Durante as últimas semanas você pôde observar a ascensão do movimento #BlackLivesMatter e uma série de posts de solidariedade relacionados ao tema. Em tempos de pandemia e com mil coisas acontecendo, fica difícil receber tantas informações, compreender o que está acontecendo e assimilar tudo. Pensando nisso, o Track juntou aqui algumas informações necessárias sobre o assunto.
O que é o Black Lives Matter?
Black Lives Matter, em tradução literal significa vidas negras importam. Esse é um movimento que surgiu em 2014, após a morte brutal Eric Garner, e que este ano novamente ganhou força após um caso semelhante. No dia 25 de maio de 2020, o afro-americano George Floyd, foi assassinado pelo policial Derek Chauvin, em Minneapolis nos Estados Unidos, durante uma abordagem brutal.
Mesmo com uma pandemia tomando conta do mundo, a morte de Floyd nos EUA foi o estopim para que manifestações contra o racismo e o fascismo ganhassem força em vários lugares.
Tá, mas o que isso afeta a gente aqui?
O Brasil carrega uma história de 300 anos de escravidão e foi o último país do continente americano a aboli-la formalmente. Mesmo após anos, a escravidão deixou marcas que ficaram enraizadas na nossa sociedade, e que infelizmente, ocasionaram na marginalização de pessoas negras.
Caso você não conheça o movimento é necessário ampliar seu repertório e olhar além da sua bolha. Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, o preconceito racial existe e infelizmente, vem de um racismo estrutural que é reproduzido por policiais, frases que o seu colega solta no dia-a-dia e por políticas públicas que não prezam por vidas negras.
A importância do posicionamento
Várias marcas e artistas aproveitaram sua visibilidade para se posicionar e engajar discussões sobre o assunto. Casos recentes de assassinatos de pessoas negras no Brasil, como o do jovem João Pedro e o do pequeno Miguel, inflamaram ainda mais movimento, que recebeu forte acolhimento da classe artística.
Artistas como Iza, Ludmilla, Anitta, Karol Conká, Marcello D2, Pabllo Vittar, Gloria Groove, Pitty entre vários outros deixaram claro seus posicionamentos antirracistas e antifascistas, e alguns até cederam suas redes sociais para debates amplos sobre o tema.
Todas essas ações são importantes para conscientizar pessoas sobre o que corpos negros vivem todos os dias. Essa luta é de anos e precisa ser discutida e compreendida por todos em um conceito de equidade.
Tá Track, mas como posso ajudar?
Como dito em algum momento desse texto, é necessário enxergar além da sua bolha. Nós negros lutamos todos os dias, você está disposto a nos acompanhar nessa? Não ser racista não é suficiente para combater o racismo, é necessário ser antirracista.
Compartilhe conteúdo antirracistas nas suas redes sociais e fomente a discussão não só em momentos de palco como esse. Fale sobre o assunto sempre e não espere que nós, negros, te dê uma medalha ou agradeça por isso.
Pense no conceito de equidade. Quantos negros estão a sua volta no local de trabalho, no seu meio acadêmico e até mesmo na sua playlist do Spotify? Promova negros, escute negros, credite negros, celebre negros e acima de tudo, respeite negros.
Não devemos fazer do Black Lives Matter um movimento passageiro, devemos aprender com ele e lutar juntos por direitos iguais. E ah, antes que eu me esqueça: Se mesmo após ler esse texto você se incomodar quando ler por aí a frase “fogo nos racistas”, eu tenho uma péssima notícia para você.