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Opinião: Grammy Awards 2022, a edição mais justa dos últimos anos

Após anos de falhas e erros, as vitórias da última noite de premiação pareceram finalmente serem certas

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Foto: Divulgação

Na última noite de domingo (03), aconteceu em Las Vegas a 64º edição do Grammy Awards, a maior celebração da música. Repleto de artistas de todos os gêneros, a cerimônia reuniu o melhor da indústria fonográfica, marcando a carreira de todos os premiados ali presente.

Mesmo que a premiação não tenha prestigiado todos os trabalhos lançados nos últimos dois anos, é fato que a última edição conseguiu ser um sucesso no quesito justiça. Os projetos e figuras vitoriosas foram merecedores de cada gramafone, o que indica que a bancada vem finalmente prevalecendo a qualidade.

Entre controvérsias e mudanças, o Grammy ainda é o sonho de muitos artistas que desejam almejar o êxito com sua música. Apesar do grande erro de não nomear The Weenkd para nenhuma das categorias da última edição, ainda que o mesmo tenha lançado “Blinding Lights”, eleita a maior canção dos últimos tempos, a cerimônia parece ter se redimido, tentando limpar a imagem de “irrelevante”, definição que nos últimos anos tem sido usada para caracterizá-la.

Após o fim da bancada secreta, onde era permitido mudar o resultado já decidido por meio de votação, a cerimônia soou mais justa em comparação aos últimos anos. Não que isso seja sinônimo de transformação, mas que sim, é possível observar um Grammy mais comprometido com a arte.

Não havia dúvidas sobre a consagração de Olivia Rodrigo em “Artista Revelação”, já que em 2021 a mais nova hitmaker do cenário musical se manteve em ascensão, tornando-se a queridinha do público.

Doja Cat, como uma das artistas mais bem-sucedidas do ano, tinha o dever de ser premiada devido ao imenso sucesso obtido com “Planet Her”. Na categoria “Best Pop Duo/Goup”, ela conquistou seu tão desejado gramafone, tudo isso depois de ser esnobada no último ano com três indicações. Ao lado da rapper, SZA, que deu voz a aclamada “Kiss Me More”, também conquistou a vitória, sendo essa sua primeira.

A dona de “Ctrl” que se viu em 2018 perdendo todas as cinco nomeações no Grammy, hoje, finalmente pôde adicionar em sua estante o mais importante prêmio da música.

Dentro dessa esfera, encontra-se artistas que dominaram o palco e foram honradamente reconhecidos por sua excelência musical, quebrando jejuns e fazendo história no Grammy Awards.

Jon Batiste, o maior vencedor da noite da 64º edição do Grammy Awards

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Foto: reprodução/Instagram

Sem sombra de dúvidas Jon Batiste é o grande nome da cerimônia. Com cinco vitórias, incluindo o de “Álbum do Ano”, o cantor que lançou no ano passado o bem avaliado disco “WE ARE”, com 83 pontos no Metacritic, foi o principal fator para a redenção do Grammy para com os artistas.

Sobressaindo qualidade e expressão artística, a premiação prevaleceu aqui o poder da música. O projeto junto a trilha sonora do filme “Soul”, também produzida por Batiste, foram contemplados com um gramafone.

A lógica para tantas vitórias ao músico? Reconhecimento da academia perante uma obra bem executada e construída. Não foi preciso uma avaliação a nível de popularidade ao trabalho de Jon, que embora na frente das demais nomeações como “Happier Than Ever”, “MONTERO” e “Planet Her” esteve abaixo de streamings e vendas. “WE ARE” é sobretudo o esforço e essência de entregar um projeto digno de todas as aclamações.

Desde o jazz que se destaca na voz e melodia do álbum até a impecável produção sonora de cada canção, o reconhecimento pelo projeto discográfico do cantor já estava premeditado, não só por ter sido o mais nomeado da premiação, mas obviamente pela necessidade da academia em consagrar a qualidade e a excelência artística como requisitos de um Grammy.

Tornando-se o primeiro artista negro em 14 anos a obter o maior prêmio da noite, desde Herbie Hancock que venceu pelo trabalho “River: The Joni Letters”, Jon Batiste foi merecidamente um acerto da bancada.

O efeito de “Leave The Door Open”

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Foto: reprodução/Instagram

Não satisfeitos em fazer de Jon Batiste o protagonista da noite, a academia também deu ao Silk Sonic a oportunidade de consolidarem com maestria o sucesso de “Leave The Door Open” como a Música e Gravação do ano, além de Melhor Música e Performance de R&B.

O single lançado pela banda é assim como a junção de Bruno Mars e Anderson Paak, o melhor acontecimento de 2021. Sem discussão ou questionamento sobre quem merecia, a canção era a única que carregava com elegância a posição de ganhadora de todas categorias que fora indicada.

Mesmo que a faixa-título do segundo álbum de Billie Elish possuísse seus méritos, já que foi a grande carta na manga de uma nem tão esperada Era, “Leave The Door Open” refletiu no Grammy Awards o porquê do seu monstruoso sucesso, indo além do populismo, pois toda sua produção expressa o quão é importante ter artistas que entendem de música e suas particularidades.

Aqui, assim como para os restantes dos ganhadores desta edição, foi mais um absoluto e certeiro voto da bancada que transformou a última noite do grammy em uma das mais justas da história do prêmio.

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