Lançado estrategicamente para bombar nas boates e clubes no próximo final de semana, “Noitada“, quinto disco de estúdio de Pabllo Vittar, chegou nas plataformas de streaming na última quarta-feira, 9/2, com força arrebatadora e gostinho de “quero-mais”.
O álbum, que possui cerca de apenas 22 minutos, trabalha com um conceito imersivo de prazer noturno nas pistas de dança através de um mergulho em gêneros de várias partes do país. Do funk carioca ao pagodão, “Noitada” bebe também na fonte do house e acompanha as tendências globais do pop junto a parcerias potentes — como Anitta, Gloria Groove e MC Carol.
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Faixa a faixa: “Noitada”, de Pabllo Vittar, é um trabalho de experimentações sem pecar em excessos
Quem deu play pela primeira vez no novo trabalho de Pabllo Vittar pôde notar, logo de início, algo diferente. O disco, que possui uma proposta forte e conceito óbvio em toda a roupagem visual, possui cerca de 22 minutos em 11 faixas em formatos de “tracks”, contando com uma introdução e interlúdios. A mais longa, que é o sucesso já conhecido pelos fãs com a cantora MC Carol, é “Descontrolada”, faixa de 2 minutos e 42 segundos que traz um pancadão na voz potente da artista de Niterói.
“Noitada” é um trabalho fresco e sem ladainha: vai direto ao ponto do que se propõe desde o princípio. Na INTRO, 39 segundos conduzem a gente ao que parece uma chegada na boate e é seguida por uma uma transição arrebatadora para o sucesso “AMEIANOITE”, com a multiartista Gloria Gloove, já com mais de 18 milhões de streams no Spotify após o lançamento em outubro de 2022.
Anitta é outro nome extremamente forte nas colaborações de “Noitada”. Ela tem espaço no interlúdio “Calma Amiga” junto com DJ RaMeMes em uma produção que bebe diretamente da fonte do house music e conduz a gente para “Balinha de Coração“, segunda faixa com a carioca e que traz todas as fórmulas de um viral — provavelmente uma aposta para as trends de tiktok. A faixa é um pouco diferente do que se esperava do “gogó” de Anitta e Pabllo, e parece uma experimentação para quem conheceu a parceria através de “Sua Cara“. Deu pra ver que foi um teste divertido — e bem sucedido — das duas, que claramente dispensam a zona de conforto em todos os trabalhos.
O curso da noite se segue nas faixas “Derretida“, que em sua introdução já traz os melismas característicos da voz de Pabllo Vittar — que não ganha muito espaço no álbum entre tantos drops, mas sustenta sua força. Ela e “Penetra“, com Kannalha, demonstram exatamente o motivo pelo qual Pabllo Vittar é uma cantora tão singular: a artista maranhense vai do brega pop — do qual ficou conhecida — ao pagodão, lambada e funk em um catálogo intenso que viaja por todo o Brasil em uma excelência indiscutível.
“Apetitosa“, com MC Tchelinho e DJ Tonis introduz o fim do disco através do funk e narrativa maliciosa que conduz todo o trabalho. Seguida por “Culpa do Cupido“, a duplicidade de sentido fica ainda mais escancarada em um forró delicioso que antecede “After”, final track que faz referência do que “vem depois da festa”.
Onde é o after?
“Noitada”, de Pabllo Vittar, é um trabalho que percorre toda e experiência da pista em uma noite intensa. É o prazer de dançar junto, do flerte, da fofoca com os amigos e das intenções proibidas em um mergulho curto, porém intenso, nos 22 minutos de disco. Com uma proposta clara do início ao fim, não peca pelos excessos e nem pelas limitações, mas deixa gostinho de “quero-mais” após todas as possibilidades apresentadas por Pabllo Vittar em um trabalho criativo cada vez mais maduro.
Nos últimos álbuns, Pabllo também explorou faixas curtas e isso não necessariamente é um problema quando é feito o que se vê em “Noitada”: uma produção impecável, referências robustas e parcerias potentes em um conceito bem amarrado.
Nota: 9/10