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Marina experimenta novas sonoridades em álbum inédito,”Love+Fear”

Após um hiato de 4 anos, Marina lançou seu quarto disco de estúdio “Love+Fear”, nessa sexta-feira (26). “Love+Fear” é um álbum duplo. Marina escolheu esse título exatamente para abordar e analisar seus próprios sentimentos mas também de tudo aquilo que nos torna humanos. Confira a análise faixa-a-faixa do disco:

FAIXA-A-FAIXA

LOVE

Em “Love” ela não vai apenas tratar de amor no sentido romântico, mas também muito sobre auto aceitação, compaixão e empatia. Tanto no sentindo mais pessoal, como o nosso comportamento dentro de uma sociedade

HANDMADE HEAVEN

Abrindo o álbum, a letra da primeira faixa fala sobre um momento da vida de Marina na qual ela se sentia perdida, e estava tentando se reconectar consigo mesma. Para ela, uma forma de isso acontecer, foi prestar atenção mais na natureza e criar seu próprio paraíso, para assim alcançar a paz que tanto desejava. A letra é muito bonita e bem descritiva, com uma produção mais lenta, quase uma balada.

 SUPERSTAR

Uma das minhas favoritas, aqui ela opta em usar sua voz de forma mais aguda, algo que não era tão presente em seus trabalhos anteriores. Inclusive, isso se tornou algo recorrente durante o álbum, o que funcionou muito bem. A produção tem fortes influências do trap/hip-hop, o que é algo novo para a cantora. O refrão da música é viciante, e com certeza um grande destaque do álbum. É uma letra que fala sobre amor, e de forma bem afetuosa, Marina demonstra como essa pessoa é o centro de seu universo.

ORANGE TREES

Essa é a faixa mais comercial do disco e a que mais dividiu a opinião dos fãs. A música tem uma sonoridade deliciosa e uma certa influência do synthpop dos anos 90. Ao mesmo tempo ela consegue se manter moderna, com batidas mais latinas e o violão que segue durante a música inteira. Tanto na letra como na produção, a música consegue transmitir um clima de verão bem ensolarado e alegre. É bom ver a Marina se libertando um pouco mais, e tentando experimentar produções novas, diferente de tudo que ela já fez. DEVERIA SER O HIT DO VERÃO!

BABY

Falando em hit, aqui mais uma música na qual Marina experimenta mais da sonoridade latina. Esse foi o single lançado em 2018, em parceria com o Clean Bandite Luis Fonsi, antes mesmo do disco ser anunciado. Teve grande divulgação e foi muito bem nas paradas britânicas. A produção é bem dançante e com um refrão que é impossível de tirar da cabeça.

ENJOY YOUR LIFE

Ainda mantendo o ritmo das músicas para cima, a letra aqui é bem otimista. Marina fala sobre como devemos deixar nossos problemas de lado, porque nem sempre vamos conseguir resolve-los, e aproveitar a vida. Acredito que escrever isso deve ter sido bem terapêutico pra ela, devido todo seu histórico com saúde mental e a pausa em sua carreira. Esse é aquele tipo de música pra se jogar na pista e aproveitar o momento!

TRUE

Dando continuidade à sonoridade agitada, nessa música a produção fica ainda mais acelerada e com uma produção dance/eletrônica. Como o título da faixa já diz, a letra é basicamente sobre ser verdadeira consigo mesma e de ter muito amor próprio. Outra que com certeza entrou na minha lista de favoritas!

TO BE HUMAN

Como Marina já havia prometido, em seu novo disco iria trazer alguns temas mais sociais e políticos. Isso não é algo novo no trabalho da cantora, porque ela sempre gostou de abordar isso, como na faixa “Savages”, do seu disco anterior “Froot”.

Mas aqui, por ela conseguir ser mais direta e nomear os lugares, a música ganha outro valor. Ela fala muito sobre a questão humana, suas nuances e sentimentos, tema abordado em grande parte do projeto. É uma música bonita onde ela aborda questões existenciais, e consegue deixar ainda mais pessoal, ao falar dos vários lugares pelo mundo no qual já passou, devido a sua carreira.

END OF THE EARTH

Na faixa a cantora mostra mais de seus alcances vocais inacreditáveis e cheio de harmonias. Ao longo da faixa a produção torna-se mais grandiosa. A música inicialmente seria para a trilha sonora de um filme mas que acabou não dando certo, e por isso conseguiu entrar no álbum. Falando da letra, ela é bem romântica e marca muito bem o ótimo encerramento da primeira parte do disco.

