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Review: “Radical Optimism”, de Dua Lipa, é bom, mas não surpreende

O material chega às plataformas digitais após 4 anos do aclamado “Future Nostalgia”

Dua Lipa para capa do "Radical Optimism" | Foto: Divulgação
Dua Lipa para capa do "Radical Optimism" | Foto: Divulgação

Finalmente o novo disco de Dua Lipa está entre nós! “Radical Optimism” chegou nesta sexta-feira (3) após 4 anos do aclamado “Future Nostalgia” (2020). O novo projeto da cantora britânica-albanesa conta com 11 faixas e 3 singles já previamente lançados: “Houdini“, “Training Season” e “Illusion“.

Entre a lista de colaboradores do álbum estão Kevin Parker (Tame Impala), Danny L Harle, um dos pioneiros da PC Music, Tobias Jesso (Sia) e Caroline Ailin, sua colaboradora de longa data.

“Radical Optimism” traz boas faixas, mas não impressiona

Em entrevista para a Apple Music, Dua afirmou que “Radical Optimism” é ideia de lidar com as adversidades, não deixar que nada o abata por muito tempo e sempre ver o lado positivo das coisas. “Seja um coração partido, uma amizade, um relacionamento, seja apenas crescer e ver as coisas de forma diferente. Acho que isso é uma grande parte do amadurecimento e do crescimento”, completou.

Com isso, em “End of an Era”, faixa que abre o disco, vemos a mensagem que a artista se refere. Psicodélica e com uma enxurrada de sintetizadores dos anos setenta e o baixo característico nos trabalhos de Dua, a faixa fala de começar algo novo em uma pista de dança. “Houdini” e “Training Season” seguem a mesma linha em termos de produção e letra, e logo percebemos o dedo de Kevin Parker nas canções.

“These Walls” é uma das músicas que mais se distancia da Dua Lipa que vimos no “Future Nostalgia”. É um som mais suave, focado em vocais. Sobre a influência do pop psicodélico que vimos no início do álbum, ela volta forte em “Whatcha Doing” e “French Exit” – boas faixas, em que temos de letra, mostram um lado mais vulnerável da cantora, que se mostra disponível a reconhecer todos os seus sentimentos.

Porém, em “Illusion”, terceiro single do material, e em “Falling Forever”, a linearidade do projeto é percebida de fato. Embora a primeira tenha um bom clipe e a segunda vocais poderosos, ambas soam como descartes dos trabalhos anteriores de Dua, parecendo que sofreram breves modificações na produção para entrar no “Radical Optimism”.

Boas surpresas do álbum são “Anything For Love” e “Maria”, faixas pegajosas que falam sobre amores fortes e que resistem a barreiras. Nelas as produções são um pouco diferentes, abusando de efeitos na composição.

Finalizando, temos “Happy For You”, faixa em que Dua Lipa aborda a maturidade de entender o fim de uma relação. Essa talvez seja a mais forte do álbum em termos de letra.

Conclusão

“Radical Optimism” não é ruim, mas está longe de ser o melhor trabalho de Dua Lipa. Há momentos de grandeza no álbum, como as letras e algumas produções, mas nada que nos prenda fortemente – talvez por estarmos acostumados com um nível que a própria artista colocou.

Obviamente também não podemos dizer que é um material fraco. Algumas faixas têm potencial para serem ressignificadas ao longo do tempo – quem sabe até com um deluxe para complementar. Porém, neste primeiro momento, a impressão que fica é que Dua é capaz de fazer muito melhor.

Nota: 7/10