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Os 15 melhores álbuns nacionais de 2021

"De Primeira", de Marina Sena, é um dos melhores álbuns nacionais de 2021 na opinião do Tracklist. Foto: Divulgação

Não faltaram novidades para a música em 2021, sobretudo no cenário nacional. Ao longo do ano, artistas de diferentes gêneros lançaram trabalhos que conquistaram crítica e público. Pensando em recordar e celebrar esses marcos de grandes nomes brasileiros, o Tracklist separou os 15 melhores álbuns nacionais de 2021. Confira!

Por Anna Sabbatini, Lucas Ribeiro e Marcus Gralha

Observação: a lista foi definida a partir dos seguintes critérios: opinião dos redatores e da equipe do Tracklist; e opinião da crítica especializada.

Confira os 15 melhores álbuns nacionais de 2021

15º – “Trava Línguas” – Linn da Quebrada

Após o marcante álbum “Pajubá” (2017), “Trava Línguas“, de Linn da Quebrada, chega ainda com mais intensidade de sentimentos: é sexy, é poético, é profundo. O trabalho traz uma sonoridade um pouco mais diferente do que a artista costumava apresentar, o que mostra a sua versatilidade. Misturado composições inteligentes e com muita poesia, o álbum consegue explorar as várias vertentes e nuances de Linn, consolidando-a cada vez como a artista necessária que é.


14º – “Purakê” – Gaby Amarantos

Após quase 10 anos do seu primeiro álbum, “Treme” (2012), Gaby Amarantos lançou o ótimo “Purakê”. O disco apresenta múltiplas variedades na sonoridade, mostrando uma nova faceta e conceito de música nortista e apresentando uma efervescência de criatividade e emoções.

No trabalho, Gaby tem a colaboração de grandes artistas da música brasileira, desde nomes da nova geração, como Luedji LunaPotyguara BardoJalooLiniker e Urias, até cantores consagrados, como Dona OneteElza SoaresAlcione e Ney Matogrosso. O resultado mostra um álbum divertido, profundo, pop e que traz um verdadeiro frescor no atual cenário musical brasileiro.


13º – “NU” – Djonga

Artista multifacetado e um dos maiores nomes do rap atualmente, Djonga entregou um álbum na medida ideal com “NU“. Com oito faixas (quem rendem um total de 30 minutos, apenas), o rapper aborda racismo, o vazio da fama, relacionamentos superficiais, e um verdadeiro caos emocional quando é necessário ser forte. “NU” é um álbum que traz a sensação de identificação, navegando entre 8 ou 80, intenso como o artista.


12º – “Os Amantes” – Os Amantes

Os Amantes configura a união dos meninos do Strobo com Jaloo. O projeto resultou em um álbum leve, divertido, escapista e com a cara do verão. Norteado pro ritmos como o brega, guitarrada, pop alternativo e até uma pitada de rock em “Bye!“, o trabalho prova que a junção dos artistas entrega música pop com a cara do Brasil de forma orgânica e criativa.


11º – “Patroas 35%” – Marília Mendonça e Maiara & Maraísa

Um dos ritmos que mais vem crescendo nos últimos anos, sobretudo na presença de vozes femininas, é o srtanejo. O álbum “Patroas 35%”, de Marília Mendonça e Maiara & Maraísa, faz parte de um projeto que nasceu em 2020 e é uma ótima representação do empoderamento feminino. Com seis canções inéditas, destaque para “Esqueça-Me Se For Capaz” se tornou hit pouco tempo após o lançamento do trabalho. Uma bela forma de consagrar a saudosa e eterna Marília Mendonça, que lamentavelmente se foi cedo demais, aos 26 anos, em novembro deste ano.


10º – “Indigo Borboleta Anil” – Liniker

Se precisássemos descrever Liniker em apenas uma palavra, deveria ser “alma”. Ouvi-la cantar sobre suas histórias (e relatos tão pessoais, como revelações de sonhos) em “Indigo Borboleta Anil” traz a sensação de sua primeira faixa, “Clau”: nas nuvens. Repleta de verdade e intensa, dor e amor são sentimentos marcantes em suas obras. E, mais uma vez, autenticidade é sua marca registrada para um trabalho tão importante.

Imponente e com uma voz ainda mais potente, seu primeiro álbum sem os Caramelows é leve, melódico e abre uma nova fase para a carreira da cantora (agora também atriz, mais uma evidência dos seus grandes feitios em 2021), hoje uma das maiores referências entre artistas LGBTQIA+. Ela conta, ainda, com a parceira de Milton Nascimento, Tassia Reis e Mahmundi neste que é um dos melhores álbuns nacionais de 2021, marcado por influências da black e soul music.


