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Review: “TYLA”, de Tyla, prova que a artista é mais que um hit

Com 14 faixas, o disco chegou às plataformas digitais na última sexta (22)

Capa "TYLA" | Foto: Divulgação
Capa "TYLA" | Foto: Divulgação

No ano passado, a cantora Tyla se estabeleceu como uma das artistas mais promissoras da nova geração. Seu hit single, “Water”, rendeu-lhe espaço no top 10 de diversos países e até um Grammy antes do seu tão aguardado disco de estreia sair. Agora, colhendo frutos, o material completo e autointitulado chegou às plataformas digitais na última sexta-feira (22).

“TYLA” possui 14 faixas, incluindo parcerias com nomes como Travis Scott, Becky G, Tems e mais. Confira nossa review!

Gêneros africanos são destaques no “TYLA”

O disco inicia com uma “Intro”, registro de uma sessão de estúdio com o grande produtor de amapiano Kelvin Momo. Cantado em zulu, um dos 11 idiomas oficiais da África do Sul, Tyla diz: “Wang’bamba /W ang’thatha/Wang’beka” (“Você segurou, pegou e me colocou”). Com apenas 41 segundos, a faixa soa como uma homenagem intencional ao lugar de onde a artista veio, reafirmando que a jornada que iremos embarcar é inteiramente sobre suas raízes.

“Safer” e a própria “Water” são bons demonstrativos disso e do trabalho que Tyla pode oferecer. Aqui os vocais suaves e precisos da cantora se misturam com instrumentais regionais viciantes.

Comparações entre “Truth or Dare” e “Water” surgiram na internet assim que a primeira saiu. Porém, com o tempo, foi possível perceber que a única coisa em comum entre elas é a colocação da jovem sul-africana que te faz dançar após o primeiro pré-refrão.

Em seguida, a primeira colaboração vocal do disco dá o ar da graça. Citada muitas vezes por Tyla como inspiração, temos a nigeriana Tems em “N° 1”. Duas potências africanas, as jovens somam forças em um afrobeat, cujo único defeito é o tempo curto da produção, tendo apenas 2 minutos e 29 segundos.

Explorando vocais, a tríade “Breath Me”, “Butterflies” e “On and On” mostram Tyla explorando novos caminhos novos dentro da sua zona de conforto, flertando com pop e principalmente R&B. Os vocais impressionam em todas.

Agitando as coisas, a sul-africana sobe a temperatura em “Jump” com Gunna e Skillibeng, um dancehall daqueles que vai fazer você dançar no meio de uma boate. “Eles nunca tiveram uma garota bonita de Joanesburgo/ Veja-me agora, e é isso que eles preferem/ Eu não toco em nenhum volante porque tenho motorista/ Primeira classe, como eu dou a volta ao mundo”. Na mesma linha, “ART” também traz versos confiantes. “Eu sou sua peça central /Faça a tela falar” – ambas potentes e bem produzidas.

“On My Body” é mais uma ótima colaboração no projeto. Becky G traz toda sua sensualidade para um reggaeton africano, destacando a relação já existente entre a música popular latina e africana, que inclusive ganhou destaque em “Calm Down”, parceria entre Rema e Selena Gomez.

Desacelerando, chegamos em “Priorities” e “To Last”, faixas mais introspectivas e sensíveis. O disco se encerra com um remix de “Water”, parceria com o rapper Travis Scott. Nada muito incrível, mas que dá um toque urbano ao projeto.

Conclusão

Por mais jovem que seja, em seu debut álbum, Tyla sabe bem o que quer e como quer. Com um Grammy na estante, lugar no top 10 da Billboard e até um show marcado no Rock in Rio Brasil, a sul-africana está pronta para dominar o mundo com sua regionalidade.

Trazendo o amapiano para contemporaneidade, Tyla se coloca à disposição e aceita o desafio de ser uma grande estrela mundial, dando o ponta-pé em um novo movimento musical.

Nota: 8/10