bolado. O disco não decepciona.
2019: Não teve álbum, mas teve prêmio
Trabalhando em seu futuro álbum “111”, o ano de 2019 foi de extrema importância para Pabllo Vittar. Apesar de não ter lançado um álbum novo, a cantora venceu o prêmio de “Melhor Artista Brasileiro” no MTV Europe Music Awards, tornando-se a primeira drag queen do mundo a receber esse prêmio.
A drag ainda mostrou a que veio após se apresentar no tapete vermelho da premiação, sendo a primeira representante do Brasil a se apresentar em tal evento. Em entrevista à Vogue, a cantora disse: “Hoje é um dia muito especial na minha vida e carreira. É histórico e resultado de muito trabalho e de muita luta.”
“Sempre assisti o EMA e me imaginava um dia ali. Consegui. Realizei esse sonho. Por isso, reforço: não desistam nunca dos sonhos de vocês, não deixem ninguém dizer se você vai conseguir ou não”, disse a cantora.
“Nossos sonhos movem montanhas, motivam nossas vidas. É o que temos de mais valioso. E, como disse mais cedo, só tenho a agradecer a Deus, aos meus fãs, minha família e equipe. Muito obrigada!”, concluiu.
“111”, o EP
Como forma de mostrar o que nos aguardava em 2020, Pabllo lançou no dia de seu aniversário (01/11), um EP com quatro músicas que estariam no álbum completo. Foram elas: “Parabéns”, com Psirico; “Amor de Que”; “Flash Pose”, com Charlie XCX; e “Ponte Perra”. Definitivamente as duas primeiras foram um sucesso absoluto que — finja surpresa — caiu na boca do povo.
“Todas essas músicas são para dançar muito”, disse ela. “Lembrando que essa é apenas a primeira parte do álbum que sai. Ano que vem teremos a segunda parte, que é incrível.”
2020: O lançamento de “111”, seu projeto mais ousado
O carnaval de 2020 foi marcado mais uma vez com não só um hit, mas dois de autoria da rainha. “Amor de Que” e “Parabéns” marcaram presença em todo o país e onde tocavam, levavam multidões à loucura.
Não foi à toa que Pabllo se apresentou no maior bloco de carnaval do mundo, o Galo da Madrugada, cantando pela primeira vez para um público estimado em 2 milhões de pessoas.
Com seus planos de lançamentos afetados por causa da pandemia do novo coronavírus, que impossibilitou shows, ações de divulgações e gravações, a cantora decidiu adiar a segunda parte de seu álbum. A única coisa que seu público sabia era que chegaria “muito em breve”, segundo a cantora.
A versão DELUXE de “111” já estava confirmada desde então pela própria Pabllo Vittar.
No entanto, ela não contava que esse álbum fosse vazar sete dias após o adiamento. Junto com as faixas que já havia lançado, vazaram “Tímida”, parceria com Thalía, “Clima Quente” com Jerry Smith, “Lovezinho”, com Ivete Sangalo, “Rajadão” e “Salvaje”.
Leia também: Com clipe de “Rajadão”, Pabllo Vittar continua a se destacar na era “111”
A cantora se pronunciou por meio de sua conta no Twitter e presenteou os fãs, adiantando o lançamento para aquele mesmo dia, às 21h.
A chegada de “111 DELUXE”
A versão DELUXE de “111” chegou na última quinta-feira (26) e Pabllo Vittar está mais animada do que nunca. Esse álbum recém lançado se mostra como uma releitura traz uma nova roupagem ao que já estava perfeito.
Com duas músicas inéditas: “Bandida”, com POCAH, e “Eu Vou” e mais cinco remixes, nos quais marcam presença: Jaloo, Alice Glass, Biu do Piseiro, Getúlio Abelha e outros artistas não muito conhecidos, Pabllo Vittar mais uma vez se aventura em novos ritmos e faz isso de uma forma magnífica.
Mesclando ritmos que estão em alta, como o piseiro, no Nordeste, e o funk, a cantora mostra mais uma vez que sabe se reinventar e tem uma equipe à altura. “111 DELUXE” é a prova de que Pabllo Vittar não é um ícone passageiro.
O álbum já está disponível em todas as plataformas digitais. E “taca” stream na lenda!
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