FEAR

Para Marina, medo não é necessariamente algo ruim mas sim uma forma de vulnerabilidade. Vendo dessa perspectiva, é algo realmente verdadeiro, uma vez que medo é algo comum em todos, e que a partir dele que decidimos nossas escolhas. É um sentimento que molda totalmente a nossa personalidade.

BELIVE IN LOVE

Desacelerando o ritmo, essa faixa introduz muito bem a segunda parte do disco. Ela fala sobre como é estar desacreditado no amor, insegura e com medo do que pode acontecer. Algo que me chamou atenção foi a produção vocal. Aqui ela opta por manter sua voz em um registro bem mais agudo, quase inteira no falsete, algo que normalmente não é presente em suas músicas. Também tem uma vibe mais pop alternativo, o que me remeteu aos seus trabalhos inicias, lá no “The Family Jewels” (2010) .

LIFE IS STRANGE

A faixa é uma carta aberta aos seus fãs. Marina fala sobre a conexão com pessoas que conheceu pelo mundo inteiro, seus fãs, e como de uma forma ou outra passamos e sentimos as mesmas coisas. Mais uma vez ela aborda sobre o sentido da vida e como todos nós temos algo em comum.

YOU

Aqui Marina retrata uma relação bem conturbada, onde a pessoa na qual ela se relacionava, fez coisas ruins mas que mesmo assim ela tenta se reconciliar e não consegue deixar para trás. A sonoridade é bem pop, com um refrão curto mas que certamente é fácil de assimilar. Não é uma das minhas favoritas do disco.

KARMA

Nessa faixa temos uma Marina mais afiada e sarcástica. As melodias aceleradas, junto a produção no refrão, mostram a influência do hip-hop/trap, nessa música. Na letra ela também fala sobre uma pessoa que não faz bem pra ela e é falsa, e de como eventualmente o Karma vai chegar nessa pessoa. Uma das mais bem produzidas e com potência de ser single!

EMOTIONAL MACHINE

Chegando em uma das minhas favoritas do disco, essa é uma faixa com produção mais eletrônica, com refrão explosivo e que também poderia ser o próximo single. A música tem leves influências do pop anos 80, e conta com a produção dos irmãos neozelandeses, Broods. Eles também participam como backing vocals na faixa. Essa música na minha opinião é impecável e com a produção no ponto, ela tem um refrão bem pop e facilmente torna-se aquela música que você precisa cantar junto!

TOO AFRAID

Aqui Marina fala diretamente dos seus medos. Ela aborda o sentimento de ficar estagnada em certos momentos da vida e não conseguir mudar. É uma boa música, com produção simples e que consegue diretamente passar sua mensagem e o que o álbum quer falar.

NO MORE SUCKERS

Outra faixa que é bem pop do álbum. Aqui ela basicamente tá dando tchau para os “boys lixos”, com muita atitude. Tem potencial de se tornar um hit, principalmente com a letra bem radiofônica do pré-refrão e refrão.

SOFT TO BE STRONG

Chegando ao fim do álbum, Marina apresenta uma música mais lenta, quase uma balada, onde ela traz um ótima conclusão. A música tem uma mensagem otimista, e de como é necessário ser mais vulnerável e leve com a vida, para assim amadurecer e ser mais forte. É bem gostosinha e consegue fundir toda a mensagem que o álbum quer passar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Love+Fear” é uma análise da vida humana. Por meio de sua música, mais pop do que nunca, Marina traz temas sociais, políticos e de comportamento durante o disco. Ao mesmo tempo que ela consegue ser bem pessoal sobre seus problemas e o que sentia, ela também aborda de forma universal. Assim, todo mundo pode se identificar pelo menos com alguma coisa na qual expressa durante o álbum. Talvez seja seu projeto mais maduro e que consiga englobar seus momentos mais pessoais, quase como um diário, o que explica a retirada do “and the diamonds”. Porque aqui, ela não queria se esconder atrás de uma personagem. Por último, é importante ressaltar como Marina está bem mais solta, e decidiu experimentar e se arriscar em novas sonoridades e produções vocais. Ela prova que nunca traz mais do mesmo, mostrando que está apta a novas experimentações, sempre executando-as com sucesso.

Nota: 9/10

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