“Cinderela”, protagonizado por Camila Cabello e produzido pela Amazon Prime, é o primeiro filme estrelado pela cantora cubana e a mais nova produção da plataforma de Jeff Bezos.
Em sua estreia, o longa traz a artista interpretando uma das mais clássicas histórias da Disney ao lado de grandes nomes do cinema como Billy Porter, a fada madrinha.
A nova versão da comédia romântica de “Cinderela” aborda o musical tradicional com a história de uma jovem ambiciosa, cujo os sonhos são maiores do que o mundo permite, mas com a ajuda de seu Fab G (Billy Porter), ela consegue perseverar e realizar seus sonhos.
Dando voz a 14 músicas entre covers e canções originais, incluindo a emocionante “Million to One”, Camila deu vida a uma princesa, na qual a narrativa feminista é a principal ótica do enredo, transcendendo as barreiras misóginas e machistas presentes nas antigas versões.
No entanto, embora a intenção progressista tenha sido boa, há quem ainda considere o longa e a atuação de Cabello medianos diante do grande sucesso e reputação que o conto possui. Os críticos especializados estão a se dividir acerca do elenco e roteiro escolhido para a produção.
Confira as principais críticas a respeito de “Cinderela”, filme interpretado por Camila Cabello!
Variety
Avaliado em 50 pontos pela revista estadunidense Variety, o projeto dirigido por Kay Cannon é visto pelo veículo como um “musical medíocre”, apesar de Camila “brilhar em uma reinvenção progressiva”.
A crítica exalta a visão feminista que se tornou essencial para entender o rumo de uma história protagonizada majoritariamente por mulheres.
Cannon tem grande habilidade e cuidado para garantir que as motivações internas e externas de sua heroína sirvam para impulsionar a história. Esta versão modernizada faz o protagonista simpático lutar com um enigma convincente, descobrindo como Ella e seu príncipe podem continuar a amar um ao outro enquanto alcançam suas respectivas ambições profissionais (ou as dela, pelo menos, uma vez que ele irritantemente nunca verbaliza o que quer a esse respeito ) Sua luta superficial, envolvendo estrutura de classe e disparidade de riqueza, certamente ainda faz parte do DNA do conto.
Porém, apesar de todas as decisões inteligentes e inovadoras tomadas, ainda há a participação de escolhas frustrantes que fizeram de “Cinderela” menos interessante, segundo a Variety.
O ritmo do filme é inconsistente, especialmente quando se trata do desenvolvimento do personagem, que pode parecer ao mesmo tempo subdesenvolvido e sobrecarregado. Desde as meias-irmãs (que são amolecidas a ponto de servir a pouco ou nenhum propósito) aos membros da corte real (cujos arcos são estranhos), praticamente todos além de Ella e Vivian sofrem muito com motivações de caráter fino como papel de seda que giram em torno de um capricho, fazendo o público questionar por que esses fios supérfluos da história estão lá.
Sobre os cenários e figurinos, a crítica foi bem incisiva quanto aos elementos que constroem o visual do filme.
“Embora projetado para conjurar energia e encantamento em seu design, há uma falta generalizada de intriga estética e identidade individual. Esses números são exaustivos, não fascinantes. Composto como videoclipes, com cortes rápidos e nítidos alternando entre planos amplos e médios, essas sequências prestam um desserviço à coreografia maravilhosamente anacrônica de Ashley Wallen e aos trajes de tirar o fôlego de Ellen Mirojnick.”
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Chicago Sun Times
Dando destaque à atuação de Camila Cabello no material, o Chicago Sun Times não poupa elogios à estreia da cantora em seu primeiro papel diante as lentes do cinema.
A popular cantora e compositora Camila Cabello faz sua estreia como personagem titular, e ela é uma revelação, pois a câmera a ama e ela exibe não apenas os esperados dotes vocais, mas um verdadeiro talento para a comédia, já que esta versão de Cinderela é particularmente charmosa quando ela está se debatendo e se metendo em situações embaraçosas que ela mesma criou.
