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Little Mix fala de sexismo e indústria musical para Hunger Magazine; veja destaques

Foto: Reprodução

O Little Mix estrela a capa da versão digital da Hunger Magazine no mês de junho e esbanja carisma e beleza em uma série de fotos em preto e branco. A maior banda feminina do mundo aparece vestida pelo renomado estilista Krishan Parmar.

Concedendo entrevista à Megan Wallace, as britânicas falaram sobre o sexismo da indústria, as barreiras enfrentadas pela classe artística trabalhadora e as pressões de crescer aos olhos do público.

Após avalanches de acontecimentos nesses últimos meses desde a saída da integrante Jesy Nelson a fazer história no Brit Awards 2021 tornando-se o primeiro conjunto musical feminino a vencer a categoria “Melhor Grupo”, eleito por votação popular, o trio encontra-se no auge da carreira marcando uma nova fase com o lançamento de “Heartbreak Anthem”, sua colaboração com Galantis e David Guetta.

Foto: Jordan Rossi

Sexismo, indústria musical e mais 3 destaques da entrevista do Little Mix para Hunger Magazine

1. Sexismo

Enfrentando diretamente as opressões e ações machistas sobre si mesmas desde suas ascensões no cenário pop, o trio formado por três mulheres fortes, Jade Thirlwall, Perrie Edwards e Leigh-Anne Pinnock é hoje referência na indústria fonográfica como figuras que usam de sua ampla plataforma para refletirem sobre questões sociais.

Com Leigh se abrindo sobre suas experiências de racismo no documentário da BBC Race, Pop & Power” e Jade e Perrie revelando suas respectivas lutas contra a alimentação desordenada e a ansiedade, as artistas promovem um importante espaço que explora significativas pautas pertinentes no meio social.

“Nós apenas tentamos ser o mais aberto e honesto possível e usar nossas plataformas para o bem. Quando nos abrimos sobre nossas lutas, o que passamos individualmente e o que passamos como um grupo na indústria, isso ressoa com as pessoas. Muitas pessoas podem se identificar com isso. Se nos manifestarmos e pudermos ajudar pelo menos uma pessoa, faremos a diferença”, explicou Jade.

Ao ser perguntada sobre os opositores que questionam a participação de ambas as três na produção e criação dos seus materiais, Leigh ressaltou:

Eu sinto que é por estar em um grupo pop feminino. As pessoas presumem que não devemos ter voz ou que não temos muito a dizer ou que não escrevemos nossa própria música. Isso tem sido uma coisa contínua, mas fizemos tudo ao nosso alcance para, bem, nos livrarmos completamente desse estereótipo. Tudo vem de nós e sempre foi. Nós sabemos quem somos e o que fazemos. Estou muito orgulhoso de como defendemos as coisas e como usamos nossa voz. 

2. Os problemas da indústria musical

Originalmente formado no concurso de talentos “The X Factor UK“, o grupo feminino está inserido na indústria musical há 10 anos. Ao longo do tempo, as cantoras estiveram em contato com a parte mais crua e dificultosa desse mercado, o que gerou vivências obscuras que o público e a imprensa não têm acesso.

“Definitivamente, há um longo caminho a percorrer quando se trata de mulheres poderem falar sobre misoginia e suas experiências na indústria do entretenimento. As mulheres ainda não recebem o mesmo valor que os homens e ainda sofrem sexismo ou assédio no local de trabalho. Há força na solidariedade das mulheres que se defendem e fazem mais barulho, principalmente nas redes sociais.”, destacou Jade.

