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Beyoncé e suas músicas provam há muito tempo que “Black Is King”

“Black Is King”, novo álbum visual de Beyoncé, é o retorno da cantora ao seu trabalho de transmitir mensagens pela música. Divulgado nesta sexta-feira, dia 31, o filme é a primeira produção da cantora com o Disney+.

Além disso, a diva também compartilhou o clipe de “ALREADY”, presente no disco “The Lion King: The Gift”. Junto com o projeto no serviço da Disney, Beyoncé liberou a versão deluxe de “The Gift” nas plataformas digitais.

“Black Is King” chega para dar sequência a um dos objetivos principais de Beyoncé nos anos mais recentes: celebrar a cultura negra e afro-descendente. Nesse sentido, a artista produziu, dirigiu e escreveu o roteiro do álbum visual com o intuito de contar uma história. O enredo é uma narrativa de descoberta, de identidade e amor às origens.

E sabemos que a Queen B carrega essas temáticas com bastante relevância desde seus primeiros trabalhos. Como nos discos “Beyoncé”, de 2014, e “Lemonade”, de 2016.

Estes discos, por exemplo, vieram em épocas cruciais da discussões sociais no mainstream — como a violência policial, o feminismo e o racismo.

Ainda, é quase que impossível não lembrar dos recentes acontecimentos envolvendo a brutalidade policial contra negros nos Estados Unidos. A cantora falou abertamente sobre o ocorrido, advogou a favor de George Floyd, e deixou claro que continuaria a trazer representatividade.

Na época, a artista lançou “BLACK PARADE”: single que anunciaria o lançamento de “Black Is King”. A faixa, além de ser um hino recheado de referências culturais, ajudou a dar suporte a pequenos empreendimentos de pessoas negras nos Estados Unidos.

Beyoncé sabe muito bem o que está acontecendo ao redor do planeta. A cantora vê as questões políticas e sociais, e as insere em seus projetos; e seu alcance atinge praticamente todos os ouvintes.

Beyoncé e o processo criativo de “Black Is King”

“Black Is King” funciona como um acompanhamento a “The King”, que foi lançado no ano passado junto com a nova versão de “O Rei Leão”. Para a criação de todo o projeto, Beyoncé contou com a ajuda de produtores, diretores e compositores negros nas canções. Dessa forma, houve uma total reimaginação da história de “O Rei Leão”, sob a ótica de Bey.

Para o programa “Good Morning America”, a artista contou um pouco sobre o processo de desenvolvimento, e qual era seu intuito com tudo isso:

“Eu trabalhei com um grupo diverso de diretores, atores e criadores talentosos do mundo todo, para reimaginar a história de ‘O Rei Leão’. A narrativa se desdobra através dos videos, da moda, da dança, pelas lindas paisagens naturais e por novos talentos”.

Beyoncé

A artista viajou para várias partes do mundo durante as filmagens. Joanesburgo, Gana, Londres, Bélgica e até o Grand Canyon foram visitados, por exemplo. De acordo com Beyoncé, foi “realmente uma jornada fazer esse filme”.

Ainda sobre o release, a diva diz que pretende “mudar a percepção global da palavra ‘negro’. Negro significa riqueza, história e propósito“. Assim, é perceptível que o esforço de Beyoncé foi grande, ao trazer à vida um longa com uma mensagem inspiradora.

Além do mais, “Black Is King” tem um elenco de grande escala, com nomes como Lupita Nyong’o, Kelly Rowland, Naomi Campbell e Pharrell Williams. O álbum visual obteve investimento considerável num cast interessante e reconhecido, com cada figura conhecida em seu respectivo mercado.

Com isso, a conclusão que se chega é que, para Beyoncé, “black is king” em todas as hipóteses. A cantora se dedicou a ser uma figura negra representativa ao grande público, e está usando de vários métodos para tal, com responsabilidade e dedicação à uma incrível história.

A ideia de “Black Is King” nas músicas de Beyoncé

Como dito anteriormente, a diva está carregando fortes mensagens em sua discografia já há algum tempo. Portanto, veja a seguir seis faixas dos álbuns de Beyoncé que retratam todos esses temas.

“Bigger” (The Lion King: The Gift)

“Bigger” é a canção que abre o disco “The Gift”, e sua composição fala sobre pertencer a algo maior do que se pode imaginar. Nesse sentido, Beyoncé canta a respeito de uma linhagem da qual toda pessoa faz parte, e como a vida nos prepara para algo significativo.

“Se você se sentir insignificante, é melhor pensar de novo / Melhor acordar, porque você é parte de algo maior / Não só um cisco no universo / Não apenas alguns dizeres num verso bíblico / Você é a palavra viva

A música contém participação da cantora RAYE, que também consta como compositora.

