Nicki Minaj é uma artista de muito carisma e movimentos bem acertados. Não à toa, seus principais hits, como a trilogia “Pink Friday” (entre 2010 e 2012) e “The Pinkprint” (2014), a transformaram em um dos maiores nomes do rap mundialmente. E, sem nenhuma coincidência, são esses mesmos sucessos que a artista trouxe em “Queen Radio: Volume 1”, coletânea lançada este ano. Nela, Nicki Minaj apresenta “Super Freaky Girl”, faixa inédita que vem batendo recordes. O épico retorno da cantora, como a própria declarou, é algo para ninguém esquecer. Mas o que podemos esperar?
A nova fase da rapper tem dois pilares muito claros. O primeiro, de acordo com ela, seria lembrar de se divertir fazendo o que ela faz de melhor, estando plenamente presente neste momento. O segundo, claramente, é um envolvimento mais puro com os fãs.
O primeiro volume de “Queen Radio” é uma evidência dessa necessidade de se reconectar com suas origens. As parcerias de sucesso, como Lil Wayne, Drake, Lil Baby e Rihanna, estão incluídas para lembrar ao público de quem estamos falando. Além disso, é um exemplo claro do ditado “diga com quem tu andas, e eu direi quem tu és” – se tem algo que Nicki Minaj faz muito bem, é estar por perto de quem faz música boa.
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Nicki Minaj quer reafirmar seu lugar na indústria musical em um rap “raiz”
Nicki Minaj inegavelmente construiu toda a sua carreira sabendo muito bem as regras da indústria: como é mais difícil para uma mulher num gênero tão masculinizado como o rap e o hip-hop; a necessidade de se reafirmar como uma artista que sabe equilibrar sua qualidade com o comercial. Além disso, a artista não teve medo em flertar com estilos totalmente diferentes do seu, como quando juntou seu talento com Jessie J e Ariana Grande em “Bang Bang”.
Recentemente, ela também ousou ao investir no trap de BIA em “WHOLE LOTTA MONEY”. Essas parcerias são o que evidenciam a facilidade da artista em adaptar-se em diferentes estilos musicais, embora todos estejam no escopo do rap, onde ela está mais à vontade.
Entretanto, esse desprendimento de Nicki Minaj parecia estar um pouco apagado nos últimos tempos, ainda que a rapper não tenha parado de trabalhar. Com isso em mente, “Queen Radio” não foi a primeira vez que ela deu dois passos para trás e revisitou seu passado. Em 2021, o mixtape de 2009, “Beam Me Up Scotty”, foi lançado como álbum. O projeto remonta o “rap raiz” de Minaj, que passou pela curadoria de Lil Wayne, que acompanha a artista desde o início.
Novas reflexões da artista
O foco de Nicki Minaj, nesta fase da carreira, está em projetar o seu futuro com base num passado mais divertido, mais enérgico, e mais intenso. Embora agora ela possa sentar numa cadeira confortável, com seu nome já consagrado na indústria, isso não pode ser sinônimo de comodismo. E, por isso, a rapper se desafia ao marcar presença na discografia de outros artistas – assim como fizeram com ela.
“É muito importante se divertir com a vida, e eu sempre digo: esteja presente. Tente estar presente. E faça o seu melhor”, revelou Minaj em entrevista para a AMP Radio. Na conversa, ela também foi perguntada a respeito das polêmicas que permeiam a sua carreira, Minaj parece estar mais tranquila.
“Eu não ligo mais. Eu costumava ligar, mas agora eu só quero dar aos meus fãs as músicas que eles querem, mostrar a eles a razão pela qual eles começaram a me ouvir, em primeiro lugar. E eu só me importo com isso agora”.
Novos recordes: Nicki Minaj e “Super Freaky Girl”
Fica claro que, para Nicki Minaj, esse momento, embora seja uma enxurrada de hit atrás de hit, permeia uma fase de mais introspecção e revisão da sua carreira. Porém, isso não significa estacionar, muito pelo contrário!
Recentemente, seu novo single, “Super Freaky Girl” (que contém um sample do clássico “Super Freak”, de Rick James), bateu recordes nos Estados Unidos chegando ao topo da Billboard Hot 100.
Além disso, também a colocou como primeira rapper feminina a chegar na primeira posição na parada musical da Austrália. Na Europa, a faixa estreou com a melhor posição para artista desde “Anaconda”, lançada em 2014.
Não ironicamente, o clipe da música é carregado de simbolismo: Minaj, que sempre se inspirou na vibrante estética Barbie, destrói uma casa de bonecas. Para qualquer pessoa mais observadora, é algo que pode levantar muitas teorias.
Como uma conquista para o rap, num contexto geral, Nicki Minaj voltou sua atenção para as mulheres. O single também ganhou um remix com participação de cinco rappers, todas mulheres: JT, BIA, Katie Got Bandz, Akbar V e Maliibu Miitch. Com isso, Minaj reconquista o seu refresh dos seus passos mais acertados na discografia, enquanto abre espaço para visibilizar artistas underground, assim como ela também já foi, mas iniciando um momento completamente diferente daqui para frente.