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Entrevista: Alex, do All Time Low, fala do novo álbum e planos de trazer a turnê ao Brasil

Na última semana, entrevistei Alex Gaskarth, vocalista do All Time Low. A banda lançou o disco Last Young Renegade em 2 de junho, mesmo dia que Halsey lançou seu álbum.

Com um estilo musical no começo de carreira que lembra o de Paramore, Green Day e blink-182, All Time Low passou por transformações – o que é de se esperar de um grupo que começou a carreira bem jovem, em 2003. A tendência atual é mais para o pop, embora a categorização em um gênero específico não seja algo que interesse a Alex, hoje com 29 anos.

Bem simpático e extrovertido, o vocalista mostra grande interesse de tocar no país no ano que vem e também fala sobre o conceito do novo material.

Confira a entrevista: 

Em primeiro lugar, como você vai?

Eu estou bem e você?

Estou ótima. Vamos começar… Seu novo disco, Last Young Renegade, foi lançado recentemente (2 de junho), e eu gostaria de saber sobre a recepção até o momento. 

É, tem sido bem louco, bem legal. Eu acho que nós basicamente colocamos diferentes estilos nisso, está bem polarizado, sabe? Eu acho que fizemos as pessoas comentarem, o que é ótimo. Mas, nós estamos prontos para logo pegarmos a estrada e tocar as novas músicas para as pessoas ao vivo, e essa parte é incrível. É bem legal sair e tocar nos palcos pela primeira vez e ter as pessoas cantando junto, se divertindo. É sempre uma grande recompensa quando você lança suas canções e as pessoas se interessam. Tem sido ótimo.

Você tem Brasil nos seus planos? 

Com certeza.

Faz um tempo que não vamos ao Brasil. Estamos animados pra voltar, estamos trabalhando nisso na verdade. Espero que o mais cedo possível.

Planejam voltar esse ano?

Estamos trabalhando nisso. Não sabemos se nesse ano, ainda estamos planejando o restante do ano… Mas esse ano não é possível. Esperamos que no começo do ano que vem, vamos fazer o que estiver ao nosso alcance.

Vocês já estiveram aqui em três momentos diferentes… O que vocês fizeram? Onde foram? 

Nós exploramos as cidades um pouco, já que estávamos lá para os shows. Eu lembro que passamos apressados em algumas cidades, mas conseguimos passar um tempo nas praias.

Do que você gosta no que diz respeito ao Brasil?

Oh, eu acho que a energia da multidão, que é imbatível. Nós tivemos experiências incríveis, fomos sortudos em tocar em algumas cidades. E, você sabe, a energia é louca… as pessoas te encontram no aeroporto, nos shows, as pessoas que esperam o dia todo para nos ver tocar… É uma dedicação séria e marcante dos fãs brasileiros e isso é algo que aguardamos com expectativa, algo bem encantador que nós já conhecemos há bastante tempo.

Vocês assinaram com uma nova gravadora (Fueled By Ramen) para lançar esse álbum. O que você sente em relação à mudança? Você se sente mais independente? 
Com a nova gravadora?

Sim. 
Quer saber, é ótimo. Fueled by Ramen queria isso também e nos respeita há um bom tempo, uma das primeiras gravadoras que nós mostramos alguns exemplares do nosso trabalho e estar lá hoje nos faz sentir confiantes, o que é bem legal. Então Fueled, de alguma forma, acabou entrando nisso.  Eles são ótimos, respeitam os planos que pensamos, sabe, estão realmente dentro, dentro de algumas mudanças que queríamos fazer e estamos indo e indo e tem sido incrível, bem legal o suporte.

Esse apoio vocês não tinham no passado? 

Não, todas as nossas gravadoras foram ótimas. Foram boas para nós também. Não deixamos (a Hopeless Records) por motivos negativos, só sentimos que era o momento de tentar algo novo. Às vezes, estamos em uma gravadora por tanto tempo e você sente que é tempo de tentar algo novo com uma nova, e essa foi a razão. E honestamente, foi mais porque nosso contrato acabou e tivemos a opção de ir para outro lugar. E Fueled parece a família certa para juntar as forças.

