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Os shows que marcaram o segundo dia de Lollapalooza Brasil 2018

Vários momentos marcaram o segundo dia de Lollapalooza Brasil 2018. O headliner Pearl Jam fez um show incrível; a banda Imagine Dragons “sofreu” com um problema de som – embora tenham feito uma apresentação impecável, assim como a cantora Liniker teve problemas em seu palco; e os shows que rolaram no palco Perry by Doritos animaram muito os fãs de rap e de música eletrônica.

Veja os resumos dos principais shows que rolaram no Autódromo de Interlagos neste sábado (24):

PALCO BUDWEISER

PEARL JAM

O headliner da noite fez um show arrebatador no Palco Budweiser. A multidão que lotou o segundo dia de Lolla compareceu em peso ao local, que ouviu e cantou sucessos da banda com mais de 30 anos de carreira, como “Even Flow” e “Jeremy”.

Foto: Camila Cara/MROSSI

Mais surpresas rolaram ao longo do show de mais de duas horas: homenagens a David Byrne e Perry Farrel (fundador do Lolla); discursos políticos, condizentes ao espírito da banda; e muita interação com o público, incluindo uma guitarra verde-amarela, carinhosamente chamada de “guitarra brasileira”.

A relação de amor entre a banda de Seattle e o público daqui é antiga: foram pelo menos 18 shows de Eddie Vedder e companhia por aqui. É claro que eles sempre podem voltar, porque sempre serão recebidos com muito carinho e êxtase pelo público – e sabe-se que é totalmente recíproco.

 

THE NATIONAL

Ao contrário de muitos nomes que passaram pelo Lollapalooza em seus dois primeiros dias, o The National não faz um show voltado para as massas. Diante de uma plateia que aguardava ansiosamente pelo Pearl Jam, o grupo fez uma apresentação quase intimista no Autódromo de Interlagos, envolvendo o Palco Budweiser em um clima soturno com o anoitecer e seu repertório carrancudo.

Assim como no show dessa semana no Rio de Janeiro, a banda de Ohio embasou sua setlist em seu mais recente trabalho de estúdio, “Sleep Well Beast”, do qual extraíram canções como a inicial “Nobody Else Will Be There”, “The System Only Dreams In Total Darkness”, “Walk It Back”, e “Day I Die”, todas revigoradas em suas performances ao vivo. Contudo, ainda restou espaço para sucessos como “I Need My Girl” e “Fake Empire”, timidamente acompanhadas por um público morno. O frontman Matt Berninger ainda entoou os versos de “Mr. November” agarrado em um fã ao final do show, encerrando o concerto com a mesma timidez que o predominou.

ANDERSON .PAAK AND THE FREE NATIONALS

Um dos principais nomes atuais do rap atual – com indicação ao Grammy e tudo -, o norte-americano Anderson .Paak trouxe ao Lollapalooza uma apresentação cativante. Acompanhado da incrível banda The Free Nationals, o rapper – que tem várias pitadas de soul e funk no seu trabalho – conquistou um público que, embora conhecesse pouco seu trabalho, rendeu-se ao ótimo som e à interação do artista, que elogiou o país, arriscou passos de dança e ergueu uma Budweiser com as seguintes palavras (em português): “tô f*dido, mas tô bem”.

Foto: Camila Cara/MROSSI

Anderson .Paak apresentou músicas de seu mais recente (e elogiado) álbum, “Malibu” (2016), como “Come Down” e “Am I Wrong”, apresentou uma faixa lançada este mês, “‘Til It’s Over” – com vídeo dirigido pelo Spike Jonze – e assumiu as baquetas do restante de seu setlist, sempre com um enorme sorriso estampado no rosto. Com muito carisma e carinho pelo público brasileiro, Anderson .Paak é um artista versátil, que caiu nas graças de um público que o acompanhou do início ao fim, e mostrou em uma apresentação completa os merecidos títulos que têm levado na gringa.

EGO KILL TALENT

O Ego Kill Talent subiu ao Palco Budweiser fazendo muito barulho no início da tarde deste sábado. Apesar de conquistar cada vez mais espaço no cenário internacional abrindo shows para nomes como Foo Fighters e System Of A Down, a banda se apresentou em um horário bastante discutível – o que não deixou de atrair fãs de seu som de peso e de várias das outras tribos reunidas no festival.

Foto: Thiago Almeida/MROSSI

Os paulistanos performaram algumas das canções de seu trabalho homônimo de estreia, como as mais conhecidas  e estasiaram a plateia presente, formando até rodas punk ocasionais pela multidão. O ápice da apresentação, entretanto, foi quando o skatista americano e fã assumido da banda Bob Burnquist subiu ao palco, mandando algumas manobras em frente à audiência e a dando o que se espera do Ego Kill Talent: o imprevisível.


