Por Allan César e Fernando Marques
Na última sexta-feira, 12, o cantor britânico Ed Sheeran lançou seu novo álbum de estúdio, o N° 6 Collaborations Project. Como o nome já diz, o disco está repleto de colaborações, sendo a maioria delas, artistas que o ruivo admira. Nós ouvimos tudinho e vamos contar o que achamos nessa resenha.
Em diversas oportunidades, eu, Fernando, falei sobre a estética que um álbum tem. Começo, meio, fim, citei isso diversas vezes, mas nesse caso, por se tratar de um projeto de colaborações entre artistas, isso não precisa ser levado ao pé da letra. Pelo menos se o conjunto da obra fosse bom, não precisaria…
O N° 6 Collaborations Project tem artistas de peso, coisa que levaria uma carreira inteira para diversos artistas conseguirem fazer. Mas o compilado virou apenas uma junção de diversas músicas descartadas, e que nosso querido Ed achou que seria bacana de lançar.
1 Beautiful People (feat. Khalid)
O disco abre com a parceria do britânico com o hitmaker Khalid. Soando mais como uma faixo do americano do que do Ed. Beautiful People soa muito como descarte do último disco do Khalid e não causa muito impacto. – Allan
Fraca, não parece nem uma música do Ed, nem do Khalid. Concordo 100% com o Allan, parece demais um descarte do último disco do Khalid, que por sinal é muito bom! – Fernando
2 South of the Border (feat. Camila Cabello & Cardi B)
Aqui o ruivo traz mais duas hitmakers para seu disco. Tanto Camila quanto Cardi tiveram grandes hits no último ano, mas seus versos não causam impacto algum na faixa. Sem nenhuma conexão, a música possui versos em espanhol, além da parte da Cardi soar solta na faixa. South of the Border parece mais uma necessidade desesperadora de um big hit. – Allan
Nem sempre juntar bons ingredientes resultam em uma boa música. Aqui fica claro isso, a música é fraca, não tem pé nem cabeça, não tem nem como dizer que foi pensada para Camila e Cardi. A impressão que eu fico é de que essa música foi feita as pressas pra completar o disco. – Fernando
3 Cross Me (feat. Chance the Rapper & PnB Rock)
Liberada um pouco antes do lançamento do disco, a faixa tem seus vocais bem divididos, mas acaba soando mais do mesmo. A canção lembra um pouco a sonoridade que o Zayn explorou no seu último disco, Ícarus Falls. – Allan
Essa foi uma das que eu gostei. Gosto do verso do Chance, é a que chega mais perto de ter uma sonoridade que transita entre os três artistas. Tem itens que conseguimos identificar como do Ed, e assim sucessivamente. – Fernando
4 Take Me Back to London (feat. Stormzy)
Chegamos ao primeiro ponto alto do disco. TMBTL é uma faixa para aqueles fãs que curtem ouvir o ruivo rimando. Repleto de flow e carregado de sotaque, Stormzy e Ed contam sobre a noite londrina, passando ainda por suas raízes e memórias. – Allan
Parece uma música descartada pelos Backstreet Boys… lá em 2005! – Fernando
5 Best Part of Me (feat. YEBBA)
Conheci o trabalho da YEBBA no último disco do Mark Ronson e fiquei impactado com a sua versatilidade vocal, quando vi que estaria no disco do Ed, fiquei imaginando como seria incrível. Bom, não foi assim que aconteceu. YEBBA soa quase como vocais de apoio ao britânico em uma tentativa falha de reproduzir uma “Perfect”. – Allan
Finalmente uma música que parece ser do Ed Sheeran. Não é extraordinária, como outras que ele já lançou, e o ajudaram a chegar onde ele chegou, mas é bacana de ouvir. Se estiver triste, vai dar uma potencializada na tristeza! – Fernando
6 I Don’t Care Feat. Justin Bieber
A primeira faixa do disco a ser liberada para o grande público foi a conhecida parceria com o cantor Justin Bieber. I don’t care não difere muito dos trabalhos anteriores dos cantores. Com uma letra e uma melodia linear, a faixa não cresce, soando totalmente descartável. Assim como em SOTB, os hitmakers poderiam fazer melhor, né? – Allan
A verdade é que quando saiu I Don’t Care, deveríamos ter esperado o mínimo pra esse projeto de parcerias, pois a julgar pelo seu início, não teria como ficar bom, mas a esperança é a última que morre, não é? A música parece ser qualquer coisa descartada pelo Diplo nos últimos anos! – Fernando
7 Antisocial Feat. Travis Scott
Aqui uma parceria que eu nunca critiquei. Embora a instrumental pareça descartável, os dois artistas conseguem conversar entre si em uma música com um tema importante, o autoconhecimento. – Allan
