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Contra o racismo e sexismo: The Linda Lindas e 10 outras músicas para ouvir

Muitos artistas já escreveram músicas contra o racismo e sexismo. Umas das mais recentes a viralizar com as temáticas é a jovem banda The Linda Lindas, que recentemente viralizou na internet com a música ‘Racist, Sexist Boy‘.

As meninas, que possuem entre 10 e 16 anos, se apresentaram ao vivo na biblioteca pública de Los Angeles no começo do mês. Durante a performance, elas apresentaram a música ‘Racist, Sexist Boy‘, que conta uma experiência vivida pela baterista Mila, de apenas 10 anos.

“Um pouco antes de começar o lockdown, um menino da minha sala veio até mim e disse que o pai dele tinha o dito para ficar longe de pessoas chinesas. Depois que eu disse para ele que sou chinesa, ele se afastou. Eloise e eu escrevemos essa música a partir dessa experiência.”, contou Mila, antes de começarem a cantar a música.

musicas contra racismo e sexismo
Foto: Reprodução/YouTube

“Você é um menino racista e sexista. Você diz coisas maldosas e você fecha sua mente para coisas que não gosta e você se afasta de coisas que não quer ver!”, elas cantam. A banda traz de volta o poder do punk rock e já impressionaram nomes do ritmo, como as bandas Best Coast e Bikini Kill. Além das bandas, as jovens impressionaram também a internet com o talento e as opiniões fortes.

Reunimos aqui outras músicas que vão contra o racismo e sexismo. Confira:

10 músicas contra racismo e sexismo

1. Boa Esperança – Emicida

A música faz parte do segundo álbum de estúdio de Emicida, ‘Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa’, lançado em 2015.

A letra forte propõe uma reflexão profunda a cerca do racismo que persiste ainda hoje no Brasil, além de retratar a luta de classes e a urgência de acabar de uma vez por todas com o trabalho escravo.

“Tem uma parada que é muito louca, que o Brasil precisa discutir. Uma é a escravidão e a outra é o modus operandi da escravidão que está presente até os dias de hoje na realidade brasileira.”, o rapper pontua nos bastidores do clipe da música.

“E os camburão o que são? Negreiros a retraficar / Favela ainda é senzala, Jão! Bomba relógio prestes a estourar / O tempero do mar foi lágrima de preto”, é parte da letra de ‘Boa Esperança’.

2. Boys Will Be Boys – Dua Lipa

Boys Will Be Boys‘, do mais recente álbum de Dua Lipa, ‘Future Nostalgia‘, revela alguns dos vários problemas que as mulheres enfrentam diariamente em um mundo sexista.

“É natural voltar para casa antes do Sol se pôr, ou esconder suas chaves entre os dedos quando há garotos por perto. Não é engraçado como rimos para esconder o nosso medo, quando não tem nada de engraçado aqui?”, Dua canta.

A música foi, inclusive, a escolhida para abrir a premiação Women In Music da Billboard em 2020. Além da performance, Dua Lipa também recebeu o prêmio ‘Powerhouse‘, por ter dominado streamings, mídias sociais e vendas no ano.

3. I Can’t Breathe – H.E.R

A canção vencedora do Grammy de Música do Ano de 2020 é um protesto sobre o assassinato brutal de George Floyd por policiais estadunidenses. ‘I Can’t Breathe‘ faz menção a frase dita por George minutos antes de sua morte.

A música também trata temas como ancestralidade, violência policial, injustiça e o genocídio da população negra nos Estados Unidos. “Toda corrupção, injustiça, os mesmos crimes, são sempre um problema se brigamos ou não. E nós morremos, não temos os mesmos direitos”, é parte da letra que H.E.R canta.

O videoclipe da canção foi feito em apoio ao movimento Black Lives Matter e homenageia milhares de pessoas negras que tiveram suas vidas violentamente tiradas.

