Em seu novo documentário para a Amazon Prime, “The Boy from Medellín”, o cantor vive em torno de acontecimentos que farão de seu show na sua cidade natal o mais importante da sua carreira, assim como lida com a ansiedade e a depressão em meio as ruas da Colômbia tomadas pelo seu povo exigindo mudanças governamentais e sociais. É nesse momento que J Balvin percebe a necessidade de ser politicamente franco enquanto cidadão colombiano.
Filmado em 2019 pelo renomado diretor Matthew Heineman, o documentário ressalta durante duas horas a importância de tratar a saúde mental como um assunto pertinente na sociedade e traz o artista solidarizando com o público que enfrenta essa luta diária consigo mesmo.
“Se algum de vocês também está passando por um momento ruim e não vê a luz, deixe-me dizer que isso acontece comigo também”, diz Balvin em uma show exibido no início da produção gravado no México.
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J Balvin reage aos protestos contra reforma tributária na Colômbia
O material que está disponível na plataforma de streaming desde o dia 7 de maio, foi liberado justamente no momento em que o país do cantor vive mais um conflito entre o presidente Ivan Duque e a população da Colômbia que protesta contra o atual governo, após esse propor uma reforma tributária, causando o aumento da insatisfação popular para com o Estado.
Diante desse cenário de retaliação que já deixou mais de 20 mortos no território colombiano, artistas como J Balvin veio a público falar abertamente sobre os protestos atuais.
“Digo não à reforma tributária e também não ao vandalismo de quem aproveita as manifestações para machucar, roubar ou destruir”, afirmou em uma postagem no Instagram. “A prioridade hoje deve ser a saúde de todos. Estamos em uma pandemia, precisamos salvar vidas!!!”
Na obra, o intérprete de “Mi Gente” já havia abordado sobre a sua posição política no que diz respeito ao seu papel como um dos maiores artistas latinos da atualidade, no qual possui uma imensa plataforma a ser usada como palco que dá voz a assuntos sérios.
Antes do seu show no estádio de Medellín em 2019, o povo colombiano ocupava as ruas para manifestar seu descontentamento contra o governo do presidente Duque. Nas imagens apresentadas, o cantor estava navegando nas redes sociais, quando nota que havia um rapper local criticando-o por não se manifestar.
“Eles estão perguntando: ‘Onde está o niño de Medellín’ e isso e aquilo'”, diz ele aos amigos que estão para jantar. “A situação que está acontecendo agora só torna as coisas mais complicadas, me deixa muito nervoso e tenho que ter muito cuidado com o que estou dizendo. Não quero entrar em coisas políticas porque isso não é meu. Só quero me concentrar em dar luz ao mundo. ”
Então, finalmente a estrela do reggaeton decide falar e postar sobre um adolescente que foi morto nos protestos.
Além de J Balvin, veja outros artistas que também já se posicionaram politicamente e promoveram através do seu amplo canal comunicativo, a conscientização acerca de pautas e contextos políticos ocorridos no seus países e em governos mundo a fora.
4 artistas que já se posicionaram politicamente de forma aberta
1. Anitta
No Brasil, em meio a tantos problemas políticos, os artistas acabam se sentindo na obrigação de se posicionarem contra qualquer ato que coloque a vida, os direitos dos brasileiros e de um país democrático em risco.
A cantora Anitta vem sendo uma das maiores porta-voz das colocações que vão de encontro com as propostas e atuação do governo atual. Desempenhando um papel político mais incisivo em suas redes sociais desde o ano passado, depois da cobrança de seus fãs, que queriam saber sobre sua opinião quanto ao governo de Jair Bolsonaro, a cantora nunca mais parou.
Houve posicionamentos contra a “MP da grilagem”, proposta por aliados do governo na bancada ruralista do Congresso, na qual se manteve oposta a ideia dizendo, “estou desesperadíssima. Com isso sendo aprovado, perdemos mais direitos para os indígenas, que estavam no Brasil antes de todo mundo”.
Bem como as mais recentes objeções que se debruçou em um pedido a Joe Biden para que ele não fizesse acordos de clima e de preservação da Floresta Amazônica com o presidente brasileiro, pois o Chefe de Estado não era confiável.
Em abril deste ano, a voz de “Girl from Rio” travou uma discussão com o ministro do Meio Ambiente, solicitando sua saída do cargo, no qual, esse alimentou um debate nada maduro com a artista, chamando-a de “Teletubbie”.
2. Rihanna
A barbadiana sempre foi uma opositora efêmera de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, e nunca ficou para trás quando o tópico era criticar o político e o seu governo.
De pichações em que ofendia o Chefe de Estado com dizeres de “FUCK TRUMP” (foda-se, Trump)” a postagens destinadas diretamente a ele, Rihanna sempre esteve pronta para alfinetar o norte-americano.