Ao ser questionada sobre os inúmeros conceitos errados levantados pela mídia, a integrante do Little Mix respondeu à Hunger Magazine:

Demorou muito para provar à indústria que tínhamos credibilidade o suficiente para sermos dignos de reconhecimento. Eu acho que isso veio de um reality show de talentos e de estar em uma banda de garotas. Sempre sentimos que somos os perdedores e temos que provar que as pessoas estão erradas, o que gostamos bastante, na verdade, e em que somos muito bons. Depois, há o [equívoco] de que há animosidade entre nós três. Esse é popular. Sempre vemos histórias inventadas sobre nós nos jornais. Só temos que aprender a ignorá-lo.

membras do little mix para hunger magazine. As três com as cabeças encostadas uma na outra. Leigh, Jade e Perry
Foto: Jordan Rossi

3. O apoio à comunidade LGBTQ+

Dando sempre vozes às minorias, especialmente aos LGBTQ+, em seus clipes, faixas e debates, o conjunto reforça a importância dessa ação para pavimentar caminhos de mudança no cenário musical e na sociedade.

“Estamos muito cientes de que temos uma influência, principalmente sobre nossos fãs mais jovens. É importante mostrar aos nossos fãs dessa comunidade que eles são aceitos, que os amamos e que eles devem ser celebrados – e encorajar outras pessoas a participarem disso. É bom senso, realmente. Sempre acho estranho quando as pessoas me perguntam por que sou um aliado, porque realmente não é preciso muito para fazer isso.”

Recentemente, o trio lançou o clipe do remix de “Confetti” com a rapper Saweetie, no qual destacam as participações especiais das drag queens Bimini Bon BoulashTayce e A’Whora da segunda temporada do programa “RuPaul’s Drag Race UK”.

Temos uma grande base de fãs e, dentro dessa base de fãs, temos muitos fãs LGBTQIA +. Estaríamos prestando um péssimo serviço a eles se estivéssemos nos beneficiando de sua lealdade para conosco, mas não falássemos por eles. Eu realmente espero que, ao fazer isso, encorajemos outros artistas e outras pessoas públicas a fazerem o mesmo.

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4. O descaso com a classe artística

Sempre pontual em seus posicionamentos, Jade Thirlwall reflete sobre o poder da cultura e de proporcionar canais que valorizem a arte para quem pretende construir sua carreira, principalmente aqueles que ainda vivem no anonimato e necessitam de maiores oportunidades.

Quando se trata de artes e quando se trata de talento, qualquer um  –  se você tem isso em você, se é algo que você gosta e se é uma paixão – pode ser um grande artista. Alguns dos maiores ícones e lendas vieram de origens da classe trabalhadora, precisamos encorajar isso tanto quanto pudermos e ter certeza de que o governo está apoiando isso e dando aos jovens a oportunidade de viver seus sonhos e ter um carreira na indústria. É o financiamento do governo que o ajuda a melhorar seu ofício e lhe dá essa oportunidade.

5. Little Mix: os planos para o futuro e o legado que querem deixar

Por Perrie Edwards, a jovem dá detalhes da nova Era do trio e os propósitos que estão sendo desenvolvidos para a nova fase da carreira do conjunto.

“Por um lado, é um novo começo porque somos três. Temos tantas coisas emocionantes planejadas, tanta música e algumas colaborações incríveis. Há muito o que estar animado, tanto para nossos fãs quanto para nós. Então, obviamente, estaremos em turnê no próximo ano. Nós literalmente mal podemos esperar para entrar em turnê, ela foi adiada duas vezes agora, então 2022 não poderia vir em breve.”

A repórter da Hunger Magazine, Megan Wallace, finaliza a entrevista perguntando sobre o que elas desejam no que se refere ao legado que será deixado pelo Little Mix durante esse período de entrega musical e de grandes serviços ao cenário do pop.

LA P: Quando as pessoas pensam em Little Mix, quero que pensem: “Eles fizeram alguns sucessos, usaram a voz para o bem, falaram sobre coisas que não estavam certas e mudaram o mundo”. Você conhece aqueles artistas que ativamente fazem mudanças? Eu adoraria que as pessoas pensassem em nós nessa categoria.

PE: Tipo, “ Deus, aquelas meninas me fizeram sentir muito bem comigo mesma, elas me deram tanta confiança, elas realmente deixaram sua marca”. Sim, isso seria glorioso …

JT: [Em tom de brincadeira] Lendas, querida, queremos ser lendas!

Foto: Jordan Rossi

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