A banda britânica Keane realizou seu segundo show no Brasil nessa quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, como parte da turnê comemorativa de 20 anos do álbum “Hopes and Fears“. Na apresentação lotada, o grupo formado por Tom Chaplin (vocal), Tim Rice-Oxley (teclado), Richard Hughes (bateria) e Jesse Quin (baixo) se mostrou dinâmico e à vontade com a recepção do público, trazendo algumas surpresas e novidades em relação ao show de Curitiba, realizado na última terça (5).
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O que teve de diferente no show do Keane no Rio de Janeiro?
1) Inserção de músicas no setlist
Embora o Keane tenha mantido a maior parte do setlist apresentado em Curitiba, a banda incluiu algumas canções durante a apresentação. Entre as novidades, estavam “Spiralling”, do álbum “Perfect Symmetry” (2008), e “Neon River”, de “Strangeland” (2012).
Os pedidos do público também não passaram despercebidos. Após lerem um cartaz da plateia, os britânicos tocaram uma versão encurtada de “Snowed Under”, lançada em 2004 como lado B do single “Somewhere Only We Know”, e surpreenderam com um cover de “Under Pressure”, de Queen e David Bowie, após os fãs pedirem por mais duas músicas ao final da apresentação.
POIS É. Gravei um trechinho pic.twitter.com/yPym49m93n
— clt harvey (@ogirdor_acnarf) November 8, 2024
2) Canção dedicada a fã-clube brasileiro
Mas talvez a inserção mais surpreendente da noite foi “The Frog Prince”, faixa do álbum “Under The Iron Sea” (2006) e que não era apresentada ao vivo há 11 anos. A canção leva o nome do fã-clube brasileiro do grupo, “The Frog Prince Squad”, que estava presente na apresentação.
O vocalista Tom Chaplin brincou após a apresentação e confessou um pouco de nervosismo ao reviver a canção. Apesar disso, Chaplin destacou que a performance foi pensada para honrar a presença e o carinho do fã-clube brasileiro.
3) Interações em português
A habilidade de Tom Chaplin em interagir com o público já é conhecida, mas o vocalista se sobressaiu no Rio, arriscando-se em várias frases em português. “Como vocês estão?”, perguntou o cantor em português sob forte comoção. “Batam palmas, dancem e cantem”, continuou o artista.
Pouco tempo depois, em inglês, Chaplin enfatizou que queria falar mais português em comparação com a apresentação anterior. “Em Curitiba, fiquei com a sensação de que as pessoas esperavam ouvir um pouco de português”, disse, em tom de brincadeira.
4) Mistério revelado
A troca entre banda e público foi constante ao longo da apresentação – mas um ponto específico foi surpreendente para Chaplin.
O público brasileiro, conhecido pela energia e pelos cantos entusiasmados, mais uma vez brindou o quarteto com o já tradicional grito “olê, olê, olê, Keane”. Chaplin, divertido com a entonação abrasileirada da palavra “Keane”, perguntou várias vezes sobre a pronúncia e riu ao ouvir a variação “Kinê”.
E o que não mudou?
Apesar das novidades, o que se destaca em todas as apresentações do Keane é a energia contagiante da banda e sua presença magnética no palco. Ao longo de duas horas, os britânicos entregaram uma performance vibrante e intensa, com destaque à performance do tecladista Tim Rice-Oxley, que dançava e se debruçava no teclado sobretudo em canções mais animadas, como “Crystal Ball”, “Is It Any Wonder” e “Everybody’s Changing”.
Não por menos, Tom Chaplin também caminhou de uma ponta a outra do palco de forma constante, apontou para cartazes, dançou por diversas vezes e entregou partes da apresentação ao público, como o último refrão do hit “Somewhere Only We Know”.
A troca da banda entre si também é vista com frequência, sobretudo entre Tom e Tim. Por outras vezes, o vocalista foi ao encontro do baterista Richard Hughes, como em “Crystal Ball”, e passeou com o baixista Jesse Quin pelo palco.
Mas o que mais tem se sobressaído nesta turnê do Keane em relação às demais é a ocasião: 20 anos do álbum de estreia “Hopes and Fears”. Por várias vezes, Chaplin manifestou gratidão pela trajetória do grupo e afeto pelo disco que impulsionou os britânicos ao sucesso. As 11 faixas da edição internacional do disco foram tocadas e mesclaram com outros sucessos da banda, como “A Bad Dream”, do álbum “Under The Iron Sea” (2006) – normalmente, um dos pontos altos do show do Keane, que traz uma atmosfera soturna contrastante às luzes coloridas que evocam ao longo da apresentação – e “Sovereign Light Café”, de “Strangeless” (2012).
Em sua sexta vinda ao Brasil, o grupo reconheceu o carinho dos fãs e se demonstrou animado pela vitalidade apresentada pelos cariocas. “Toda vez que nós voltamos ao Brasil, sentimos que tudo está maior”, disse Tom ao se declarar para a plateia – 12 anos se passaram desde a última vinda do Keane ao Rio de Janeiro.
Certamente, quem estava presente na noite passada concordou com o vocalista, pois tudo estava de fato maior – não só o setlist, mas também a presença da banda e sua conexão cada vez mais estabelecida com o público brasileiro. O grupo tem mais uma apresentação marcada no país – em São Paulo, amanhã (9), com ingressos esgotados – para fortalecer ainda mais essa premissa.
Confira o setlist do show do Keane no Rio de Janeiro:
- Can’t Stop Now
- Silenced by the Night
- Bend and Break
- Your Eyes Open
- Nothing in My Way
- Spiralling
- Sunshine
- The Way I Feel
- The Frog Prince
- You Are Young
- Everybody’s Changing
- Hamburg Song
- Untitled 1
- A Bad Dream
- Perfect Symmetry
- Is It Any Wonder?
- She Has No Time
- This Is the Last Time
- Crystal Ball
- Somewhere Only We Know
Encore:
- Snowed Under
- Neon River
- We Might as Well Be Strangers
- Sovereign Light Café
- Under Pressure (Queen & David Bowie cover)
- Bedshaped