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Arctic Monkeys encanta fãs em show no Rio de Janeiro

Por Luciana Lino e Victor Wulfric

Os britânicos dos Arctic Monkeys não começaram a noite na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro, tão britânicos assim. Marcado para entrarem no palco às 21h, a banda começou a tocar os primeiros riffs de “Do I Wanna Know?”, música de abertura, às 21h30. O atraso gerou uma certa impaciência nos fãs cariocas, mas, quando olharam o grupo entrar no palco, perdoaram o fato e se entregaram ao momento.

Geralmente, os artistas guardam a cereja do bolo ao final do show. “Do I Wanna Know?” é, indiscutivelmente, a música mais conhecida do grupo – compete com “Fluorescent  Adolescent”, que não entrou no set, e talvez com ‘R U Mine” e “505”, das quais falaremos mais adiante -, e na turnê do álbum “Tranquility Base Hotel & Casino”, é com ela que a noite começa.

Não fizeram feio. O público cantou cada sílaba em coro, embalados pela emoção de rever a banda após pouco mais de quatro anos desde a última visita. Em seguida, a ótima “Brianstorm” agitou ainda mais a arena, com seu ritmo extremamente fervoroso. “Snap Out Of It” completou a tríade de canções entoadas ao máximo, e, a partir daí, a apresentação mesclou entre momentos de euforia com momentos de contemplação.

Foto: Luciana Lino

A contemplação, por exemplo, veio em seguida, com “Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair” e “One Point Perspective”, atingindo a euforia novamente com a clássica “I Bet You Look Good on the Dancefloor”. “Library Pictures”, “Knee Socks” e “The Ultracheese” acalmaram o público, inclusive rendendo, nesta última, a tradicional “chuva” de lanternas de celulares ligadas.

As anteriores não foram as únicas que despertaram a nostalgia nos fãs da banda de Sheffield: aos primeiros acordes de “Teddy Picker” e “Dancing Shoes”, o público já estava entregue e nas mãos do vocalista Alex Turner. As canções, que têm apenas um ano de diferença entre seus lançamentos, fizeram com que todos se entregassem ao coletivo de dança e alegria que foi um dos últimos shows da turnê da Arctic Monkeys.

Teddy Picker no Rio de Janeiro! 😍💫
📆 03.04.2019
📹 disfordai pic.twitter.com/OIRgwDhd1A— Arctic Monkeys Brasil (@ArcticMonkeyBR) 4 de abril de 2019

Quando os meninos mostraram indícios de uma das mais esperadas da noite, “Why’d You Only Call Me When You’re High?”, foi levantado um belo coro de vozes que permaneceu até o fim da música. Apesar de não termos visto apresentações de interlúdios visuais na performance, rolou muito solo de instrumentos, comandados pela banda e também pelo próprio vocalista. Logo após “Cornerstone”, a bela e emotiva “505” – como dito anteriormente, uma das mais famosas do grupo – ecoou na arena, causando comoção. Ao fim, a faixa contou com “The Jam of Boston”, instrumental bem conhecido pelos fãs e usado sempre pela banda para abaixar os ares após a apresentação da canção.

A banda fez uma viagem utópica para seu hotel lunar com “Tranquility Base Hotel & Casino”, que foi intercalada com favoritas de fãs, como “Crying Lightning” e “Pretty Visitors”. A adoração do público ficou visível nos momentos mais calmos do show, quando Alex se sentava para tocar em seu teclado conceituado com o tema gráfico do último álbum da banda, que comanda e dá nome à turnê.

Foto: Luciana Lino/Tracklist

Os adeus ficaram por conta de “Four Out Of Five”, que encerrou o set do grupo antes do bis. Já eram audíveis os comentários do público de que o show teria sido rápido demais e, de fato, foram retiradas da setlist músicas fixas (agora já-não-tão-mais) como “Science Fiction” e “Fireside”. Equilibradas foram, porém, pelas já citadas “The Ultracheese” e “Knee Socks”, não tão usuais nesta turnê.

Na escuridão da arena, pós tchauzinhos e aplausos de total aclamação, foi posicionado um cubo gigante e que mais tarde descobriríamos luminoso, para a apresentação da primeira canção de encore: “Star Treatment”. Todos assistiam, embasbacados, o elemento estrutural que a banda fez questão de trazer para a América do Sul, assim como todo o cenário de palco completo da turnê.

Outro ponto magnífico aconteceu após a segunda música bis: o grande e conhecido letreiro luminoso escrito “MONKEYS” foi erguido na frente da cortina do palco, e o público correu para tirar a foto perfeita da marca registrada da mais recente turnê da banda. A “pesada” de rock “Arabella” fez a galera toda suar e deixar para trás qualquer preocupação e então, aos agradecimentos e clamas de público incrível, a banda iniciou sua última música da noite, “R U Mine?”, bastante entoada e aplaudida.

Não tiveram surpresas ou firulas durante a apresentação. Não tão próximos ao público, mas simpáticos, o Arctic Monkeys entregou um show redondo e mostrou novamente que sabe para o que veio, e que toda a espera valeu a pena. Fãs – alguns deles que acamparam desde a tarde do dia anterior ao show – saíram aos prantos da apresentação, querendo mais um gostinho do que os britânicos proporcionaram – apesar de que, alguns deles, não se simpatizaram muito com o último álbum da banda. Temos certeza de que o show não será esquecido para quem estava naquela agitada e incansável arena, e a dose será repetida na noite de amanhã (5), no Lollapalooza Brasil – muito provavelmente, com o mesmo setlist.

Setlist dos Arctic Monkeys na Jeunesse Arena, Rio de Janeiro, Brasil! 💫
📆 03.04.2019 pic.twitter.com/NLJECr0ODb— Arctic Monkeys Brasil (@ArcticMonkeyBR) 4 de abril de 2019


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