Se você usa o TikTok ou conhece as músicas em alta nas redes sociais, você provavelmente conhece “Life Goes On”. A música, que se tornou um dos grandes hits dos últimos tempos, é de Oliver Tree, um cantor norte-americano que também conquistou seu espaço como rapper e comediante.
Além de lançar novas versões do single, ele também está trabalhando em um novo álbum – mais voltado ao country – e planejando sua turnê. Em entrevista ao Tracklist, Oliver contou mais sobre a influência dos aplicativos na indústria musical, parceria com Alok e até sonho de vir ao Brasil em breve.
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Leia na íntegra a entrevista completa com Oliver Tree
Além de cantor, você também é rapper, comediante e muitas outras coisas. Como você traz todos esses talentos nos seus projetos?
Eu descobri que a melhor e a mais única arte que nós podemos fazer é colocar tudo o que temos para oferecer nisso. Então, eu posso dirigir meus próprios clipes, ajudar a produzir, escrever e todos os tipos de coisas, desde drama e documentários até vídeos de comédia on-line e óbvio música – todos os tipos de gênero, eu estou trabalhando em um álbum country agora.
É sobre colocar tudo que é verdade para mim e que fiz na minha vida. Colocar tudo isso em um só lugar me permite fazer a melhor arte que posso porque é único para mim. Nada é realmente original, tudo já foi feito, você não pode recriar, eu só estou tentando achar jeitos de usar o que é único para mim em um pacote e compartilhar com o mundo, com um pequeno e fofo laço.
Seu primeiro single foi “When I’m Down” com Whethan e vocês dois cresceram juntos na indústria musical. Como é ter alguém assim nesse ramo?
Ele é como um irmão mais novo pra mim. Nós moramos juntos por muitos anos em vários momentos, fazemos músicas de estilos totalmente diferentes e temos opiniões diversas sobre o que achamos que é correto. Então, sempre estamos discutindo sobre como deve ser, acabamos nos encontrando no meio e é isso que nos faz bons artistas. Temos coisas que são para diferentes tipos de pessoas e se unem, nós discutindo qual opção é melhor é ótimo porque realmente nos importamos e queremos fazer algo que agrade ambos os ‘ouvidos’. É muito mágico ter alguém assim em minha vida.
Em fevereiro do ano que vem você vai sair em turnê com a “Cowboy Tears”. Quais são as suas expectativas para isso?
Não sei, vamos ver. A principal coisa é que estou tentando ir para a América do Sul, eu realmente quero ir ao Brasil. Então, estou falando com o meu empresário todo dia e perguntando como podemos chegar aí, estou no processo de organizar isso. Vamos ver o que acontece, pode ser incrível e esgotar ou tudo pode dar errado, eu não sei, mas esse é o meu foco. É o meu sonho! Assim que terminarmos essa entrevista, vou ligar para ele de novo e falar sobre isso.
Você lançou recentemente a versão deluxe do “Ugly is Beautiful”. A turnê irá ser baseada nesse projeto ou teremos algo novo vindo por aí antes?
Não sei, vamos ver. Eu estou finalizando meu “Cowboy” álbum, que é de música country, e eu compartilhei um pedaço com os meus fãs, eles odiaram. Ninguém o quer, então talvez eu tenha que mudar tudo ou faça outro álbum só daqui dez anos… Se os fãs querem ouvir, se o Brasil quer ouvir, existe a possibilidade de forçar a gravadora a lançar isso.
Essa é a verdade, não tem data de lançamento, não sei se vai ser lançado, mas se os fãs querem e pressionar a gravadora, “Cowboy Tears” pode ser lançado ou nunca será escutado por ninguém. Então, só eu escutaria e eu não poderia ligar menos, eu amo tanto que é só isso que eu realmente me importo. Eu fiz para mim mesmo e se outras pessoas curtirem também, isso é o bônus extra.
Isso está na mão deles. Várias pessoas falaram que não querem ouvir o álbum country e eu só disse: “Ok, vou ouvir todo dia e vocês podem ouvir ‘Life Goes On’, que eu literalmente fiz sete anos atrás”. Aquela música não era nem para ter sido lançada e finalmente foi, é música velha e a primeira coisa que eu fiz para Oliver Tree… Se eles querem ouvir música de sete anos atrás, tudo bem, eu vou ouvir as novas e quem sabe um dia eles irão querer.
Falando sobre “Life Goes On”, essa música é uma das favoritas do público e o TikTok teve uma grande influência em seu sucesso. Como você acha que essa plataforma está mudando os caminhos dessa indústria?
Eu acho que está permitindo músicas alcançarem canais de audiência que as gravadoras não têm nenhum controle sobre. Para mim, essa é a minha décima tentativa de fazer música como trabalho e no mês passado foi a primeira vez que alguém realmente ligou para a minha arte. Eu acho que o TikTok é o futuro por fazer as pessoas acharem sua música e é o único aplicativo que leva o público para o Youtube e Spotify de um jeito único. Eu acho que no último mês eu fui de 3 milhões de ouvintes mensais para 23 milhões e isso é do TikTok.
TikTok é o futuro, mas não é algo que você tenha muito controle sobre o que as pessoas irão ouvir. É algo que tem que acontecer de forma orgânica, está fora do meu controle. Eu ficaria muito surpreso se algo das minhas músicas country se tornasse uma canção da plataforma, mas no meu coração vou continuar tentando e explorando porque sei que é o futuro de como entregamos músicas para os fãs.
Essa música foi trilha sonora de muitos vídeos na internet. Qual deles é o seu favorito?
Teve um que foi derrubado, mas era de uma mulher tendo um bebê e a música estava realmente tocando na sala de parto. Não foi alguém que colocou a música de fundo, ela estava tocando no lugar durante o nascimento. Então, ver alguém escolher aquela canção para ter um filho foi tão inspirador. O vídeo era um pouco demais para o TikTok e eu vi que eles tiraram do ar, não sei se foi publicado em outro lugar, mas esse foi o mais doido que eu vi. Eu espero que aquela criança seja uma lenda!
“Life Goes On” tem uma versão com Alok, que é um grande artista brasileiro. Como foi trabalhar com ele nesse projeto?
Foi incrível, eu sou fã do trabalho dele e o fato dele ter feito a sua própria versão… Tomara que algum show dele as pessoas possam ouvir isso do jeito que ele fez. Estou trabalhando em outros remixes, com alguns rappers e diferentes pessoas, então vou continuar explorar o que outros artistas fazem com a música. Trabalhar com ele foi um privilégio e fico grato que ele estava disposto a tentar sua versão. Foi uma honra.
Você curte música brasileira? Tem algum artista que é o seu favorito?
Tem alguns artistas, mas vou te falar a verdade: eu não escuto música. Eu só fui introduzido a algumas coisas pelo meu time para colaborações, não posso falar muito, mas tem alguns artistas brasileiros que sonho em fazer uma parceria. Eu não escuto música, só assisto filmes – essa é a minha maior inspiração. Não uso a internet, estive fora disso nos últimos meses, só faço música e filmo documentários. Eu estou trabalhando na área artística, não posso ficar na internet o tempo inteiro prestando a atenção no que os outros estão fazendo e eu acho que ignorância é uma bença. Quanto menos eu souber o que está acontecendo, mais única será minha música.