PALCO ONIX

IMAGINE DRAGONS

Uma das atrações mais aguardadas desta edição do Lollapalooza, o Imagine Dragons fez valer a espera do público, dando o melhor show que poderiam para “o melhor país do mundo para tocar”, como repetiu o vocalista Dan Reynolds a todo tempo. A banda contou com um dos maiores públicos já vistos em uma edição do festival.

Foto: Breno Galtier/MROSSI

Os fãs, claro, chegaram cedo para acompanhar a banda de perto. Mas quem chegou mais tarde e teve que ficar mais mais longe do palco sofreu com os problemas de som do Palco Onix. Nas laterais, quase não dava para ouvir. O público, então, começou a vaiar e pedir para aumentar o som, mas de nada adiantou. Foi aí que o show mais lotado do dia até então começou a perder seu público. A diferença não foi muita, mas era nítida a frustração da plateia.

Assim como no Rio de Janeiro, o grupo levou canções do último álbum “Evolve”. Os hits “Believer”, “Whatever It Takes” e “Thunder” foram muito bem recebidos por todos. Os sucessos dos outros dois primeiros discos, “Smoke + Mirros” e “Night Visions”,exaltaram o sucesso do Imagine Dragons no Brasil e proporcionaram uma troca de energia incrível entre a banda e a plateia.

Em momentos de conversa com seus admiradores, Reynolds não deixou de fora questões importantes, como depressão, ansiedade e a violência nos Estados Unidos: “Viemos de um país quebrado. Estamos cansados de ver crianças morrendo nas nossas escolas, e da violência armada”.

DAVID BYRNE

David Byrne deu uma verdadeira aula performática no Lollapalooza. Com um palco minimalista especialmente montado para sua apresentação, o ex-vocalista do Talking Heads surpreendeu as diferentes multidões que assistiam a seu show no fim da tarde deste sábado com sucessos tanto de sua carreira solo quanto de sua antiga banda, acompanhado de sua energia de praxe e uma atmosfera envolvente.

Foto: Camila Cara/MROSSI

O cantor deu início à apresentação sentado em uma cadeira em meio ao palco com uma réplica de cérebro em suas mãos, enquanto o restante dos instrumentistas organizavam-se pelo espaço livre. Rapidamente, o escocês e sua banda começaram um espetáculo coreografado e quase teatral no Palco Onix – que, segundo o próprio, “buscava soar quase como uma escola de samba”. Hits como “Once In A Lifetime”, “This Must Be The Place (Naive Melody)” e “Burning Down The House” se misturaram com faixas individuais como “Everybody’s Coming To My House” e “Every Day Is A Miracle”, conferindo ao concerto um teor nostálgico e de novidades na mesma medida. Tanto para os fãs mais antigos quanto para aqueles que aguardavam pelo Imagine Dragons, Byrne surpreendeu a todas as gerações presentes.

KALEO

Os islandeses do Kaleo não contavam com uma grande massa de fãs brasileiros ou uma enorme popularidade internacional ao chegarem no Lollapalooza, mas definitivamente sua apresentação no festival serviu para atrair não apenas alguns de seus fãs mais fiéis, mas também novos ouvidos. A banda surpreendeu sobre o Palco Onix, esbanjando muito talento e personalidade.

Foto: Camila Cara/MROSSI

Mesclando sua sonoridade repleta de influências com elementos de blues, rock e folk na medida certa, o grupo foi obrigado a enfrentar o forte sol de tarde para agradar sua plateia – o que não foi uma tarefa muito difícil. Os vocais magníficos de JJ Julius Son e a instrumentação calculada do conjunto rapidamente conquistaram o público e se sobressaíram ao calor que tomava conta do Autódromo de Interlagos. O Kaleo certamente entendeu como ninguém porque o Lollapalooza é uma porta de entrada tanto das bandas para multidões inspiradas, quanto das multidões para bandas inspiradas.

LINIKER E OS CARAMELOWS

Com uma rápida ascensão entre os maiores representantes da música nacional, Liniker e os Caramelows tinha todos os elementos para marcar uma das melhores apresentações brasileiras do Lollapalooza: um bom carisma, _ e principalmente música de grande qualidade. E assim apontava a primeira metade do show do grupo, com performances dedicadas e uma cantora entregue de corpo e alma ao público assumindo vocais estonteantes em faixas como “Louise du Brésil” e “Lava”.

Foto: Denis Ono/MROSSI

Porém, foi ao som de “Zero”, faixa que projetou o conjunto à fama em 2015, que a apresentação sofreu um baque. Devido a um problema técnico provocado por um incêndio de pequenas proporções nos bastidores (confira mais detalhes sobre o ocorrido por aqui), o concerto foi interrompido e posteriormente cancelado, levando Liniker às lágrimas. Mas a falta de energia de um palco não foi suficiente para apagar a de uma plateia inteira, que apoiou a cantora e xingou a organização do festival.


