A música cortou o caminho na vida de Rachel Reis, uma baiana natural de Feira de Santana (BA) que, aos 25 anos, já tem presença confirmada no line-up de festivais nacionais ao lado de seus ídolos de infância. De berço e de sangue, o amor de Rachel pela arte é compartilhado com a mãe e a irmã, mas até chegar aqui, a voz de “Maresia” relutou contra o desejo de subir nos palcos.
Seu último emprego, como recepcionista de posto de saúde, foi o que deu sua virada de chave para investir na composição e produções próprias. Hoje, com exclusividade, a baiana garante para os românticos de plantão: o disco de estreia sai em agosto deste ano e terá 11 faixas.
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Confira a entrevista completa de Rachel Reis para o Tracklist
A nova fase do “pagodão baiano” não poderia estar mais bem servida — Rachel Reis, que estourou no último ano com o hit “Maresia”, garante que o disco de estreia solo já tem previsão de lançamento: “Ele tem que sair em agosto. Estou querendo que saia em agosto, se tudo der certo, sai em agosto, em nome de Jesus”, reitera repetidamente a baiana com um aceno à religiosidade familiar. Filha de cantora evangélica, a música é parte da rotina desde a infância.
“Eu vim de uma família de artistas. Minha mãe era uma cantora de seresta, é evangélica, já tem uns 15 anos mas eu peguei ali no início a fase de quando ela subia nos palcos. Ia junto eu e minha irmã. Meu pai trabalhava também na produção da minha mãe, ele estava junto nessa correria e tinha tios também que estavam em banda, então tudo ali na minha infância era voltada para música”, relembra Rachel sobre a mãe, Maura Reys, e completa: “Ela passou por muita coisa, ela era muito nova e muito ingênua, uma mulher negra no mercado branco, num mercado machista, então isso tudo influenciou para que ela não continuasse [cantando].”
Também irmã de Sara Reis, que é cantora de pisero, Rachel Reis confessa durante a entrevista que demorou para investir na música. Fez um período de Direito, trabalhou com telemarketing e, somente em 2016, passou a cantar profissionalmente em eventos locais.
“Eu cantava cover e eu queria cantar músicas minhas, ficava chateada com isso. Estava cansativo para mim”, desabafa a artista, que relembra como começou a investir nas suas composições: “Fui conhecer, consumir, entender como que funcionava para fazer uma gravação e fiquei nessa pesquisa por um tempinho. Nesse período eu conheci o Barro e ele me disse que estava abrindo o estúdio dele em Recife.”
“Ventilador” foi sua faixa de estreia através da produção de Barro, seguida por “Sossego“. Em 2021, durante o auge da pandemia de Covid-19 no Brasil, Rachel Reis se juntou a Zamba e Cuper para a produção do seu primeiro EP. “Encosta“, com 4 faixas, foi todo produzido à distância e dita o tom da identidade que Rachel estava consolidando enquanto artista naquele primeiro momento.
“Tem coisas que acontecem hoje que são coisas que eu sempre quis que acontecessem. As pessoas com quem eu trabalho hoje, os meus lançamentos, a sonoridade que eu venho trabalhando ( …) A Rachelzinha de uns anos atrás ficaria boba. Eu me sinto um pouco anestesiada às vezes. Eu vejo as coisas acontecendo e parece que não são comigo, são à parte, porque são coisas de verdade que eu sonhei muito até chegar aqui, então é muito maluco isso acontecendo na nossa frente”, confessa.
E não é à toa: Rachel Reis é queridinha na agenda dos festivais nacionais em 2022. Do MITA, que arrastou multidões em São Paulo e no Rio de Janeiro em maio deste ano, ela já tem presença confirmada na segunda edição do Rock The Mountain de 2022 e no Coala FSTVL, ambos para o segundo semestre. Nesse meio tempo, a cantora não deixa os estudos de lado também — Rachel curso o sexto período de Publicidade e Propaganda e tem como meta para 2023 a grande formatura.
Sobre o hit “Maresia“, que a deixou resistente sobre o lançamento, a baiana fala sobre como se sente atualmente. “Gosto da forma como ela chega em várias pessoas de todas as tribos”, ela analisa, e conclui: “Eu acho isso incrível e acho que isso tem muito a ver com a forma como é uma música simples, uma música fácil de pegar, um amor que todo mundo quer viver e tá ali, é palpável. As pessoas conseguem ouvir e se transportar para esse universo.”
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