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“Framing Britney Spears”: 3 pontos para entender a tutela da cantora

O documentário “Framing Britney Spears” chegou ao Globoplay, no último sábado, 19. O filme retrata o início da carreira, a ascensão e a decisão judicial da tutela de Britney. Esta resolução prevalece há 13 anos e garante ao pai da cantora, Jamie Spears, deter total controle sob a vida e finanças da filha.

Produzido em parceria pelo jornal americano The New York Times, o serviço de streaming Hulu e o canal FX, o documentário intercala filmagens originais de arquivos e momentos importantes de sua carreira.

Além disso, há entrevistas com pessoas próximas a Britney Spears. Todas elas, buscam analisar como uma das divas pop mais prestigiadas do mundo teve sua carreira roubada por pessoas que a rodeavam.

O enredo de “Framing Britney Spears”, portanto, mostra o efeito das mídias e da imprensa na vida pessoal e artística da cantora, entregando ao espectador um breve contexto para entender a mobilização do #FreeBritney.

O mundo se apaixonou por Britney Spears desde a década de 1990. Projetada pela fama de forma repentina, a artista teve sua vida transformada em pautas para programas de comédia, humor e sensacionalismo.

Além disso, cada vez mais, Britney perdia o controle sobre a própria narrativa. Os jornais e revistas de época pintavam a cantora da forma como bem queriam, aguçando ainda mais a curiosidade das pessoas.

Spears enfrenta o capítulo mais sombrio e estranho de sua vida: há 13 anos, ela vive sob uma tutela sancionada pela justiça. Com seus direitos limitados, Britney não controla o dinheiro que ganha, mas sim seu pai, Jamie Spears.

Hoje com 39 anos, sua legião de fãs clama por justiça em seu nome e levantam questões sobre as liberdades civis enquanto tentam adivinhar o que Britney Spears realmente deseja. Não tem sido uma tarefa fácil, mas eles não desistirão rapidamente.

Confira 3 pontos para entender a tutela de Britney Spears

1. Mídia: dois pesos, duas medidas

“Framing Britney Spears” enfatiza os ataques da mídia à cantora, além de um forte apelo sexual. Aos 11 anos, após se apresentar em um programa de TV, Britney foi perguntada se tinha namorado.

Em entrevista ao documentário, uma editora do site Entertainment Weekly conta que um dos fatos “mais devastadores” de toda essa perseguição da mídia e dos fotógrafos aconteceu após Britney e Justin Timberlake terminarem o namoro.

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Foto: Reprodução

Um ponto chave na imagem de Britney na mídia foi como ela passou de uma estrela pop a destruidora de corações. Ela foi vítima da forte misoginia e do sexismo na indústria do entretenimento.

Enquanto toda a imprensa cobria o fim do relacionamento, havia claramente duas abordagens.

Timberlake era pintado como um homem de coração partido e questionado se “pelo menos” fez sexo com Spears antes de terminarem e respondia rindo que sim.

Contudo, Britney era tratada como promíscua e descuidada, além de ser perguntada sobre sua virgindade e os rumores de uma traição sem evidências.

O clipe de “Cry Me A River”, de Timberlake, contribuiu para que essa narrativa fosse imortalizada.

A cantora ainda teve que escutar afirmações absurdas da então primeira-dama de Maryland, estado do Médio Atlântico dos Estados Unidos.

“Se eu tivesse a chance de atirar na Britney Spears, eu faria”, afirmou Kendel Ehrlich rindo em uma conferência sobre violência doméstica. Segundo a primeira-dama, a cantora era um mau exemplo para outras meninas.

2. A perseguição constante dos fotógrafos

Quanto mais sucesso as histórias de Britney faziam, mais suas fotos valiam para os jornais. 

O fotógrafo de celebridades Daniel Ramos também é um dos entrevistado no filme. Este foi o paparazzi atacado com um guarda-chuva por Britney em um dos momentos mais críticos de sua carreira.

Ele acompanhou Spears durante anos e cobriu diversos momentos delicados da cantora, inclusive a tentativa de reaver a guarda dos filhos.

“Ela era muito amigável, uma menina adorável”, disse ele. “É como se ela precisasse de nós e nós precisássemos dela, era um ótimo tipo de relacionamento”.

“Ela nunca nos deu nenhuma pista ou informação que desse a entender ‘Não gosto de vocês, me deixem em paz'”, defendeu Ramos. O entrevistador rebate: “E quando ela disse: ‘Deixem-me em paz’?”

Um dos momentos mais fortes do filme é quando a cantora aparece mais vulnerável. Grávida do segundo filho, Britney desaba e, em lágrimas, diz que seu maior desejo é ser deixada em paz.

A narrativa da separação do primeiro marido e a briga para ver os filhos era muito lucrativa e sempre a culpa caía para Britney, que era pintada como louca e fora de si. Suas internações, a cabeça raspada e os “surtos” se tornaram inesquecíveis aos olhos da mídia.

3. O “colapso” de Britney Spears

Depois de duas internações em clínicas psiquiátricas e sua imagem destruída, em fevereiro de 2008 o tribunal da Califórnia declarou que Britney era incapaz de cuidar de si mesma, garantindo a Jamie Spears o papel de tutor permanente.

Até hoje, é ele quem decide o que ela pode fazer com o próprio dinheiro, autorizando ou não todos os aspectos de sua vida: seus encontros pessoais, mensagens e ligações que recebe, se pode casar, ter filhos, dentre outras coisas.

Hoje com 39 anos Britney Spears precisa da autorização de seu pai para sair, dirigir, gravar um álbum e até mesmo conceder entrevistas.

Britney não se apresenta desde o cancelamento de sua residência em Las Vegas em 2019 e também não comentou sobre o lançamento do documentário.

Recentemente, a cantora apenas publicou um tweet sobre “reservar um tempo” para ser uma “pessoa normal”.

Não há imagens recentes dela, apenas filmagens de arquivo onde ela fala sobre a família e a tutela.

Justin Timberlake recentemente emitiu um pedido de desculpas e ninguém próximo à cantora aceitou aparecer, refutou as afirmações, muito menos falaram sobre o documentário.

O cenário atual da tutela

Desde que Jamie Spears foi declarado como tutor da filha, ela ganhou novamente o contato com seus filhos e teve sua imagem reconstruída. No entanto, para que isso fosse possível, precisou abdicar de sua liberdade.

A única vez em que Britney falou sobre isso foi em outro documentário. “Se eu não estivesse sob as amarras que estou agora, com pessoas me analisando o tempo todo, eu me sentiria mais livre”, disse chorando.

No ano passado, acredita-se que Britney tenha sido internada contra sua vontade como forma de punição. Segundo uma fonte anônima, a internação se deu porque a cantora recusou a tomar os remédios que o pai mandava. A equipe da cantora disse o contrário.

A partir desses mistérios, o movimento #FreeBritney nasceu e se espalhou para o mundo inteiro. Diversos advogados e defensores públicos têm se unido aos fãs da cantora para entender o que se passa com a tutela.

Proibida de se dizer o que pensa sobre isso, Britney usado seu advogado, indicado pela corte da Califórnia, para falar com seus admiradores e a imprensa através de documentos oficiais.

Neles, a cantora já afirmou ter “medo” do pai, com quem mantém uma relação “tóxica”. Além disso, Britney agradeceu o apoio dos fãs e declarou que não deseja esconder a tutela como um “segredo de família”.


Já assistiu ao “Framing Britney Spears”? O que achou do documentário? Você é fã da cantora? Não esqueça de comentar aqui no post e acompanhar mais notícias pelo nosso Twitter.

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