PALCO AXE

KYGO

Dividir o mesmo horário que um nome gigante como o Pearl Jam não é uma missão nada fácil, mas Kygo conseguiu reunir no Palco Axe um público considerável como a principal alternativa à banda americana. O produtor se apresentou para um aglomerado de fãs do pop e da música eletrônica e se provou capaz de dar conta do recado.

Foto: Denis Ono/MROSSI

O norueguês realizou um set com vários efeitos pirotécnicos, colocando a multidão para pular com o acompanhamento de jatos de fumaça, labaredas de fogo e chuvas de papel picado. Mas todos esses elementos não eram realmente suficientes para alcançar a euforia: o DJ tocou não apenas alguns de seus próprios hits, como “It Ain’t Me”, “Firestone” e “Stole The Show”, mas também remixou faixas que tem alcançado grande sucesso recentemente pelo Brasil, como “Fuego”, de Alok; “This Girl”, parceria do Kungs com o Cookin’ On 3 Burners; e “Sweet Dreams (Are Made Of This)”, evidenciando um bom estudo sobre sua audiência.

MANO BROWN

Em meio a tantas apresentações de calibre mundial no Lollapalooza, Mano Brown foi encarregado de fazer o show nacional de maior destaque deste sábado – e em nada decepcionou. O líder dos Racionais MC’s levou o baile black ao Palco Axe logo durante o anoitecer, destoando-se (e muito) dos trabalhos de seu grupo e expondo várias de suas facetas musicais em um show moldado ao redor de seu mais recente disco solo, “Boogie Naipe”.

Foto: Mila Maluhy/MROSSI

Para seu repertório, o rapper se utilizou de influências diversas do soul, do funk rock e da black music em geral para aquecer o público do “coração da Zona Sul”, fazendo a plateia vibrar ao som de canções mais extrovertidas como “Dance, Dance, Dance” e “Gangsta Boogie”. Com uma grande escalação de instrumentistas ao seu lado, reunindo teclados e metais para imergir ainda mais nas raízes da disco americana, Mano Brown colocou os fãs para se agitar e fazerem jus ao principal de seus pedidos durante a apresentação: “em tempos difíceis, se for possível, dance”.

O TERNO

Um dos principais nomes do cenário nacional atualmente, os paulistanos d’O Terno subiram ao Palco Axe na tarde deste sábado com um público fiel e consideravelmente grande ao seu aguardo. A espera não era a toa: apesar de ter lotado diversos shows em sua cidade natal nos últimos anos, o trio não performava na edição brasileira do Lollapalooza desde 2015, quando, ainda com uma reputação de prodígio, fez um dos shows mais aclamados da época.

A audiência do festival, entretanto, receberam o grupo com o mesmo fervor. Tim Bernardes, Guilherme D’Almeida e Gabriel Basile deram início à apresentação com os primeiros e tocantes versos do interlúdio “A História Mais Velha do Mundo” e seguiram desembrulhando uma setlist recheada de sucessos de toda sua discografia, colocando a plateia para cantar com “Não Espero Mais” e “Deixa Fugir” logo em seguida. Além de seu som de grande qualidade, misturando guitarra, baixo, bateria e metais, a banda contou com efeitos ofuscantes nos telões para intensificar ainda mais a experiência ao vivo.

Foto: Mila Maluhy/MROSSI

Entre músicas de seus dois últimos álbuns, o concerto seguiu com sucessos como “Culpa” e “Ai, Ai, Como Eu Me Iludo”, ambos entoados em uníssono pelos fãs, e chegou ao fim com a monumental “Melhor do que Parece” e a divertida “66”, na qual Tim aproveitou seus “instantes sem guitarra” para chamar a atenção do público. Se levarmos em conta o que foi visto nesta tarde, não há o que temer pela decadência da música brasileira que todos receiam.

 


PALCO PERRY BY DORITOS

DESTAQUES

O segundo dia de Lollapalooza Brazil recebeu grandes artistas e shows que entraram para a história. O palco Perry by Doritos, que foi movido para ter uma maior capacidade, foi um dos destaques do dia.

Artistas como Whethan, Louis The Child, Mac Miller, Nghtmre, Yellow Claw e DJ Snake passaram por lá e deixaram sua marca.

Breno Galtier/M Rossi

Os destaques ficam por conta de Louis The Child e Yellow Claw que esbanjaram simpatia com o público e tocaram o famoso funk. Mac Miller fez um show extremamente enérgico e em contato com o público. Já DJ Snake demonstrou todo seu amor pelo Brasil fechando o palco.

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