A cantora Beyoncé é a capa da Vogue britânica do mês de dezembro. Entrevistada pelo editor-chefe da revista inglesa, a artista falou sobre o trabalho “Black is King“, a sua nova coleção da Ivy Park, a vida na pandemia e sobre filantropia.
A estrela do pop destaca-se em 3 capas diferentes. O editorial realizado pela mais jovem fotógrafa da Vogue britânica, Kennedi Carter, de 21 anos, foi um pedido exclusivo da cantora, que solicitava uma mulher negra para o ensaio.
Entrevista de Beyoncé na Vogue britânica
Em 20 páginas entre perguntas e respostas, a guru do pop falou como raramente fala sobre sua vida pessoal e seu jeito de trabalhar. Sobre a quantidade de trabalhos que vêm fazendo desde os 15 anos, a intérprete de Formation afirmou que “agora, decidi me dar permissão para me concentrar na minha alegria.”
Edward Enninful, editor-chefe e entrevistador da matéria, exalta um longo período de preparação para que o editorial fashionista pudesse ser concluído, pois, como a própria Queen B afirma, é preciso paciência para trabalhar com ela. Entretanto, a oportunidade e privilégio de poder fazer parte desse trabalho com a própria é eletrizante, segundo Edward.
O uso de sua voz social e artística foi essencial para a defesa da bandeira antirracista em meio aos acontecimentos de 2020, já que ela, como uma mulher negra e afroamericana, compreende o quão crucial é utilizar de sua visibilidade para criar plataformas de protesto, filantropia e narrativa política.
A cantora afirma como vê seu trabalho e a si em meio à relação com a comunidade negra:
“Nós estamos investindo na educação dos jovens com bolsas escolares nos EUA e os treinando para trabalhar com o nosso programa BeyGood na África do Sul.“
Em razão da Covid-19, Bey se solidarizou com o atual cenário pandêmico:
“Eu trabalhei com a minha igreja em Houston, Texas, minha mãe e Jack Dorsey (CEO do Twitter) para fazer testes na população da minha cidade. Trabalhei com um hospital local de Houston, os apoiei com suprimentos e com o que eles precisassem. Estava feliz de ajudar mais pessoas com os fundos criados de Savage (Remix) com Megan Thee Stalion. Nós doamos os rendimentos para apoiar as vítimas da Covid. Eu fiz a mesma coisa com Black Parade”
Em relação ao seu recente lançamento da Ivy Park, Beyoncé deu mais alguns detalhes:
“Minha visão para a coleção é que seja divertido, funcional e moderno, com opções atléticas que você pode vestir na academia, ir ao clube. O objetivo é ser inclusivo do estilo ao tamanho.”
Ao ser perguntada sobre o novo trabalho, “Black is King“, a artista fala sobre os representantes negros e africanos que a ajudaram a construir esse projeto.
“Eu amo criar pontes para artistas talentosos que não trabalhariam juntos. Trazer juntos todas essas perspectivas e experiências que criam ótimas histórias. Eu acredito que trabalhar a arte é descobrir quando você é consistente, trabalhador.”
Sobre seus processos de trabalho, ela esclarece:
“É preciso muita paciência para trabalhar comigo. Eu reviso cada segundo da filmagem várias vezes e sei disso de trás pra frente. Continuo construindo mais camadas e repito esse processo de edição por meses. Não desisto até que tenha atingido seu potencial máximo.”
Diante da missão de ser pai e mãe, Beyoncé pontua a importância de ser verdadeira com os filhos.
“Eu deixo minha filha saber que ela nunca é jovem demais para contribuir pela mudança no mundo. Eu nunca subestimo os pensamentos dela e sentimentos, eu a checo para entender como isso a afeta. Quando digo que estou orgulhosa dela, ela me diz que está orgulhosa de mim e que estou fazendo um bom trabalho. Ela derrete meu coração. Eu acredito que o melhor jeito de ensiná-los é ser um exemplo.”
Mais sobre a edição
Para o editorial, a estrela do pop usa peças de sua coleção Ivy Park da Adidas, além de peças de Alexander McQueen. A cantora explanou mais sobre os eventos raciais recentes, família e carreira na matéria fashionista que está disponível na integra.
A edição de dezembro estará nas bancas inglesas e para download no dia 6 de novembro.
Beyoncé na Vogue: relembre
Em 2018, a diva do pop já fazia história. Pela primeira vez em 126 anos de revista, a capa da Vogue norte-americana era assinado por um fotógrafo afro-americano. Tyler Mitchell, de 21 anos, foi escolhido por Beyoncé a partir de uma lista de opções fornecida pela editora da revista, Anna Wintour.