Após alguns adiamentos e a alta expectativa do público, “Life Support”, o primeiro álbum de estúdio de Madison Beer, chega em todas as plataformas digitais nessa sexta-feira (26). A artista é uma grande aposta do atual cenário pop mainstream mas não é nem um pouco novata na indústria. Ela já percorreu uma longa e difícil jornada até o atual ponto de sua carreira. Ficou curioso? Vamos então conhecer um pouco mais da história de Madison Beer e o que esperar de “Life Support”.
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Como Madison Beer começou?
Nascida em Nova York, a partir de seus 12 anos Madison começou a postar covers no Youtube, principalmente de clássicos do soul e r&b. No entanto, a sua vida mudou de repente quando Justin Bieber compartilhou o cover que Madison fez de “At Last”, de Etta James. A partir desse momento, a cantora ganhou uma grande visibilidade instantânea e logo em seguida assinou com a Island Records e com o manager Scooter Braun (o mesmo de Bieber e Ariana Grande).
A expectativa era alta, ainda mais com todo o sucesso de Justin Bieber na época. A gravadora queria repetir a mesma fórmula e tornar Madison a próxima grande estrela pop do momento. Por isso, a Island mantinha um grande controle criativo em tudo que ela fazia: o seu visual, a sonoridade e a composição. E é por aí que os problemas começam!
Madison Beer x Gravadora
O debut de Madison foi com o single “Melodies”, que contou até com a participação de Justin Bieber no videoclipe. Sonoramente a música tem a cara do pop da época: uma forte produção eletrônica e um refrão chiclete. Algo que destoou do que as pessoas conheciam na época de seus covers no Youtube. No final, a música não alcançou o grande sucesso que a gravadora apostava.
Nos anos seguintes a cantora lançou singles como “Unbroke”, “All For Love” e “Something Sweet”, todos seguindo a mesma tendência que a gravadora queria emplacar, mas sem alcançar o retorno que esperavam. Sendo assim, o aguardado álbum de estreia nunca saiu, e em 2016, Madison Beer foi demitida da Island Records.
“Literalmente tudo foi tirado de mim. Eu tinha Justin Bieber no meu videoclipe, eu tinha planejamentos para participar de séries e filmes… e de repente tudo foi perdido. Sem Scooter, sem Justin, sem gravadora e sem advogado. Todo mundo me deixou e desistiram de mim”, comentou Madison em entrevista ao Build Series.
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Madison Beer como artista independente
Após quase perder tudo, Madison se recuperou e persistiu em busca de seus sonhos, só que agora como uma artista independente. Em entrevista para Rolling Stone, a cantora comentou que o principal conflito foi a gravadora querer botar o seu trabalho em uma “caixinha” de pop chiclete, enquanto ela insistia em fazer a sonoridade a qual sempre amou – o soul e r&b, assim como eram os seus covers no Youtube. Mas eles sempre rebatiam falando: “Um dia quando você for mais adulta você faz”. Até que ela percebeu que não precisava espera por esse dia chegar.
As She Pleases
Entre 2017 e 2018, Madison começou a investir em seu primeiro EP intitulado “As She Pleases”. Uma das músicas que se tornou bastante popular na época foi o single “Dead”, com uma produção pop minimalista que flerta com o indie pop.
No EP, Madison explorou o pop com r&b, algo a qual sempre demonstrou afinidade. Esse foi um projeto que ajudou a fortalecer a sua identidade artística na época, se distanciando do repertório do início da carreira. Inclusive, “Home With You” bateu o recorde ao ser o primeiro single de um artista independente a entrar no top 20 das paradas de pop nas rádios americanas. O projeto se consolidou com um dos EP’s independentes mais bem sucedidos nos Estados Unidos.
A origem do “Life Suport”
ATENÇÃO: o conteúdo a seguir pode conter temas sensíveis ao público, envolvendo depressão e automutilação.
Após a turnê de “As She Pleases”, a cantora finalmente investiu na produção do seu primeiro disco. Porém, mesmo com a volta de sua carreira e sucesso, ela ainda tinha barreiras e conflitos internos para lidar em sua vida pessoal. Em 2019, Madison foi diagnostica com transtorno de Borderline. Desde então, a artista tornou-se cada vez mais aberta sobre a sua saúde mental nas redes sociais e consequentemente em suas músicas.
“Dietas que eu não deveria tentar, parecem suicídio social
E honestamente é cianeto, estou condenada à morte
Aos 21 anos, desde os 17, graças a todas as revistas
E, as vezes, eu só quero gritar e quebrar a minha tela“
Tradução do trecho da música “Dear Society”, lançada em 2019.
Tudo indicava que o álbum tornava-se cada vez mais próximo de ser lançado. No final de 2019 fomos surpreendidos quando Madison deixou de ser uma artista independente e assinou com a sua atual gravadora, Epic Records.
Em entrevista para NME, a cantora revelou aspectos pessoais de sua vida e como produzir esse álbum foi um dos motivos de continuar viva, sendo assim a razão de nomear o projeto de “Life Support”.
“Eu estava passando por um momento muito difícil enquanto fazia esse álbum. Eu tinha sido diagnosticada com transtorno de Borderline e estava em um momento muito sombrio e instável. Eu ia para terapia três vezes por semana (…) Não queria mais seguir em frente, mas a minha equipe me deu muito suporte. Tinha vezes que eu ia para o estúdio e ficava umas oito ou nove horas por lá, apenas chorando e desabafando o como estava deprimida”, comentou a cantora.
Em agosto do ano passado Madison revelou ao seu público que tinha completado um ano livre da automutilação. Algo que nem os seus fãs sabiam que a artista passava na época. “Criar o meu álbum foi de fato o meu sistema de suporte e por isso o chamei de “Life Support”. Ele me deixou viva e eu achei a paixão em algo que fez me sentir bem. Eu fiquei tipo, ‘essa é a razão de continuar viva e isso é o suficiente. Eu posso estar aqui presente por isso”, complementou.
Expectativas para o Life Support
Em 2020, com o disco finalizado, Madison lançou o primeiro single do álbum, “Good In Goodbye”. Porém, com a pandemia, o seu álbum foi adiado para 2021. Enquanto isso, foram lançados os singles “Stained Glass”, “Boyshit” e “Selfish”. Nesse último, Madison alcançou pela primeira vez o top 60 no Spotify dos USA e UK, tornando-se o décimo single solo mais escutado por uma artista feminina em 2020, acumulando mais de 100 milhões de streams.
As suas principais inspirações musicais são Tame Impala e Daft Punk. Em entrevista para Rolling Stone, Beer comentou que na faixa “Stained Glass”, por exemplo, ela se inspirou em Radiohead, Kid Cudi e Tame Impala.
“Life Support” promete estabelecer Madison Beer como artista e fazer com que o público entenda um pouco mais de sua jornada pessoal e sua carreira até agora. O disco contém 17 faixas e será lançado nessa sexta-feira (26), em todas as plataformas digitais. E aí, ansiosos para escutar?