Poucos artistas na indústria do pop conseguem se manter estáveis por tanto tempo, com uma imagem reconhecida mundialmente. Entretanto, Rihanna é um dos casos especiais de puro estrelato, que começou com “Music of the Sun”. No último dia 12 de agosto, o debut da cantora completou quinze anos.
Com doze faixas ao todo, o álbum de estreia da artista foi um passo muito bem dado ao topo. Nesse sentido, “Music of the Sun” chegou ao top 10 da Billboard 200; o que é um marco e tanto para alguém que estava só no início.
Rihanna caminhava para se consagrar como o ícone que é hoje. Os dois singles que promoveram o disco, “If It’s Lovin’ That You Want” e “Pon de Replay”, marcaram os anos 2000. Influenciada pelo r&b e ritmos caribenhos, a cantora estabeleceu o próprio nome como um pop icon proeminente, e talvez nem a própria pudesse prever o que viria a seguir.
Apesar do público ainda esperar pelo novo release completo da diva, o fato de Rihanna ter uma discografia versátil é inegável. Com bons produtores e compositores, seus projetos são recheados de smash hits que duram muito nas paradas.
Porém, o que Rihanna fez em cada disco para evoluir tanto desde “Music of the Sun?” O que cada disco álbum teve para serem tão bem-sucedidos?
Dessa forma, vamos em rumo ao throwback para entender o que rolou em cada lançamento, e de que forma Rihanna virou A Rihanna.
Rihanna e seus discos desde “Music of the Sun”
“Music of the Sun” (2005)
A princípio, devemos olhar o próprio “Music of the Sun”. Com apenas dezesseis anos, Rihanna saiu de Barbados para os Estados Unidos, em 2004, para gravar demos das futuras canções.
Com produção executiva de Jay-Z, a artista enfim lançou seu debut no ano seguinte. O disco contém músicas dançantes, ao mesmo tempo que carrega algumas faixas de reggae. Rihanna quis trazer elementos musicais de seu país, e incorporá-los ao pop da época (lembrando que estamos falando dos anos 2000).
Assim, “Pon de Replay” foi escolhida como single, e alcançou o segundo lugar na Billboard Hot 100.
No início dos 2000s, o hip-hop e o reggaeton já eram moda nos charts; por isso as escolhas de Rihanna foram certas. Na mesma época, artistas como Nelly Furtado, Sean Paul, Justin Timberlake e até Beyoncé faziam o mesmo.
E os produtores que trabalharam no disco também foram perspicazes. A dupla Carl Sturken e Evan Rogers, por exemplo, compuseram “Pon de Replay” e foram co-produtores do “Music of the Sun”. Antes, os Sturken e Rogers já haviam trabalhado com Christina Aguilera e Emma Bunton, que estavam em ascensão desde o final dos anos 90.
“A Girl Like Me” (2006)
Um ano após o debut, Rihanna retornou com “A Girl Like Me”. Nesse trabalho, o dance pop estava mais presente ainda, com faixas como “SOS” e “Break It Off”, esta com participação de Sean Paul.
O segundo álbum da diva soa como uma continuação de “Music of the Sun”, com o qual Rihanna já estava conhecida. A equipe criativa foi a mesma, composta por Sturken e Rogers e os produtores de Jay-Z; mas o desempenho foi ainda melhor que o disco anterior.
“SOS” foi a primeira música de Rihanna a chegar ao topo da Billboard Hot 100, além de ter pego #1 em outras cinco paradas estadunidenses. Na Billboard 200, “A Girl Like Me” chegou em quinto lugar, um salto de cinco posições em comparação ao debut.
Além disso, o super smash hit viria com o próximo trabalho, junto de uma reviravolta no estilo da artista.
“Good Girl Gone Bad” (2007)
A tão famosa “Umbrella”, com participação de Jay-Z e que ficou mais de oito semanas no topo da Hot 100, vem deste disco. Cheio de singles de sucesso e com vendas absurdamente boas, “Good Girl Gone Bad” foi a entrada de Rihanna no dance pop, electro, e um pouco de pop rock.
O álbum contou com muitos nomes influentes da música na época, como o produtor Timbaland e o duo Stargate. Ainda, nas composições, Justin Timberlake e até mesmo Michael Jackson estão creditados. No caso, o Rei do Pop ajudou a escrever a canção “Don’t Stop The Music”.
“Good Girl Gone Bad” marcou a primeira vez que Rihanna faturou um Grammy. Na ocasião, a artista levou para casa a estatueta de “Melhor Colaboração de Rap”, por “Umbrella”.