“Freedom” feat. Kendrick Lamar (Lemonade)

A parceria com Kendrick Lamar é um grito de liberdade dedicado às mulheres negras. “Freedom” é sobre quebrar correntes que prendem o indivíduo, e sobre fazer com as lágrimas sumam. A antepenúltima canção do “Lemonade” é complementada pelos versos marcantes de Lamar, falando sobre a violência das ruas.

Além disso, “Freedom” termina com um trecho de um discurso dado por Hattie White, avó de Jay-Z. No áudio final, White dita uma citação feita em seu aniversário de 90 anos, no qual Bey e Jay estavam presentes:

“Eu tive meus altos e baixos, mas sempre encontrei a força interior para me reerguer. Me serviram limões, mas eu fiz limonadas”.

“Freedom” é o tom especial em “Lemonade” que traz a conselho de transformar situações negativas em positivas. Ainda, é uma amostra de como as mulheres da vida de Beyoncé influenciaram seu trabalho.

“Brown Skin Girl” feat. Blue Ivy, Wizkid, SAINt, JHN (The Lion King: The Gift)

Aqui, a filha do casal Carter faz uma participação especial. A letra é uma homenagem à Blue Ivy e sua beleza; foi um jeito de Beyoncé dizer o quanto sua filha é bonita, e como a confiança em si mesmo é importante.

A voz de Blue foi gravada para a faixa e, conforme a música saiu, a herdeira da cantora foi a pessoa mais jovem a entrar nos charts da Billboard Hot 100.

“Black Effect” com Jay-Z (The Carters)

“Black Effect” é a penúltima canção do disco “The Carters”, projeto de Beyoncé com Jay-Z.

Apesar da música ter mais versos de Jay, “The Carters” não seria o mesmo sem a cantora, ou então nem existiria. Os dois são influentes, e detém uma palavra forte no mercado fonográfico. O clipe de “Apeshit”, por exemplo, existe justamente para representá-los como ícones.

“Black Parade” (The Lion King: The Gift)

“BLACK PARADE” já foi citada antes, mas ela volta para relembrar a ocasião em que foi lançada. Nesse contexto, Beyoncé divulgou o single no dia 19 de julho: nesta data, é comemorado o Juneteenth, data em que foi proclamado o fim da escravidão nos estados do sul dos Estados Unidos.

A diva foi cuidadosa com a promoção do novo trabalho, e “The Gift” é evidentemente um dos maiores projetos de sua vida. Numa postagem no Instagram, a artista escreveu uma longa legenda para apresentar o release:

“Black Is King é um trabalho de amor. É o meu projeto de paixão, em que eu estive filmando, pesquisando e editando dia e noite ao longo do último ano. Eu dei tudo de mim, e agora é seu. Ele foi originalmente filmado como um acompanhamento a ‘The Lion King: The Gift’, e foi feito para celebrar a existência e a beleza da ancestralidade preta”.

Beyoncé

De acordo com a postagem, a cantora espera que todos “se sintam inspirados a continuar construindo um legado que impacte o mundo. Eu rezo para que todos vejam a beleza e a resiliência do nosso povo”.

“Essa experiência tem sido a afirmação de um grande propósito. Meu único objetivo é que você a assista com sua família, e que você tenha orgulho”.

“Formation” (Lemonade)

Por fim, “Formation” consta na lista como um bônus, e a memória daquilo que impactou a todos. Foi aqui, bem antes de “Black Is King”, que Beyoncé decidiu o que faria: denunciar a violência, a opressão e o preconceito, além de criticar de forma inteligente o sexismo, e interpretar o próprio casamento.

Beyoncé é uma artista imprevisível, que surpreende de vários maneiras. Bey conquistou o mercado musical e a indústria cinematográfica, e as uniu.

O “Black Is King” é uma evolução contínua de Beyoncé e sua mensagem

A impressão que fica é a de que a cantora sempre soube o que fazer. Entretanto, isso é uma evolução que levou anos para tomar forma, e ser colocada em palavras. Ela usou do próprio local de fala para transmitir algo maior do que “só música”: um movimento artístico poderoso.

Beyoncé no ensaio fotográfico para "Black Is King". A cantora aparece no capô de um carro estampado, e vários dançarinos rodeiam o veículo. Todos usam roupas com estampa de onça.

Há amor e dedicação em cada batida, instrumento e letra usada. E não é por acaso que Bey se tornou quem é. A diva sofreu boicotes e ataques racistas por isso, mas não deixou de continuar a missão que deu a si mesma. Para Beyoncé, “black is king” sempre.

Como falado no começo do post, a versão deluxe de “The Gift” está disponível nas plataformas de streaming. Portanto, o álbum pode ser ouvido logo abaixo:

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