Com sete anos de estrada, a banda Ego Kill Talent vem conquistando cada vez mais seu espaço no rock nacional e internacional também. O quinteto, que leva o nome de uma espécie de mantra para eles mesmo sobre autoconhecimento e individualismo, é conhecido pelo público por suas músicas com batidas energéticas e letras profundas, além de já terem sido responsáveis pela abertura de shows de grandes nomes, como Metallica e Foo Fighters.
Adicionando uma pitadinha especial ao Dia Mundial do Rock, Ego Kill Talent, mais especificamente seu baixista e guitarrista Theo van der Loo, concedeu uma entrevista ao Tracklist, onde falou sobre planos futuros nesse gênero musical tão significativo para cada um dos cinco integrantes e falou mais sobre a expectativa antes de embarcar para uma turnê internacional, além de detalhes de seu recente projeto acústico. Confira abaixo!
- Para começar, vamos falar sobre o “EGO KILL TALENT ACOUSTIC”. Todos os trabalhos feitos por vocês até agora têm um som muito energético e cheio de instrumentos. De onde surgiu essa ideia de dar uma ‘desacelerada’ nesse novo projeto?
Nós somos uma banda que curte muito harmonia, melodia. Por trás das nossas músicas, tem sempre uma construção harmônica e que é a ‘cama para a melodia poder pintar’. Então assim, desde que a gente começou a banda, sempre gostamos muito dessa ideia de fazer versões mais despidas, sem ter aquela coisa tão instrumental, avassaladora, brutal e mais para canção e essência da música, que é justamente a melodia da canção. Isso é uma coisa que já pensávamos em fazer, deixando mais amostra esse lado das composições mesmo. Foi muito natural na verdade, quando a gente está fazendo música, o Jonathan tem muito hábito de pegar o violão, tirar harmonia para poder pensar na melodia em cima. Por mais que às vezes a música é um solo de guitarra, que nem você falou, um monte de coisas acontecendo ao mesmo tempo, por trás disso tem toda uma harmonia acontecendo que fica mais evidente no acústico. Curtimos muito e nos emocionamos muito ouvindo, está sendo um processo interessante.
Leia também: Novidades sobre datas do Lollapalooza e Rock in Rio; saiba mais
- Em relação ao público, que está acostumado com músicas agitadas, pode haver uma confusão sobre o que esperar desse projeto acústico. O que você diz sobre as possíveis expectativas dos fãs?
Eu acho legal causar esse sentimento nas pessoas, é uma coisa que você fala “Nossa, como é isso daí? Quero ouvir!”. Acho que é um convite ao curioso, ao novo. A curiosidade é como se fosse atender um convite, então eu acho muito positivo. Quem curte a banda vai identificar muito claramente que é Ego Kill Talent e que as músicas são aquelas que eles conhecem, não é uma versão completamente diferente das outras, é canção que você já conhece, mas de uma forma mais íntima.
- O projeto acústico será dividido em três álbuns, tendo o primeiro já sido lançado recentemente. Como foi a recepção de um trabalho distinto do que vocês vêm fazendo durante sete anos?
Parece que a galera tava esperando isso. É interessante porque não era uma coisa que a gente ouvia as pessoas pedirem, a galera não pedia em comentário nem em show, mas quando a gente anunciou, veio muita gente falando “Ah, tava esperando muito por isso! Sempre tive curiosidade!”. Parece que tinha uma demanda que a gente nem sabia.
- Vocês estão com uma agenda lotada de shows internacionais, incluindo Estados Unidos, Alemanha, França e muitos outros. Como está sendo a sensação de se preparar para o retorno aos palcos e com um público estrangeiro?
É muito legal. Na Europa a gente já tocou umas 3 vezes, nos Estados Unidos a gente nunca foi. Então, a gente está bem ansioso para isso, vamos tocar em festivais super grandes lá e os Estados Unidos é um país ‘super rock’, eu acho que é um dos maiores mercados de rock no mundo. Além disso, dá uma vontade também de tocar essas músicas novas ao vivo porque a gente nunca tocou, então é uma coisa como se fosse um time que treinou, treinou, treinou e não jogou. Para falar que a gente nunca tocou, fizemos um show com o Bob Burnquist no estádio do Palmeiras durante a pandemia, mas era um show drive-in, todo mundo dentro do carro, era uma coisa meio diferente.
- Lollapalooza, Rock In Rio e muitas outros festivais, além de abertura de shows para grandes nomes do rock. O que tudo isso significou para a Ego Kill Talent?
É tanta coisa que é até difícil falar uma só. Primeiro de tudo, eu acho que é uma realização pessoal. Rock In Rio, Lollapalooza, festivais da Europa são eventos que, quando eu era moleque, eu ficava vendo minhas bandas preferidas tocarem e agora a gente está lá. Por exemplo, no Lollapalooza Chile a gente tocou no mesmo dia e palco que o Pearl Jam. Então, é uma coisa muito gratificante. Depois, vem a união da banda porque é uma experiência muito intensa você vive e que você compartilha aquilo com teus amigos que estão ali no palco. Então, dá uma coisa de ‘a gente está aqui vivendo isso junto, não seria possível para nenhum de nós 5 estar vivendo aquilo sem os outros 4’. Isso gera um ‘encaixe’ entre nós que acaba refletindo em outros shows. Quando você vive experiências como tocar no Maracanã com Foo Fighters, é como se ‘o bicho ganhasse vida’.
- Com a grande repercussão da Ego Kill Talent fora do país, vocês pensam em investir mais na carreira internacional ou querem manter um ‘pezinho’ aqui no Brasil?
Os dois: investir na carreira lá fora e, com certeza, deixar um pé aqui no Brasil. A gente queria começar a marcar show no Brasil já, mas o problema é que lá fora está um pouco na frente em termos de abrir e voltar a ter shows. Então, a gente está indo lá primeiro por isso, porque é onde abriu o primeiro, mas a gente não vê a hora de poder marcar um show aqui. Vai ser os dois caminhando juntos, lá e aqui.
- Para finalizar, julho é o mês do rock e queria saber mais sobre o que esse gênero musical, que eu acredito que seja muito mais do que isso, significa para a Ego Kill Talent?
Eu também acho que não é só um gênero. O rock é um estilo de vida e quando você vê quando você pega ao longo da história as bandas de rock e vai olhar para as letras e tal, você encontra muito no rock composições muito pessoais, a gente vê isso muito presente no rock. Eu acho que isso une muitas pessoas porque existe um fenômeno meio louco que, quando você escreve uma coisa muito pessoal tua, quando outra pessoa ouve aquilo ou lê, você toca em um lugar muito pessoal nela. Então, eu acho que o rock constrói pontes entre as pessoas muito sólidas porque vem de um lugar muito verdadeiro e muito sincero. Eu acho que o rock pra gente é uma ponte, onde a gente se comunica com todo mundo que quiser se comunicar com a gente: com a galera que ouve, com a galera que é da indústria. Para gente, é uma ponte pro mundo.