Conhecida como a primeira artista brasileira sem ascendência asiática no K-Pop, Francinne bateu um papo com o Tracklist, no qual falou sobre seus planos para o futuro, a experiência no gênero pop coreano, além da relação do Brasil com a Coreia do Sul.
A cantora brasileira que no ano passado lançou o seu primeiro single no mercado de K-Pop, “Fading like a moon”, cantado todo em coreano, mostrou grande empolgação por fazer parte de uma das maiores indústrias fonográficas da atualidade, bem como o carinho e reconhecimento dos fãs sul-coreanos.
Acompanhe a entrevista!
Entrevista com Francinne!
Tracklist: Como é pra você, como brasileira, estar em meio a uma indústria musical tão diferente da do seu país? O que você vem aprendendo com isso?
Francinne: Assim, tudo é com muita dedicação, tem que ter muitos treinos e eu gosto muito disso, sempre gostei muito disso, de ser valorizada como cantora, de aperfeiçoar os meus dons, tanto de dança quanto de canto e eu penso que eles valorizam muito isso. Então isso me deixa muito feliz assim como cantora, como artista. Existe essa cobrança, mas é uma cobrança que eu não sei se é porque eu sou capricorniana, mas eu gosto, gosto de trabalhar, eu gosto de fazer, eu gosto de tudo muito bem feito. Eu gosto muito disso. Por exemplo, antes de eu entrar na empresa coreana, pra gravar o videoclipe, eu ensaiava dois dias pra isso. Com balé e fazia, tipo, era eu cantando e balé dançando. Agora no K-pop é diferente, o balé faz parte, tudo faz parte, né? Da apresentação, da performance. Então, é muitos ensaios e eu acho isso muito legal, que fica tudo perfeitinho, assim, fica bonito de ver. Dá pra ver que tem amor, tem dedicação, sabe? Tem tempo ali.
Tracklist: Sua carreira é construída entre essa ponte Brasil-Coreia. Como você constrói sua marca tendo que lidar com distintas culturais, tradições, estética?
Francinne: Olha, quando eu tive o contato com a cultura coreana pela primeira vez, eu me encantei, parece que eu me encontrei ali. E tudo começou por causa de um feat que fui convidada por um artista coreano (Spax)que estava no Brasil, e as fãs dele me abraçaram de uma forma assim que começaram a me ensinar palavras em coreano, aí comecei assistir doramas que são séries coreanas, ouvir música, eu comecei a me encantar, eu falei: “meu Deus! o mundo é completamente diferente do nosso e é muito encantador”. A cultura coreana é encantadora e aí eu comecei a aprender, comecei a cantar as músicas, por mais que eu não soubesse cantar direito, né? Eu comecei a cantar, e aí eu chamei a atenção desses empresários coreanos que eles já estavam com ideias de um projeto, né? De ter intercâmbio entre Brasil e Coreia e aí, quando eles me viram eles falaram “vamos fazer esse projeto juntos”, vamos pegar você pra fazer essa ponte aqui com a Coreia. E agora a Coréia está super em alta aqui do Brasil, né? Muito culinária, música, série, enfim eu me sinto muito abraçada assim pelos fãs e eu realmente gosto, sabe? É uma coisa muito encantadora.
Tracklist: Sendo a primeira brasileira no k-pop, quais os obstáculos que você enfrenta por estar nesse cenário?
Francinne: Olha, é aquela coisa que eu te falei da dedicação, né? Que a gente tem que estar sempre melhorando e sempre evoluindo sempre, se observando pra fazer melhor, porque o padrão é muito alto, né? Então, a gente tem que ralar muito. Existe também uma cantora que é a Leia, ela é brasileira. E a gente tem contato também, então a gente conversa, né? Ela ela já falou também das dificuldades, as coisas que ela passa lá e realmente é um mundo de muita dedicação e eu gosto disso.
Tracklist: O k-pop já tem uma identidade bastante padronizada no mercado. O que você pretende fazer de diferente no cenário? E como pretende fazer isso?