Avaliado em 67 pontos no Metacritic pelo veículo estadunidense, “Cinderela” para o crítico Richard Roeper é uma “versão otimista do conto de fadas transforma Camila Cabelo em uma estrela de cinema”.
Em suas admiradoras palavras sobre a produção, o jornalista ressalta que o filme possui “mensagens positivas para príncipes e princesas de todas as idades, a trilha sonora é irresistível e Camila Cabello agora pode adicionar “estrela de cinema” ao seu currículo”.
The Washington Post
Um dos mais aclamados veículos dos últimos tempos salienta que o longa é “estridente, atrevida e boba, tudo de uma vez. No entanto, ‘Cinderela’ está muito menos interessada no encantamento do que em desmantelar toda a raquete sexista e classista”.
Enquanto isso, a atuação de Camila é mais uma vez exaltada como o ponto alto do filme. “Cabello faz um trabalho competente em sua estreia no cinema, juntando o humor piscante com o bom espírito picante, seu beicinho vocal no estilo Britney Autoajustado com perfeição”.
Embora a aclamação e reconhecimento perante a atuação e o desenvolvimento da produção estejam evidentes durante toda a crítica, o The Washington Post se comprometeu em avaliá-lo em 50 pontos no Metacritic. Segundo o veículo,
Há momentos em que “Cinderela” não consegue deixar de relembrar o filme de sucesso de verão “Cruella”, tanto em seu arco narrativo de heroína quanto em sua fuzilaria de retornos de chamada pop-rock
The New York Times
Avaliando a produção da Amazon Prime em 40 pontos no Metacritic, o The New York Times direciona palavras mais críticas à obra, chamando-a de “esquecível”.
A avaliação feita pelo jornal estadunidense carrega duros apontamentos à maneira moderna em que a história é retratada. “É estranhamente fascinante, porém, como um estudo na semiótica do conto de fadas modernizado. Neste reino carregado de anacronismo, Ella não fantasia sobre príncipes em corcéis, mas sobre se tornar um magnata de vestido de baile.”
O veículo também não descarta o mau desenvolvimento do longa como a perda de essência no quesito musical. “Há indícios de vitalidade e brio que animavam musicais de jukebox espumantes como “Pitch Perfect”, para o qual Cannon escreveu o roteiro. Mas com uma narrativa tão estúpida, mesmo Driver cantando as notas de abertura de ‘Let’s Get Loud’ é difícil de apreciar”.
Paste
Reverenciando a escolha progressista e livre de laces misóginas na produção, Paste destaca o comprometimento de “Cinderella” em ser mais do que um simplesmente conto, mas também um projeto de conscientização sobre os direitos das mulheres. “A ‘Cinderela’ de Camila Cabello não é nenhuma princesa da Disney, e isso é uma coisa boa”.
O veículo enaltece do início ao fim a grande espetacularidade musical que o filme se converteu, “o diálogo realmente serve para levar o espectador de um número musical a um número musical”, além de abrir um espaço para apreciar a estreia triunfal de Cabello nos cinemas, principalmente quando sua personagem precisa reverter questões machistas.
“Em sua performance teatral de estreia, Cabello é charmosa e maneja com desenvoltura o roteiro, principalmente as falas descartáveis que carinhosamente zombam do gênero”.
Apesar das boas críticas que elevaram a pontuação do Paste para com o filme em 76 pontos no Metacritic, os erros continuaram sendo um problema na produção, nos quais estiveram presente na review do veículo.
Existem algumas piadas infelizes. James Corden, que atua como um dos produtores executivos do filme, dá voz a um dos ratos que eventualmente se tornou lacaio de Cinderela. Há toda uma piada sobre ratos fazendo xixi no outro rabo que poderíamos ter dispensado e definitivamente serviria de alimento para aqueles que não são fãs de Corden.
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