Nos últimos anos, Cícero se consolidou como um dos grandes expoentes da nova geração da música brasileira. Desde 2011, com o lançamento de seu primeiro disco, o cantor passou por diferentes transformações pessoais e artísticas, estas que foram discutidas em entrevista concedida nesta terça-feira (22) ao canal “Papo de Música”.
Ao longo de 20 minutos de conversa, o carioca falou sobre as grandes mudanças da quarentena e refletiu sobre sua carreira, dissecando sua trajetória e suas principais influências. “Ouvir João Gilberto foi tão revolucionário quanto ouvir o Nevermind [e outros discos do Nirvana]. O Canções de Apartamento é um encontro dessas sonoridades”, comenta, em alusão ao seu álbum de estreia lançado em 2011.
O disco foi responsável por consolidar o sucesso do cantor no início da década, chegando a inclui-lo em uma lista de “representantes da nova MPB” – termo dispensado pelo próprio Cícero. “Só MPB, eu gosto. Nova MPB, me incomoda um pouco. Porque o novo implica o velho, me sinto colocado numa situação de ter que inovar em relação a tudo que foi feito na história da MPB em relação ao passado”, diz.
Por ser ambientado em um clima bastante intimista, muitos fãs revisitaram o trabalho durante a quarentena, que também tem sido um período de transformação para o artista. “Pra mim, não precisa voltar nada ao que era. O que era, tava ruim: tudo cheio, todo mundo se desentendendo”, afirmou.
Entre as maneiras de se ocupar em meio ao isolamento, Cícero tem escrito novas composições e gravado para o seu próximo disco. “Tá saindo um disco menos preocupado em inovar e mais preocupado em contemplar o que está aqui”, conta.
O trabalho de estúdio mais recente de Cícero é “Cosmo”, álbum lançado em março desse ano com faixas como “Falso Azul” e “Some Lazy Days”. O cantor conta com outros quatro discos na bagagem, todos lançados ao longo da última década.