9º – “Nitro”- Bivolt

Conquistando cada vez mais espaço no rap brasileiro, Bivolt lançou o seu segundo álbum de estúdio, mostrando ser um dos destaques do ano. A forma que suas rimas afiadas sobre superação, sexualidade, liberdade e a trajetória da sua vida é feita de uma forma tão contagiante, muitas vezes até debochada, que inspira qualquer um que estiver escutando a ter aquele “gás” a mais para encarar a vida.

“Nitro” não se limita a nenhuma expectativa que possa ser criada em um disco de rap, mostrando versatilidade ao trazer o funk, o pancadão paulistano, r&b, trap e até um pouquinho do tecnobrega, com uma produção excelente e que no final conectar tudo muito bem em uma mesma narrativa. Afinal, não é para qualquer um ter em um mesmo disco parcerias com Duda Beat, Gloria Groove e Emicida!

Pronta para encarar desafios, longe de qualquer rótulo que possam querer encaixá-la e totalmente livre, Bivolt é um dos nomes mais interessantes da atual cena de rap – uma artista que, com certeza, tem todo o potencial de estourar ao redor do Brasil.


8º – “Baile” – FBC

Um dos álbuns mais divertidos de 2021, FBC, o Padrim, simplesmente encantou todo mundo com o seu “Baile“. Em parceria com VHOOR, o projeto teve como principal referência os anos 1980 e 1990. O pano de fundo é a ascensão do funk, que, naquela época ainda era uma vertente do miami bass – uma junção dos ritmos black, soul e funk americano -, bem diferente do que conhecemos atualmente.

Muito além das batidas já conhecidas por fãs dos bailes “à moda antiga”, o álbum é totalmente desprentensioso, cujo único objetivo é celebrar e curtir a vida. Além disso, segundo o próprio FBC, “Baile” cumpre uma papel social: trazer de volta para o mainstream a cultura periférica e reunir pessoas que, por tanto tempo, foram marginalizadas e criminalizadas por esse estilo.


7º – “Gracinha” – Manu Gavassi

Depois do seu sucesso estrondoso no BBB 20, que garantiu o 3º lugar à Manu Gavassi, a cantora voltou a se dedicar à sua carreira musical. “GRACINHA” foi o quarto álbum de Manu, após um hiato que a cantora tirou após o programa. Com 9 faixas e uma produção audiovisual bem trabalhada, o projeto parece refletir uma Manu mais madura e sem medos, afirmando que encontrou qual espaço gostaria de ocupar na sua vida pessoal e artística.

Quanto à sonoridade, um dos melhores álbuns nacionais de 2021 tem uma pegada pop, mas não aquele que estamos habituados a escutar. É um pop que leva aos ouvintes apreciarem a música, e de fato sentirem o casamento da melodia junto à harmonia. Além disso, o álbum também traz referências a outros estilos, como o reggae e a bossa nova, mas também com roupagens diferentes da que nos habituamos a ouvir.


6º – “Pirata” – Jão

“Pirata” marcou o início da terceira era de Jão, e, sem dúvidas, foi o seu trabalho mais completo e inovador. Sem abandonar a sua sofrência habitual, o cantor se aventurou por diversos ritmos e melodias, encontrando uma forma mais otimista e extrovertida de falar de seus relacionamentos e transformando as letras tristes em canções dançantes.

O sucesso da nova era de Jão é traduzida pelos números que o artista conseguiu, como a nona maior estreia da história do Spotify Brasil, emplacando todas as músicas no Top 60 da plataforma. Esse sucesso é perceptível ao escutarmos as canções nas rádios de todo o Brasil. Além disso, boa parte dos primeiros shows da turnê já tiveram seus ingressos esgotados.


5º – “Te Amo Lá Fora” – Duda Beat

Duda Beat é um dos nomes em ascensão da música brasileira. A cantora traz toda as influências do nordeste brasileiro em seu trabalho, mostrando o quão forte são suas raízes. “Te Amo Lá Fora” é um trabalho que traz toda a brasilidade com o mangue beat captando referências do forró, pisadinha, coco, xote e até mesmo o pagode baiano. Essa mistura mostra o quanto a cantora adquiriu confiança para se aventurar em novas frequências.

O álbum é a segunda produção de Duda, e em comparação com “Sinto Muito”, seu primeiro álbum, podemos ver uma Duda mais madura, mas também menos solar e mais introspectiva, representando um pouco do momento em que o álbum lançado.