Francinne: Olha, a gente pretende fazer isso com elementos do Brasil, sabe? Trazer um pouquinho do nosso país pra esse mundo. Eu acho que é muito legal, acho que o Brasil tá super em alta também, tem muita riqueza em música, instrumentos, enfim a gente pode trazer um pouco disso também. E no momento a gente tá trazendo músicas da Coreia pra lançar no Brasil, a gente tá fazendo as versões em português pra lançar aqui no Brasil, mas a gente também tem esse interesse de trazer elementos do Brasil pra Coreia também, né? A gente tem muita riqueza de sons e ritmos que realmente encanta eles lá, né? E é muito legal! Eles até se sentem assim surpresos quando vê uma pessoa que não tem nenhuma ascendência cantando em coreano e gostando da cultura deles. Isso é muito legal!
Tracklist: De que forma você pretende trazer o Brasil para sua música, mesmo ela sendo k-pop?
Francinne: Eu acredito que com esses elementos assim, de instrumentos brasileiros, de algum sample do Brasil, sabe? De alguma bossa nova. Eu acho que isso é muito legal. né? Dá aquele despertar, nossa tem um brasileiro ali. Lá na Coreia eu escutei até Anitta tocando nas rádios, em algumas lojas e tenho certeza que eles vão curtir muito essa vibe.
Tracklist: Quais os seus planos para conquistar a Coreia?
Francinne: Olha, eu acho que eu não tenho planos, acho que eu amo e isso não é não é forçação, é uma coisa natural. Eu amo ouvir as músicas, cantar as músicas antigas, novas, eu acho que isso deixa eles um pouco impressionados. Assim como eu já assisti as séries e gostei da história da Coreia, tô aprendendo a falar, né? O idioma deles, toda essa dedicação, sabe? Tem que amar, se não amar, não vai rolar, então eu acho que quando eles sentem essa sinceridade, eles ficam muito felizes, acho que isso é muito legal.
Tracklist: Como você planeja mesclar, por exemplo, coreano com elementos culturais do Brasil na sua música, arte?
Francinne: Eu acho que a gente pode gravar videoclipes no Brasil, Rio de Janeiro, pra mostrar a beleza da nossa Terra pra eles. Cantar uma parte em coreano e outra em português, fazer essa mesclagem. Usar elementos como bossa nova. Então dá pra fazer muita coisa com esse intercâmbio.
Tracklist: A música do Brasil hoje está garantido um grande espaço no mercado internacional, de que maneira você acredita que é possível fazer essa mesclagem entre os nossos gêneros e o k-pop?
Francinne: Acho que tudo é possível quando fazemos com dedicação. O K-Pop está ganhando um espaço enorme no Brasil, estamos conhecendo a cultura deles, se encantando. As minhas próprias bailarinas, temos mostrado nos ensaios como é essa rotina de ensaios, e elas ficam encantadas, porque é uma dedicação que aqui não tem, uma perfeição de movimento, sabe? E elas ficam realmente encantadas!
Tracklist: Olhando pro Brasil agora, a Pabllo Vittar por exemplo é grande fã do k-pop e o último show dela em comemoração aos 5 ano de carreira teve inspiração nos cenários de shows de k-pop. Você acha que é possível fazer isso com a nossa música também, com nossos gêneros, em português?
Francinne: Com certeza! Acho que o K-Pop nada mais é do que o pop feito na Coreia. Um pop grandioso. E aqui no Brasil a gente já sabe fazer, Pabllo, Anitta, Luísa Sonza. Então acho que a única diferença é a coreografia, que a gente não chegou junto. A Pabllo é a que mais se aproxima dessa questão da estética, dança. Inclusive, o meu show vai ser todo inspirado nos shows de k-pop, muita interação com o público também, muita dança. Então, a gente está procurando fazer essa mescla, com conteúdo da Coreia aqui pro Brasil.
Trakclist: Quais são os seus planos para o futuro na sua carreira?
Francinne: Eu to aprendendo coreano, me dedicando ao canto e a dança. Pretendo também voltar para Coreia esse ano, ainda não tem data certa, quem sabe eu não more lá, tenho muita vontade de morar lá, de construir uma carreira lá, porque me sinto muito valorizada, sabe? Tenho muita a vontade. Vou lá, faço conteúdo para os brasileiros, então quem sabe!
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