Depois de muita espera, Demi Lovato finalmente lançou a série documental “Dancing with the Devil” nesta terça-feira, 23. Após a overdose que a cantora sofreu em 2018, ela agora conta seu lado da história, que o mundo apenas ouviu da imprensa.
Aviso de gatilho: “Dancing with the Devil” aborda temas sensíveis como vícios, saúde mental, distúrbios alimentares e abuso sexual. Alguns falas do documentário estão reproduzidas neste post.
Por Mariana Alves e Yan Avelino
Trabalhando desde os 7 anos, a cantora não mede esforços ao discutir o vício e a recuperação. “Não vou fingir que sou invencível”, diz Demi. Ela conquistou uma legião de fãs desde sua estreia em “Camp Rock” e cresceu aos olhos do público.
Assim como Britney Spears, a transição para a idade adulta de Demi foi conturbada. Abuso sexual, turnês exaustivas, pressão desde a infância para se parecer ou se comportar de determinada maneira, os dilemas para sustentar uma família.
Um trecho do American Music Awards de 2008 mostra Demi sendo perguntada sobre sua capacidade de escrever canções de amor: “Quanto sofrimento você pode ter aos 16 anos?”
Esse vídeo está logo após Lovato revelar que sua primeira experiência sexual foi, na verdade, um ato de violência: estupro, na adolescência. Demi também afirma que foi abusada sexualmente pelo homem que lhe forneceu drogas na noite da overdose. Como consequência, a cantora sofreu um ataque cardíaco e três derrames.
“Dancing with the Devil” mostra uma Demi Lovato diferente. Mas ao final do documentário, ela parece pronta para construir um novo eu a partir da antiga que ela mal pôde conhecer.
Confira 3 destaques do documentário “Dancing with the Devil”
1. Demi estava filmando outro documentário em 2018
Para promover o lançamento de seu sexto álbum de estúdio, “Tell Me You Love Me”, Demi convidou uma equipe para acompanhá-la durante a turnê no verão seguinte. Infelizmente, a volta às drogas e ao álcool da cantora interromperam as gravações.
As câmeras conseguiram filmar um pouco de sua volta às festas e até mesmo quando Demi escreveu “Sober”. O projeto foi cancelado assim que ela foi hospitalizada. Algumas destas filmagens estão em “Dancing with the Devil”.
2. Demi compôs “Sober” após experimentar drogas mais pesadas
Demi Lovato havia completado seis anos de sobriedade em 2018. A cantora comemorou a data em um de seus shows com o DJ Khaled e a cantora Kehlani. Contudo, Demi confessa que recaiu ao álcool e drogas um mês depois.
“Estou surpresa por não ter tido uma overdose naquela noite”, afirma Demi lembrando da noite em que pegou uma garrafa de vinho tinto e ligou para alguém que ela sabia que tinha drogas.
Após esse caso, Demi compartilhou outro caso. “Fui à uma festa e encontrei quem me passava as drogas de seis anos atrás”, continua. “Naquela noite, usei drogas que nunca tinha usado antes.”
“Nunca tinha usado metanfetamina antes e experimentei. Misturei com molly, com cocaína, maconha, álcool, oxitocina. E isso deveria ter me matado”, concluiu.
Matthew Scott Montgomery e Sirah, amigos de longa data de Demi, destacaram a omissão de Demi sobre a festa. Os detalhes de sua vida pessoal não eram contados para família e amigos. “Não sabíamos sobre as drogas”, disse Sirah durante a entrevista.
Demi ainda conta que, duas semanas após da festa, ela foi apresentada à heroína e ao crack. Durante uma viagem a Bali, ela percebeu que dependia de drogas pesadas e escreveu “Sober” em junho de 2018.
Ao voltar para Los Angeles, Demi começou a usá-las de forma consistente. “Eu era muito boa em esconder que era viciada em crack e heroína”, diz Lovato chorando.
3. As consequências da overdose para Demi
Na manhã de 24 de julho de 2018, a ex-assistente de Demi, Jordan Jackson, encontrou-a desacordada em seu próprio vômito. Jackson avisou o chefe de segurança, Max Lea, e ligou para a emergência.