Um dos maiores posicionamentos direcionado ao empresário feito pela cantora aconteceu em 2019, após suscetíveis massacres realizados por terroristas estadunidenses contra a comunidade mexicana no estado do Texas e outro em Ohio. Um dos atiradores foi reconhecido como supremacista branco e era apoiador de Donald Trump.
A ferrenha postura xenofóbica com os imigrantes e a defesa do porte de armas era um dos entraves de muitas personalidades para com o ex-presidente, incluindo a caribenha. A cantora criticou a linha política de Donald respondendo um tweet seu através de um post no Instagram.
“Seu país sofreu dois ataques terroristas seguidos um do outro, com poucas horas de diferença e deixando quase 30 pessoas inocentes mortas”, prosseguiu Rihanna. “E isso apenas dias após outro um ataque. Imagine um mundo onde é mais fácil conseguir um AK-47 do que um visto. Onde constroem um muro para manter os terroristas na América!”
3. Lady Gaga
Apoiadora do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para o qual cantou em seu comício e entoou o hino nacional do país em sua posse presidencial, Lady Gaga sempre se mostrou contra o ex-chefe de Estado do país.
Em meio a explosão dos protestos a favor de vidas negras no território norte-americano, a cantora não poupou palavras as atitudes de Donald Trump que sempre alimentaram um sistema racista nos EUA.
Gaga publicou um desabafo em sua conta do Instagram, demonstrando sua indignação com o caso de racismo contra George Floyd, homem negro que foi sufocado até a morte por um policial branco. No texto, ela criticou o então Donald Trump, a quem chamou de racista, e pediu mais solidariedade e justiça.
“Ele (Trump) controla o escritório mais poderoso do mundo e mesmo assim não consegue oferecer nada além de ignorância e preconceito enquanto as vidas de pessoas negras são levadas. Nós sabemos que ele é um tolo e um racista desde que assumiu. Ele está alimentando um sistema que já tem o racismo enraizado. Todos os dias as pessoas na América são racistas. Isso é um fato”, escreveu a intérprete de “Shallow”.
Ainda no ano de 2021, após a vitória de Biden em cima do político republicano, a nova-iorquina voltou a criticá-lo ao pedir seu impeachment.
Pelo seu Twitter, Lady Gaga defendeu a ação, “espero que nos foquemos no impeachment de Trump, já que o Congresso tem a autoridade constitucional para possivelmente desqualificá-lo para a próxima eleição – a 25ª emenda não o desqualifica”, disse a vencedora de 10 Grammys Awards.
“Ele incitou terror doméstico – quanta violência ainda precisa acontecer? Isso é terrorismo”, continuou escrevendo, referindo-se à invasão ao Capitólio.
4. Taylor Swift
Taylor Swift chegou ao limite com Donald Trump no ano passado, após o mesmo incitar violência contra os manifestantes do #BlackLivesMatter, no qual dizia em uma publicação, que foi sinalizada pelo Twitter como uma violação das regras da plataforma sobre a glorificação da violência, que trataria os protestos na cidade de Minneapolis usando as forças da Guarda Nacional.
Logo, essa reação do mandatário estadunidense não foi bem recebida pela cantora e recebeu críticas diretas de Taylor que fez referência à postagem pela sua rede social.
“Depois de alimentar os fogos da supremacia branca e do racismo durante todo o seu mandato na presidência, você tem coragem de fingir superioridade moral em relação à violência ameaçadora? ‘Quando os saques começam os tiros começam’??? Nós iremos te tirar no voto em Novembro. @realdonaldtrump”, respondeu a dona de “Folklore”.
Nessa época, Swift continuou usando sua plataforma para condenar a ação do republicano em “desmantelar” o serviço postal do país, antes da eleição de novembro.
O serviço de correio dos Estados Unidos é utilizado no período eleitoral para que a população possa enviar o seu voto referente ao candidato escolhido pelo eleitor.
No entanto, Louis DeJoy, que gerenciava a USPS desde sua nomeação para o cargo em junho do ano, afirmou que se opôs ao financiamento adicional solicitado pelos integrantes do Partido Democrata para ajudar o serviço.
Sendo assim, a ganhadora do AOTY disparou contra a atitude do então governo: “O desmantelamento calculado do USPS por Trump prova uma coisa claramente: ele está BEM CIENTE de que não o queremos como nosso presidente. Ele foi escolhido para trapacear descaradamente e colocar milhões de vidas norte-americanas em risco em um esforço para se manter no poder“
Taylor Swift também prosseguiu culpando Trump pelo crítico contexto pandêmico de coronavírus que assolava os EUA: “A liderança ineficaz de Donald Trump agravou muito a crise em que vivemos e ele agora está aproveitando para subverter e destruir nosso direito de votar com segurança“.