Entendi. Você pode me contar um pouco do conceito do novo álbum? Eu li que o disco faz referência a você. 

Sim, nós queríamos fazer algo que falasse dos últimos dez anos. Mas, o disco é muito mais sobre crescer, passar um tempo fora da cidade em que nasceu e pagar as suas dívidas. Eu passei por isso em meus 20 anos, e sabe, nós temos quase trinta agora. Esse é o álbum que reflete os momentos ‘de cabeça pra baixo’ do nosso passado.

Então,  você tentou trazer elementos do passado pra criar algo novo, um álbum novo…

Sim, é exatamente do que se trata. É tipo olhar pra trás para as coisas que fizeram quem somos hoje e entrar em acordo com isso, sabe, com todas as coisas que deixaram cicatrizes em nós… Aceitar isso é perceber que é ok, que é parte de olhar pra frente… é algo que queríamos. Às vezes também em relacionamentos… pessoas que conhecíamos e tivemos que seguir em frente e coisas que você passa quando está mais velho. É tudo um reflexo disso.

É mais sobre você ou sobre a banda? 

Eu acho que é muito mais pessoal. É sobre mim e também sobre o que aconteceu ao nosso redor, como banda. Mas, é bem pessoal. Eu acho que esse disco é muito auto-referencial e reflexivo e eu diria que se trata de uma pessoa.

Certo… Eu gostei da capa do álbum bastante, mas não entendi completamente a mensagem pra ser sincera. Do que se trata?

A capa do álbum?

Sim. 

Confira:

A arte é uma representação das músicas. O personagem do meio é o Last Youth Renegade (O Último Renegado) e é uma personificação da nossa juventude e representa quem fomos, quem somos, onde estamos indo e o que acontece à nossa volta (todos esses barulhos de fora) e outras coisas que refletem o personagem que estavam meio que existindo conosco no mesmo espaço.

Ah, entendi. Esse álbum soa bem nostálgico pra mim, não só porque me lembra algumas das músicas dos álbuns antigos, mas porque algumas evocam essa sensação. Foi sua intenção?
Sim, porque a proposta do disco é olhar pra trás nas nossas vidas e onde estivemos. E quisemos nos basear nisso. Queríamos que tivesse esse sentimento, esse autêntico sentimento de desenterrar o passado, gerações passadas que influenciam nossa música… artistas que talvez as pessoas não esperem que nós gostamos, mas nós amamos e crescemos ouvindo como Prince, por exemplo. Sabe, artistas que lembro da minha infância e talvez isso seja nostálgico. Nós quisemos juntar isso e colocar na nossa música.

Então, Prince foi uma influência na criação do disco?

Prince? Com certeza. Eu amo Prince há bastante tempo. E quando ele faleceu foi triste, bem intenso… Embora eu não quisesse que All Time Low soasse como Prince, eu queria passar por todas as pequenas coisas e influências que fizeram ele grande e introduzir esses elementos na nossa música, o que a gente faz com vários artistas. Mas, eu queria que All Time Low soasse como All Time Low.

Claro. E continua a soar como All Time Low (risadas). Mas, soa um pouco mais pop pra mim agora. Sua banda surgiu quase ao mesmo tempo que bandas como Paramore e Simple Plan, que hoje também estão tentando algo novo, mais pop. Eu vejo isso como uma tendência, você vê também?

Sim, talvez. Eu acho que várias bandas estão alcançando direções diferentes. Eu acho que Paramore está tentando coisas diferentes e nós também. Sim, eu acho que a direção é um pouco mais pop talvez, mas não é algo que gostaríamos de colocar um gênero. É mais algo que nos faz felizes, que reflete o que temos escutado e tocar o que nós queremos. Eu acho que quando começamos éramos muito jovens e nossas maiores influências eram Green Day, blink 182; então começamos meio que imitando isso quando éramos jovens e hoje eu ainda amo essas bandas, amo as músicas, mas não é o tipo de som que queremos fazer hoje.