Aqui, a cantora realizou a vontade de colaborar com Ne-Yo, algo que queria fazer desde o disco anterior. Ambos lançaram a canção “Hate That I Love You” como single promocional em agosto de 2007, e chegou a ser incidada para “Melhor Canção R&B” no Grammy.
“Rated R” (2009)
Dessa vez, Rihanna amadureceu totalmente e entregou seu release mais “pesado” então aquela época. Nesse sentido, “Rated R” foi o primeiro álbum da cantora com praticamente todas as músicas classificadas como explicit, e trouxa uma imagem da diva que o público ainda não tinha visto.
Com sua equipe já recorrente de compositores e produtores, Rihanna abordou aspectos e acontecimentos recentes de sua vida. Além disso, a artista quis inovar: sair do dance pop que havia se tornado comum, e experimentar mais com o hip-hop e o dubstep.
As colaborações nesse trabalho são bem díspares, incluindo o guitarrista Slash e will.i.am. Rihanna quis ousar, se diferenciar da própria discografia feita até então; sair da imagem de “garota alto-astral” para uma mulher crescida e cheia de desafios.
Como sempre, o desempenho nas paradas foi bom: quarto lugar na Hot 100, e singles em vários top 10. Conforme o tempo passou, a artista seguiu o amadurecimento com o projeto seguinte.
“Loud” (2010)
Aqui, Rihanna retornou ao estilo otimista e colorido dos projetos mais antigos. “Loud”, lançado em 2010, foi um sucesso comercial e fez com a cantora se igualasse a Janet Jackson em quantidade de #1s nos EUA.
O release contém participações de Drake, Nicki Minaj e Eminem; e, no caso de Drake, foi um dos primeiros featurings de uma parceria com a cantora que duraria mais alguns discos.
Com o quinto álbum, Rihanna conseguiu manter sua estabilidade e reconhecimento na indústria por anos. Há dez anos, a artistas já era conhecida como uma grande e influente figura do pop; com lançamentos de sucesso em duas décadas diferentes.
Naquele ano, Rihanna foi indicada a “Álbum do Ano” no Grammy, e ganhou na categoria “Melhor Gravação Dance”.
Talk That Talk (2011)
“Talk That Talk” foi o projeto lançado pela diva no lugar do relançamento de “Loud”. Além dos produtores recorrentes e os gêneros musicais presentes desde sempre, Rihanna enfim colaborou com Calvin Harris na música “We Found Love”. A parceria se repetiria anos depois, com a canção “This Is What You Came For”.
O álbum é um tanto quanto parecido ao “Loud”, mas ainda contém algumas faixas memoráveis. “Where Have You Been”, por exemplo, ficou em quinto lugar na Hot 100 e em primeiro nos charts de dance music.
“Unapologetic” (2013)
Em “Unapologetic”, Rihanna deu outra reviravolta no estilo e mergulhou no urban e no synthpop. Apesar do projeto ter a balada pop “Diamonds” na tracklist, composta por Sia, o álbum é diferenciado no que diz respeito às b-sides.
“Unapologetic” se tornou um CDs mais populares do ano de 2013 nas paradas na Billboard, e foi o melhor debut da cantora a lista até então. Além disso, sua equipe de produção ganhou alguns nomes inéditos, como o produtor Mike Will Made-It, e os cantores Future e Labrinth.
“ANTI” (2016)
Portanto, chegamos ao lançamento mais “recente” da artista, e talvez o mais diversificado de todos. “ANTI”, divulgado em janeiro de 2016, foi o projeto que marcou a mudança de Rihanna para uma nova gravadora; no caso, a Roc Nation.
Com quatro singles promocionais, “ANTI” se tornou o disco de uma cantora negra a ficar mais tempo na parada da Billboard 200, no início de 2020. O release teve participações de SZA e Drake, e contou com alguns samples de artistas alternativos na produção, como Tame Impala e Florence and the Machine.
“ANTI” talvez seja a consolidação da diva como eclética e diversa, capaz de experimentar com tudo. No caso, o álbum foi elogiado pela sua experimentação com o r&b, e todos os demais ritmos que Rihanna já havia usado antigamente.
Ainda não sabemos o que virá a seguir. Rihanna ainda está trabalhando em seu nono disco, e anda bastante ocupada com seus projetos fora da música. Sua linha de maquiagem, Fenty Beauty, e sua marca de roupas fazem muito sucesso em seus devidos seguimentos.
Entretanto, podemos esperar por um grande release, com os estilos e voz identitários da artista. Em quinze anos de carreira Rihanna amadurece mais a cada dia, e desde “Music of the Sun” podemos ver que ela sempre veio para ficar.