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Olimpíadas 2020: histórias que marcaram os Jogos Olímpicos de Tóquio

Muito mais que a disputa esportiva, os Jogos Olímpicos envolvem sempre muitas histórias interessantes. Histórias que são contadas além do esporte, que mostram o porquê das Olimpíadas serem um evento tão importante na vida dos atletas que a disputam.

É claro que os atletas almejam o lugar mais alto do pódio, mas existem acontecimentos que transcendem a medalha – ou a cor dela. Por isso, separamos algumas histórias que marcaram as edições de 2020 das Olimpíadas.

Histórias que marcaram as Olimpíadas 2020

SIMONE BILES E SUA MAIOR QUALIDADE – A CORAGEM

Quem acompanha esporte certamente já havia ouvido falar na ginasta estadunidense Simone Biles. Dona de 25 medalhas em campeonatos mundias, sendo 19 de ouro e mais cinco medalhas olímpicas – quatro ouros e um bronze – antes das Olimpíadas de Tóquio, Simone era certamente uma das atletas que mais atraiam atenção nas disputas da ginástica no Japão.

Favorita a repetir o feito de 2016 e quem sabe até aumentar a sua coleção de medalhas, a atleta chocou o mundo ao desistir de participar da final geral por equipes e de mais três aparelhos: salto, barras assimétricas e solo.

Simone Biles em apresentação nas Olimpíadas de Tóquio
Créditos: Reprodução/Instagram/@simonebiles

Quando decidiu deixar as disputas, o mundo se questionou do porquê. E Simone Biles teve o maior ato de coragem da sua carreira: decidiu falar abertamente, durante o evento esportivo mais importante da vida de um atleta, sobre saúde mental. Simone alertou sobre a pressão que é colocada sobre esses atletas e chegou a postar vídeos de seus bloqueios mentais, os twisties, nas suas redes sociais.

Nesses vídeos foi possível observar que a atleta perde o controle dos movimentos do seu corpo, colocando a sua saúde física em risco. Ela disse que já havia tido esses bloqueios outras vezes, mas durante as Olimpíadas foi a primeira vez que abriu isso ao público. Mesmo após esses episódios, a ginasta voltou a competir na final da trave e mesmo com uma série simplificada, saiu com a medalha de bronze.

Atitude corajosa de quem é frequentemente pressionada para ser de fato – para aqueles que ainda não a considera – a melhor ginasta de todos os tempos e entregar os melhores resultados. Foi um grito que disse para o mundo que atletas não são máquinas.

Leia também: Saúde mental é pauta das Olimpíadas em tempos de pandemia

SELEÇÃO FEMININA DE VÔLEI – A SUPERAÇÃO DO DESCRÉDITO

O vôlei é o segundo esporte da maioria dos brasileiros, mas isso não quer dizer que os torcedores acompanham a modalidade fora de competições como os Jogos Olímpicos. Por isso, pode parecer estranho falar que a Seleção Feminina de Vôlei se superou em Tóquio.

Isso porque durante todas as competições que antecederam os jogos, elas não eram as favoritas. Todos diziam que se elas conseguissem o bronze, seria uma vitória para o vôlei feminino brasileiro. Os grandes favoritos sempre foram os meninos.

Além disso, dentro do grupo brasileiro em Tóquio, haviam duas histórias interessantes: Carol Gattaz e Camila Brait. A primeira, chegou para sua primeira olimpíada aos 40 anos. Isso depois de ter sido cortada de jogos anteriores – como por exemplo Pequim e Londres – e ter quase desistido do vôlei. Mas Carol deu a volta por cima e foi um dos nomes da conquista da honrosa medalha de prata da seleção em Tóquio, inclusive sendo a única brasileira no dream team da competição.

Créditos: Reprodução/Instagram/@cbvolei

Camila Brait tem uma história parecida. Sofreu com o corte em duas olimpíadas, especialmente na Rio 2016, onde era a favorita para a vaga e viu seu nome não aparecer na lista final. Anunciou que nunca mais jogaria pela seleção. Pelo seu clube, fez uma das melhores temporadas da sua carreira, a melhor da sua posição no país. Depois de muita conversa, foi convencida a voltar e chegou para a sua tão sonhada Olimpíada como uma das melhores do mundo.

Durante os jogos, a seleção conviveu com dois episódios traumáticos: a lesão da sua levantadora titular, Macris, e o corte repentino da sua oposta, Tandara. E isso foi só mais um percalço na linda história que elas construíram ao conquistar a primeira medalha de prata no feminino. Uma prata com gosto de ouro.

DARLAN ROMANI – O GIGANTE MAIS AMADO DO BRASIL

Quarto lugar no arremesso de peso nas Olimpíadas, Darlan Romani se tornou um dos maiores queridinhos do público e mais uma das grandes histórias das Olimpíadas 2020. Isso porque, em todas as suas entrevistas, sempre citava com muito carinho, sua filha. Os internautas apelidaram Darlan de Sr. Incrível, pela semelhança com o personagem do filme da Pixar.

Além disso, vídeos dos seus treinos de preparação para os Jogos Olímpicos em um terreno baldio viralizaram, o que fez com que a internet se mobilizasse e abrisse uma vaquinha virtual para o atleta, onde já foi arrecadado um valor maior do que o prêmio oferecido pelo COB para ele.

Ele, atleta do Esporte Clube Pinheiros, explicou o local do treino. Disse que foi durante a pandemia, quando as atividades estavam suspensas. Disse também que não achava justo que o centro de treinamento fosse aberto apenas para que ele pudesse treinar, sendo assim, improvisou em um terreno abandonado, um local de treinamento.

A simpatia aliado ao esforço para chegar em Tóquio na sua melhor forma, ganhou o público e tornou Darlan o protagonista de mais uma das histórias incríveis que os Jogos Olímpicos nos proporciona.

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