Antes de encerrar sua passagem pelo Brasil, o Muse fez uma parada em São Paulo, para tocar dias depois de sua épica apresentação no Rock in Rio. O trio encerrou o festival como o último show da noite – domingo, 6 de outubro – encantando os fãs e arrancando ótimas críticas. Vide nossa resenha aqui.
Conforme foi adiantado, o que mais poderíamos esperar do Muse tocando em um show solo, apenas para fãs, em um local tão pequeno quanto o Ginásio do Ibirapuera? Para quem ia tocar antes no Allianz Parque (mesmo lugar em que tocaram da última vez que passaram por São Paulo), o ginásio realmente deu uma grande diferença. Até porque o evento teve seus ingressos esgotados.
Banda de abertura, estrelando Kaiser Chiefs
Mas antes, falemos da banda de abertura. Foi ninguém mais, ninguém menos, que o Kaiser Chiefs. O grupo foi anunciado de última hora, provavelmente para poder contribuir ainda mais na venda de ingressos para a grande atração da noite. E a escolha não poderia ter sido melhor: a banda veio para divulgar seu álbum mais recente, lançado este ano, o “Duck”.
Novas músicas
Apesar de um show curto, deu para ter uma boa experiência de como é o KC ao vivo – claro, para aqueles que nunca assistiram a um show dos caras, foi pego de surpresa. Energéticos como sempre, a banda entregou um bom aquecimento para os fãs de Muse que já estavam ali entediados, esperando. A setlist variou entre seus maiores sucessos, desde “I Predict a Riot” e “Ruby”, claro. Até as mais novas, como “People Know How To Love One Another” e “Record Collection”.
O show se encerrou em “Oh My God”, sucesso do debut álbum do Kaiser Chiefs, “Employment” (2005). Com o refrão grudento, o ginásio até participou da música, por incentivo do vocalista, Ricky Wilson. Mas, visivelmente, o público ali conhecia muito pouco da banda para poder aproveitar, de fato, a atração. O grupo animou, cumpriram com o seu papel. Mereciam mais atenção.
Muse e sua superprodução
Acabado o Kaiser Chiefs, começou a contagem regressiva para a entrada do trio no palco. Apesar de terem atrasado alguns minutos, a explosiva recepção da plateia fez provar a quantidade de fãs enlouquecidos que lotavam o espaço. Logo de início, já dava para ter uma noção da superprodução que o Muse havia trazido para o ginásio.
Sim, foi a primeira vez que o trio trouxe toda a sua aparelhagem para a América do Sul. Os fãs puderam degustar de um show de verdade, com tudo o que a banda sempre oferece lá fora: grande produção, palco cheio de luzes, leds, dançarinos, coreografias, confetes, o boneco gigante por trás do cenário. Tudo o que os brasileiros já tinham visto pelo Rock in Rio.
Setlist impecável
A setlist focou bastante na temática cyberpunk do “Simulation Theory” (2018), álbum de estúdio mais recente da banda. Inclusive, foram nas músicas desse disco em que aconteceram a maior parte das atrações, como os jatos de espuma em “Propaganda” ou os trombones sincronizados em “Pressure”. Tudo isso com os dançarinos vestidos até a cabeça com muitas luzes.
Além disso, o Muse não deixou os fãs das mais antigas na mão. Tiveram grandes clássicos da banda como “Supermassive Black Hole”, “Hysteria”, um pouco de “The Handler”, “New Born”, “Madness”, “Uprising”… todos os discos do trio foram representados. Até o primeiro, “Showbiz”, deu as caras no show.
#PlayShowbizInBrazil
Depois de uma massiva campanha no Twitter com hashtags por parte do fã clube brasileiro, parece que a banda resolveu atender ao pedido. “Showbiz”, faixa-título do debut álbum, foi lindamente tocada para o público seleto de fãs que encheram o Ginásio do Ibirapuera.
A faixa não foi tocada no Rock in Rio mas, em São Paulo, a ocasião foi outra. A oportunidade de os brasileiros ouvirem a canção, que não aparece com frequência na setlist, foi uma grande surpresa. Outro momento, também movimentado pelo FC, foi o flashmob com lanternas em “The Dark Side”.
Por fim…
O Muse não desapontou quem abriu mão de sua tranquila quarta-feira para ir vê-los. A banda entregou um show de qualidade, setlist completa, produção de tirar o fôlego e muita empolgação por parte do público. O trio também interagiu um pouco com a plateia, com o vocalista, Matt Bellamy, descendo uma vez para ir cumprimentar os fãs. Até uma bandeira do Brasil ele pegou.
Por muitas vezes, ele reforçou o quanto ama o nosso país e agradeceu o retorno que estava tendo. Palmas, gritos, refrões cantados, riffs de guitarra cantarolados e muito “olê, olê, olê, Muse, Muse!” fizeram parte do show, em sincronia com a energia do trio no palco.
Para fechar a apresentação, a banda tocou a “Knights Of Cydonia”. A música, que tem mais de 6 minutos de duração, fechou a noite de maneira épica, com o refrão passando nos telões para as pessoas acompanharem – como de costume. O que foi, na verdade, indispensável, já que o coro é há muito conhecido pelos fãs. Relembre aqui:
Foi, realmente, um espetáculo visual. Um misto de tecnologia, com azul e rosa, luzes em todo o canto, passarela, balões e flashmob. O Ginásio do Ibirapuera ficou pequeno para tamanha apresentação.