Ambos soam bem, a letra é bacana, Travis Scott manda bem demais, como sempre! Gostei do resultado, mesmo achando o refrão um pouco repetitivo, acho que o conjunto da obra foi bem positivo, e acima da média em relação ao resto do disco. – Fernando
8 Remember The Name (feat. Eminem & 50 Cent)
Mais uma parceria que eu não esperava, mas que também funcionou muito bem. Um hit em potencial, a faixa soa como grandes gits do ano 00’s, tendo o refrão cantado em um tom bem diferente dos trabalhos anteriores do britânico. Tanto o verso do Eminem quanto o do 50 cent soam bem coesos. Pontos para o grupo! – Allan
Pode entrar Destiny’s Child. Não combina com nenhum dos 3 artistas. Eu fico me perguntando como isso passou pela mão de TANTA GENTE, e não teve uma capaz de falar “tá ruim isso aí, hein”. Se tivesse um amigo isso não aconteceria, porque um amigo avisaria! Pior do álbum disparado! – Fernando
9 Feels (feat. Young Thug & J Hus)
O nome dessa música não era Cross Me? Rs – Allan
Não sei nem o que dizer! Eu posso provar por A+B que ele usou o sample da música do gás no fundo da batida!!! Depois que você percebe o toque do gás no fundo, não tem nem como levar a sério. Parece uma música que o JaRule lançaria há uns 5 anos atrás. – Fernando
10 Put It All On Me (feat. Ella Mai)
A parceria da vez é com a maravilhosa e premiada, Ella Mai. Com os vocais suaves da cantora de R&B, a faixa é totalmente fora da zona de conforto dela e do ruivo. Em um pop soft, os dois artistas cantam sobre curar o amor com um novo amor. Fofos, né? – Allan
Faixa boa, uma baladinha leve, sem arriscar demais, ou inventar demais. Gostei bastante, Ella Mai manda bem DEMAIS! Poderia ter mais umas três músicas no disco com ela que seria massa! – Fernando
11 Nothing On You (feat. Paulo Londra & Dave)
Mais uma faixa repleta de autotune e sem conexão alguma, parece mais um encaixe no disco. – Allan
Foi uma das que mais gostei, parece uma música que entraria na trilha sonora do Need For Speed (o jogo). Tem uma vibe meio drift noturno, se é que dá pra definir algo assim! Gostei bastante, ponto positivo! É uma farofa, mas pelo menos é da boa! – Fernando
12 I Don’t Want Your Money (feat. H.E.R.)
Um feat. que nunca imaginei mas que deu super certo. H.E.R fala sobre relacionamento como ninguém e foi uma boa sacada para faixa. A canção é mais um ponto alto no disco, porém peca pela repetição. – Allan
H.E.R. é incrível! Tem a sonoridade de ambos os artistas, e uma pegada 2007, que escutaríamos no Top TVZ e tocaria a exaustão nas rádios. Tenho minhas dúvidas se ainda funcionará, comercialmente falando, nos dias de hoje, mas quem sabe né! Resultado mais positivo do que negativo. – Fernando
13 1000 Nights (feat. Meek Mill & A Boogie wit da Hoodie)
Tá difícil, Ed…. – Allan
Quando tava no começo eu achei ruim, quando cheguei no final, achei que estava no começo. Repito que se tivesse um amigo isso não aconteceria. Ed Sheeran mandando rima não tem como. No meio da música ele manda um grito estilo Michael Jackson que eu soltei gargalhadas. – Fernando
14 Way To Break My Heart (feat. Skrillex)
Estava tudo bem até o momento que o refrão chega e a faixa soa como um descarte do Jack U. – Allan
Eu tenho a definição perfeita pra essa música. Filme da sessão da tarde, o protagonista faz alguma besteira e a namorada fica triste e se afasta, aí ele percebe como arrumar a situação e vai correndo até ela, durante o caminho está tocando essa música. Pode imaginar, se encaixa perfeitamente. Mesmo a letra não falando disso, a música em si é a trilha sonora perfeita de um filme da sessão da tarde. – Fernando
15 BLOW Feat. Chris Stapleton & Bruno Mars
Sendo bem sincero, esperava muito mais dessa faixa. Com uma letra bacana e artistas tão únicos, a faixa soa é soa confusa e os artistas acabam perdendo a identidade ao longo da canção. – Allan
Mais uma vez erraram a mão na música para os artistas convidados. Se fosse sei lá, Red Hot Chilli Peppers, eu até entenderia, mas poxa, jogou baixo Ed. É uma ótima despedida do disco, pra não voltar nunca mais. Eu escutei três vezes essa música tentando entender o que estava acontecendo. Bruno Mars cantando por cima de um rockzinho, nem tenho muito o que dizer. Eu achava que não dava pra ficar pior, mas estão de parabéns! – Fernando
O conjunto da obra é fraco, aleatório, sem pé nem cabeça, com pouquíssimos pontos altos. Esperava muito mais vindo do Ed, que é super talentoso, e isso é inegável, e juntou uma frota de peso para colaborar. Quem sabe no N° 7 Collaborations Project isso melhora.