Certo. Eu vejo que há mais conexões entre as músicas do álbum, se compararmos com os discos antigos. É algo que você pensou com a banda desde o começo? Quando você foi pro estúdio gravar esse novo trabalho pela primeira vez, você já tinha tudo planejado? 

Sim, é isso o que queríamos com o álbum. Nós sentimos que estávamos contando uma história sobre personagens, personificações da nossa juventude e queríamos que tivesse uma conexão que nos fizesse sentir que depois de uma música, teria algo em seguida conectado. Nós não sabíamos que queríamos isso no começo, começamos escrevendo o álbum, não tínhamos em mente isso necessariamente. Mas,  conforme fomos fazendo isso, percebemos que estava funcionando, que a criação estava bem legal. E quisemos que o álbum trouxesse isso, uma história.

Você chamou esse disco de “uma história de realização pessoal”, na qual você confrontou seus próprios demônios pra escrever. Como foi isso pra você? Você descobriu algo durante esse processo?

É realmente isso que você disse, realização pessoal. Nós percebemos que todas as coisas que fazem a gente ser quem é e as nossas imperfeições influenciam na nossa jornada. E, sabe, nós passamos por ótimos momentos e também por momentos difíceis. Eu acho que uma das coisas que viemos a perceber é que mesmo os momentos que pareciam bem difíceis de lidar contribuíram para formar nossa identidade. E ultrapassar isso é como ir para o outro lado: melhor e mais forte. É algo que queríamos mostrar com esse disco, que sabemos que o que enfrentamos nos tornou quem somos, mais fortes.

Tegan and Sara colaboraram na música “Ground Control”. Como a parceria aconteceu? Vocês foram até elas ou elas foram até vocês? Você gosta da música delas?

Sim, eu amo Tegan and Sara. Eu as amo há bastante tempo, ótimas compositoras. Nós procuramos elas. Eu escrevi a música e queria uma cantora feminina nela e elas vieram à mente. Enviamos para elas, e elas gostaram e trouxeram uma vibe bem cool para a canção e tornaram isso bem especial para mim.

Sim, elas são bem legais e também estão nessa vibe pop hoje em dia. 

(risadas) Com certeza.

O último videoclipe que vocês fizeram foi da música “Nice2KnoU”, que me parece bem mais trabalhado do que os do começo da sua carreira com a banda. Quando você começou a observar mais os vídeos e colocar mais conceitos neles?

Sim, eu acho que nossos vídeos sempre foram engraçados e pensávamos sempre “vamos só fazer os vídeos e não levar isso a sério”, especialmente quando éramos jovens. Eu acho que nesse novo disco vimos uma oportunidade real pra buscar isso. Eu percebi que as músicas são bem visuais, com uma estética já, e nós queríamos  traduzir isso e fazer clipes. Então, criamos esse pequeno universo e esse é o motivo pelo qual esses quatro clipes parecem ter saído do mesmo universo. É algo que queríamos ir em frente com o novo material, nós amamos isso.

Há bastante vermelho e azul o tempo todo. Há alguma razão por trás dessas cores da filmagem?
Sim, queríamos uma aparência consistente. Então, olhamos a paleta de cores e achamos legal. Foi algo meio intencional.

O que você tem planejado para os próximos clipes?

Oh, boa pergunta. Estamos pensando nisso agora. Nós lançamos algumas músicas, o álbum inteiro na verdade, e estamos lançando novos singles e estamos trabalhando no vídeo de Good Times agora.

Você tem a intenção de fazer vídeos com todas as músicas do disco?

Eu amaria. Eu acho que estamos quase terminando o quinto, então por que não mais 5?

Assim como Tegan and Sara (as irmãs gravaram um clipe para cada música do último álbum)
Sim, exatamente (risadas).

Bom, acho que nosso tempo está acabando… Gostaria de deixar um recado para seus fãs?

Gostaria de dizer que sinto muitas saudades dos nossos fãs do Brasil e quero voltar logo. Espero que breve.

Muito obrigada por ceder o seu tempo para essa entrevista. Sou uma grande fã. Espero ver o All Time Low logo, tocando no Brasil. 

Ah, muito obrigado.

E, assim, a entrevista chegou ao fim. 

Confira nossa playlist:

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