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Madonna no Rio: os detalhes da noite épica em Copacabana

O encontro da Rainha do Pop com os maiores fãs de música do mundo

Madonna no palco do show em Copacabana no Rio de Janeiro
Foto: Marcos Hermes

Desde que Madonna aterrissou no Brasil, o Rio de Janeiro mergulhou em um frenesi que mesclou o espírito do carnaval com a vibração do réveillon. O Copacabana Palace, palco da “Celebration Tour in Rio” e lar temporário da estrela, transformou-se em um epicentro de devoção para centenas de fãs vindos de todos os cantos do país, cada um trazendo consigo histórias inusitadas, looks criativos e seus inseparáveis leques. No sábado (5), essa atmosfera atingiu seu ápice: uma multidão de 1,6 milhões de pessoas (segundo estimativa da Rio Tour) se aglomerou na praia de Copacabana para testemunhar o último show da Celebration Tour.

Para o público fervoroso, o megaevento representou mais do que simplesmente um show: foi uma oportunidade de celebrar os ideais pelos quais Madonna batalhou incansavelmente ao longo de sua carreira – desde a liberdade sexual até a autonomia feminina e os direitos da comunidade LGBTQIAP+.

Já para Madonna, o momento foi de uma magnitude ímpar: celebrar 40 anos de uma carreira lendária diante da maior plateia que já reuniu. Com 14 álbuns de estúdio lançados, a rainha do pop trouxe um repertório de 25 músicas que marcaram décadas e gerações.

Como foi o show em si?

Com um atraso de quase 1 hora, Madonna fez uma entrada triunfal ao som de “Nothing Really Matters”, apenas um dos muitos sucessos que ela apresentou. A megaestrutura, com telões enormes, luzes vibrantes de ponta a ponta e passarelas, superou todas as expectativas.

As inúmeras trocas de figurino apenas amplificaram a experiência, mas foi a performance de Madonna e seus dançarinos, coreografada com maestria, que se destacou, narrando a história da artista em sete atos, em um espetáculo que combinou teatro e música de maneira brilhante.

Destaca-se especialmente o ritual que precedeu “Like A Prayer” e a ousada simulação de crucificação, um gesto que lembra a polêmica que envolveu Madonna quando lançou o videoclipe dessa música, resultando em sua excomunhão pela Igreja Católica, em 1989.

“Erotica” foi um momento de pura sensualidade, com Madonna e seus dançarinos em um jogo provocativo, incluindo uma sequência que simula um ato de masturbação. O sucesso “Hung Up” foi recebido com máximo entusiasmo pela plateia, que também aplaudiu o beijo entre Madonna e uma das bailarinas.

Participações e mensagens emocionais

Como uma defensora incansável na luta contra a Aids, Madonna prestou homenagem às vítimas da doença durante “Live to Tell”, exibindo imagens de ícones brasileiros como Cazuza e Renato Russo nos telões.

Madonna fez elogios ao Brasil durante toda a noite, destacando as belezas naturais do Rio e a energia única do povo brasileiro.

“O Rio é um dos lugares mais lindos do mundo. Tem o oceano, a montanha e o Cristo.”

As participações especiais de Anitta e Pabllo Vittar, embora não tenham envolvido performances musicais conjuntas com Madonna – o que frustrou boa parte do público -, foram momentos marcantes que reforçaram o reconhecimento da estrela internacional pela cultura e talentos brasileiros. Mais contida, talvez pela falta de tempo para ensaiar, Anitta foi jurada do desfile de dançarinos em “Vogue”.

https://twitter.com/tracklist/status/1786962332683264466

Logo em seguida, Pabllo Vittar, que participou dos ensaios ao longo da semana, performou “Music” com Madonna, ambas vestindo a camiseta da seleção brasileira de futebol. Esse momento contou com arranjo de samba executado por ritmistas mirins de escolas de samba do país, no comando de Pretinho da Serrinha.

https://twitter.com/tracklist/status/1786962332683264466

Antes de “Express Yourself”, Madonna fez um discurso de agradecimento aos brasileiros, mencionando o apoio de mulheres e da “nação queer”.

“Eu vou lutar pelo direito de vocês até a morte”

A família da rainha

A presença de seus filhos no palco adicionou uma dimensão emocional ao show: a filha Mercy James, de 18 anos, tocou piano enquanto a mãe cantava “Bad Girl”. Estere, de 11 anos, assumiu o posto de DJ durante “Vogue”, além de dançar durante a canção, tendo também a participação de sua irmã gêmea Stella. David Banda, de 18 anos, tocou violão durante “La Isla Bonita”.

Último ato

No encerramento, Madonna saúda a realeza do pop ao fazer um medley de um dos seus maiores sucessos “Like a Virgin” e “Billie Jean”, do eterno rei do pop, Michael Jackson. Ela se despede do público brasileiro e da turnê ao som de “Bitch I’m Madonna” e “Celebration”.

Apesar de ter entregado um concerto muito bem amarrado e que deixou o grande público satisfeito, a falta de grandes hits, como “Material Girl”, “Sorry”, “4 Minutes e Girls Gone Wild”, foi sentida e teria dado ainda mais energia para a festa em Copacabana.

A estrutura, a paixão dos fãs brasileiros, o recorde de público e a entrega máxima de Madonna comporam esse momento histórico e resultaram em uma noite épica.

Um agradecimento para a Deezer Brasil, que nos convidou para ver o show de pertinho na área VIP, deixando a experiência confortável e ainda mais incrível.