Segundo a mãe da cantora, as 24 horas após a overdose foram “angustiantes”, comparando a um “filme de terror”. Depois de quase ficar sem oxigênio, Demi teve três derrames e um ataque cardíaco.
Os derrames a deixaram com danos cerebrais e pontos cegos em sua visão. Por isso, ela não pode mais dirigir. Demi também teve pneumonia por asfixia e falência de múltiplos órgãos. Ao acordar, Lovato estava sem enxergar.
Jackson, sua assistente, só entrou no quarto de Demi porque a cantora tinha uma consulta médica naquele dia. Após bater na porta diversas vezes, ela finalmente entrou no quarto.
Lovato revela em “Dancing with the Devil” que se Jackson tivesse esperado entre cinco a dez minutos a mais para acordá-la, ela poderia não ter sobrevivido.
O que mais Demi disse sobre os tempos difíceis e o futuro?
Demi concedeu várias entrevistas que antecederam o lançamento do documentário. Nelas, ela contou um pouco mais sobre os períodos difíceis que enfrentou na época da overdose em 2018.
Para a CBS Sunday Morning, Demi Lovato falou sobre como foi necessário ela quase perder a vida para conseguir viver de novo e ter controle sobre si mesma. “Eu tive que crescer para ter controle da minha vida e isso é algo que eu não tinha até dois anos atrás. Agora tenho controle das minhas finanças, da comida que eu como e o quão frequentemente eu vou malhar.”
Em conversa com o New York Times, ela contou sobre a rapidez com que se adaptou a não enxergar nitidamente, uma vez que a overdose prejudicou sua visão. “Foi interessante o quão rápido eu me adaptei. Eu não me dei tempo para ficar realmente triste com isso. Eu só pensei, como eu posso consertar isso?”, Demi contou.
Demi falou ainda sobre Amy Whinehouse e como a vulnerabilidade e transparência da britânica a inspirou. “É definitivamente isso o que meus fãs sentem comigo”.
Para o futuro, ela diz que não quer mais se privar de ser aberta e mostrar vulnerabilidade em suas músicas. “Eu estou finalmente pronta para me sentir como eu mesma. Estou finalmente sendo honesta comigo mesma.”.
O novo álbum da cantora
Junto com o documentário, Demi vai lançar também um novo álbum, muito aguardado pelos fãs. O disco leva o mesmo nome da produção, “Dancing With The Devil: The Art Of Starting Over” e será lançado no dia 2 de abril.
Para a alegria da fan base, o álbum conta com um total de 24 faixas. Entre algumas das já divulgas estão a conhecida ‘Anyone’, ‘Dancing With the Devil’, ‘The Art Of Starting Over’, ‘Say a Prayer’, ‘Sunset’, ‘Melon Cake’ e ‘I.C.U’.
Parcerias e sonoridade
O novo disco contará também com algumas participações especiais, entre elas, uma das mais pedidas pelos fãs: a parceria com Ariana Grande. Na última segunda-feira as cantoras finalmente anunciaram o nome da canção, ‘Met Him Last Night’.
Entre as demais colaborações confirmadas também estão Saweetie, na faixa ‘My Girlfriends Are My Boyfriends’, Sam Fischer, com ‘What Other People Say‘ e Noah Cyrus.
“Dancing With The Devil: The Art Of Starting Over” conta também com quatro capas diferentes Uma para a versão standart e as outras três para versões com faixas bônus.
Quanto a sonoridade do álbum, Demi afirma que será muito diverso e diferente de tudo que ela já fez. “Algumas músicas têm uma vibe meio country, outras são mais soul, outras com vibe R&B, algumas têm uma vibe disco… Nunca tivemos tantas músicas em um álbum”, contou a cantora.
Em entrevista durante a premiere do documentário ela também disse que é o projeto mais coeso que ela já fez. Demi afirma que o álbum representa quem ela realmente é e a jornada em que ela esteve.
No evento, ela também cantou algumas músicas do novo disco ao vivo, dando aos fãs um gostinho do que está por vir.
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