4º – “Numanice (Ao vivo)” – LUDMILLA

Um dos melhores álbuns nacionais de 2021 vem de um dos principais nomes do pop e do funk brasileiro: Ludmilla mostrou que também sabe surfar por outros ritmos musicais. A prova disso é seu álbum “Numanice”, no qual a cantora mergulha no pagode. O trabalho deu continuidade a um projeto que Lud já tinha iniciado em 2020, com o EP de mesmo nome do álbum. O EP, com seis faixas, teve todas elas emplacadas no Top 100 do iTunes Brasil.

“Numanice (Ao vivo)” serviu para mostrar o quanto Ludmilla é uma artista versátil e como se sai bem em diversos gêneros musicais. Além disso, o disco serviu também para dar uma maior visibilidade na importância de vozes femininas no ritmo, um movimento parecido com o que ocorreu no sertanejo nos últimos anos. A prova de que Lud é um dos principais nomes da música brasileira pode ser visto com o convite para ser a headliner do palco Sunset no último dia do Rock in Rio 2022.


3º – “DOCE 22” – Luísa Sonza

Se ainda havia algum tipo de dúvida que Luísa Sonza é uma das principais artistas pop do Brasil e que o seu sucesso estava longe de ser passageiro, o “DOCE 22” veio para provar essa máxima. Entre constantes ataques de haters e uma vida pública exposta, o seu segundo álbum foi o momento em que Luísa Sonza deu uma virada em sua carreira e elevou o seu ofício artístico. Foi a partir do “DOCE 22” que a cantora finalmente tomou conta da sua própria narrativa por meio das 14 faixas que compõem o projeto.

Juntando as suas principais referências musicais, o álbum do início ao fim tem uma narrativa amarrada e coesa, passando pelo pop, funk, R&B e até um pouco de rock, que traduz a euforia de sentimentos dos 22 anos de Luísa. Entre momentos mais românticos (“melhor sozinha :-)-:”), de poder (“INTERE$$EIRA”) e términos (“penhasco.”), a autenticidade e a exposição tão crua de seus sentimentos fizeram com que nós finalmente entendêssemos melhor o que Luísa passou e seu propósito como artista. Com esse projeto, a cantora alcançou outro nível que fez com que todos aqueles que poderiam duvidar da sua profundidade artística se calassem.


2º – “De Primeira” – Marina Sena

Provavelmente a maior revelação de 2021, Marina Sena, de fato, acertou muito com “De Primeira“. Com influências da tropicália e swing, a cantora mineira teve seu single “Por Supuesto” viralizado nas redes sociais, ganhando um clipe igualmente bem produzido. Marina, que traz uma persona forte e empoderada em suas composições, consegue de maneira muito melódica e romântica mostrar que o amor não existe apenas para dar aos outros, mas, sim, para nós mesmos.

A autoconfiança e o crescimento pessoal marcam a cantora, reconhecida entre o público mais alternativo da antiga banda Rosa Neon, conhecida pelos hits “Ombrim”, “Pirraça” e “Fala Lá Pra Ela”. Em projeto solo, fica evidente o amadurecimento de Marina Sena e, especialmente, sua conquista pelo espaço no pop nacional.


1º – “Batidão Tropical” – Pabllo Vittar

Em meio a tantas turbulências de 2021, algo inegável é que Pabllo Vittar marcou o ano de muitos brasileiros com “Batidão Tropical”. O que para muitos foi um quarto disco arriscado, quem conhece de perto a história e trajetória de Pabllo sabe que sua vontade de fazer um disco nesses moldes foi um processo natural.

Longe das tendências das rádios ou até mesmo do TikTok, o “Batidão Tropical” é uma grande homenagem de Pabllo às suas origens do Norte e Nordeste, com seis releituras de clássicos do brega, tecnobrega e forró – da Companhia do Calypson, Banda da LoirinhaBanda Magníficos e Banda Ravelly – e três faixas inéditas, que seguem na mesma linha sonora e estética.

A importância de Pabllo Vittar, no auge e alcance que sua carreira tem hoje, de levar a cultura nortista e nordestina – que historicamente são desvalorizadas e apagadas ao redor do Brasil – para o mundo inteiro é algo muito significativo. Afinal, quem imaginaria que “Zap Zum” se tornaria o grande hino das olimpíadas em Tóquio esse ano? O trabalho também fez com que diversos fãs que ainda não eram familiarizados com esse repertório pudessem conhecê-lo mais, marcando a importância do projeto e fazendo-o um dos melhores álbuns nacionais de 2021.


O que achou da lista? Concorda com a seleção dos melhores álbuns nacionais de 2021? Acompanhe nosso Twitter, Instagram e TikTok, e veja o restante do especial de fim de ano do Tracklist:

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“De Primeira”, de Marina Sena, é um dos melhores álbuns nacionais de 2021 na opinião do Tracklist. Foto: Divulgação

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