Veterana da música popular brasileira, a cantora Adriana Calcanhotto lançou nesta sexta-feira, 7 de junho, seu mais novo álbum, “Margem”.
O disco é um encerramento na trilogia de álbuns sobre o mar. O primeiro, lançado em 1998, foi o “Marítimo”; o segundo veio 10 anos depois, “Maré”, em 2008. Agora, Adriana Calcanhotto finaliza suas canções sobre essa temática em “Margem”.
Até a data de lançamento do álbum completo, a cantora já havia deixado uma playlist no seu perfil oficial do Spotify, com 28 músicas, todas sobre o mesmo tema. Nela, os singles inéditos de “Margem” já estavam presentes: “Lá Lá Lá”, “Ogunté” e o homônimo ao nome do disco.
Adriana Calcanhotto explica
De acordo com o próprio site oficial da cantora, o single “Margem” que intitula o álbum foi uma canção que ela levou algum tempo construindo.
“É o tipo de música que projeto, imagino o que possa ser com o que quero dizer e depois levo algum tempo escrevendo. Escolhi uma batida clássica de Bossa Nova, com o aro da bateria bem pronunciado, fiz um loop longo desse beat e fiquei anos compondo em cima somente da batida. Nunca peguei o violão ou pensei em qualquer harmonia prévia. No estúdio, quando gravei a voz, depois de todo o arranjo gravado, foi que terminei a letra.
“Tinha algumas opções para determinadas palavras e na hora da gravação, ouvindo minha própria voz, é que ela foi finalizada”.
“Não é comum para mim esse tipo de procedimento, ao contrário, considero essa operação de ir para o estúdio com material não pronto muito arriscada, mas como já tinha bastante intimidade com as diversas possibilidades, fui gravando, ouvindo e fazendo as escolhas definitivas, sempre a parte mais árdua do trabalho de composição. Fazer escolhas, o que significa deixar palavras (ou notas) de fora”.
A Mulher do Pau Brasil
Antes mesmo do lançamento de “Margem”, Calcanhotto percorreu todo o Brasil no ano passado com a turnê “A Mulher do Pau Brasil”. Inclusive, algumas das músicas tocadas durante seus shows foram gravadas e incluídas apenas agora no disco novo.
Entretanto, foi apenas em 2019 que pudemos desfrutar de músicas realmente inéditas – e, mesmo assim, há músicas já conhecidas do cenário MPB que compõem as nove músicas do disco recente. É o caso das faixas “Tua” e “Era pra Ser”, canções que, inicialmente, Adriana Calcanhotto escreveu e compôs para sua colega Maria Bethânia.
Há também a música “Os ilhéus”, regravação do músico José Miguel Wisnik sobre poema de Antonio Cicero e “O príncipe das marés”, de autoria do compositor Péricles Cavalcanti.