4. Mother’s Daughter – Miley Cyrus

Mother’s Daughter‘ é o single do EP ‘She Is Coming‘, lançado por Miley em 2019. A canção trata da liberdade das mulheres para ocuparem os lugares que quiserem

“Olhe para ela, ela tem o poder. Não f*da minha liberdade, eu vim para me dar bem. Sou obscena, sou malvada. Deve ser algo na água ou o fato de eu ser filha da minha mãe”, fala a música.

O clipe da música retrata mulheres de todos os jeitos, corpos, estilos e etnias.

5. This Is America – Childish Gambino

This Is America‘, de Childish Gambino, nome artístico de Donald Glover, foi um dos maiores hits de 2018.

Com versos como “Esta é a América. Não dê mole, cara. Veja como estou vivendo agora. A polícia está viajando agora”, o cantor denuncia o racismo sistemático que persiste nos Estados Unidos.

Em seu videoclipe, ele escolhe retratar o poder da mídia de deixar as pessoas alheias aos acontecimentos violentos no país, principalmente quando a vítima é a população negra.

6. Triste, Louca ou Má – Francisco, El Hombre

‘Triste, Louca ou Má’ compõe o álbum ‘Soltasbruxas’, da banda Francisco, El Hombre, lançado 2016 e foi indicada ao Grammy Latino de melhor canção em língua portuguesa em 2017.

A música levanta um questionamento sobre a imagem que a sociedade tem da mulher que escolhe não seguir os padrões impostos à ela pela sociedade, como casamento e maternidade. “Triste, louca ou má será qualificada ela, quem recusar seguir receita tal. A receita cultural, do marido, da família, cuida, cuida da rotina.”

7. Freedom – Beyoncé

A faixa do icônico álbum ‘Lemonade‘, em parceria com Kendrick Lamar, representa, da maneira artística de Beyoncé, a luta antirracista, e acabou se tornando uma música tema do movimento.

Em um dos refrões mais poderosos do álbum, ela canta “Liberdade, liberdade! Onde está você? Porque eu preciso de liberdade também. Eu vou quebrar as correntes sozinha, não vou deixar minha liberdade apodrecer no inferno. Eu vou seguir em frente, porque vencedores não desistem deles mesmos”.

Além de abordar o racismo, Beyoncé traz também a união feminina, que ela acredita ser a força necessária para mudar o futuro.

8. Strip – Little Mix

Presente no quinto álbum de estúdio do girl group, ‘Strip‘ fala sobre os padrões de beleza impostos às mulheres e os efeitos causados nelas pela cobrança de perfeição.

“Tiro toda a maquiagem porque amo o que tem por baixo. Jogo fora suas palavras, não me importo, já superei”, as meninas do Little Mix cantam em forma de empoderamento.

O videoclipe, que foi alvo de muitas críticas quando lançado, enaltece todos os mais diversos tipos de corpos femininos.

9. Alright – Kendrick Lamar

Lançada em 2015 no disco ‘To Pimp a Butterfly‘, ‘Alright‘ se tornou um hino dos protestos antirracistas nos Estados Unidos. Em 2019, a Pitchfork considerou a canção como a melhor da década, colocando-a no topo da lista das 200 melhores músicas desde 2010.

O verso ‘We gon’ be alright‘ sempre se faz presente nas manifestações de movimentos contra a violência policial, como o Black Lives Matter. A música não só critica o racismo sistemático dos Estados Unidos, como também traz esperanças para a população negra do país.

10. The Man – Taylor Swift

Presente no álbum ‘Lover‘, o sétimo de estúdio da cantora, a música ‘The Man‘ é uma crítica a desigualdade de gênero presente na indústria da música e no mundo.

Em trechos como “Eles diriam que eu me esforcei, foquei no trabalho, eles não balançariam suas cabeças e questionariam quanto disso eu mereço”, a cantora imagina o quão mais fácil seria a sua carreira se ela fosse um homem.

Leia também: O racismo, a xenofobia e o machismo que sustentam as categorias no Grammy


Qual dessas músicas contra o racismo e sexismo é a sua favorita?

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