A nova fase dos mineiros do Lagum começou! Após receber uma indicação ao Grammy Latino com o projeto “Lagum ao Vivo” e viajar por todo o país com a turnê de mesmo nome, na última quinta-feira (7), o grupo lançou o seu novo single, intitulado “Curva da Ladeira“, que veio acompanhado de um videoclipe, este lançando nesta sexta-feira (8).
A faixa, primeira produzida no estúdio da banda, é uma fusão da música popular com elementos da música eletrônica, mesclando sonoridades do Drum and Bass, da bossa nova e do reggae dub. É uma canção para pular, cantar e dançar, que traz a energia que já é marca registrada da Lagum.
Em recente entrevista ao Tracklist, os mineiros detalharam o processo de criação de “Curva da Ladeira”, comentaram sobre a experiência no novo estúdio e mais. Confira!
Em entrevista, Lagum fala sobre ‘Curva da Ladeira’, novo estúdio e mais
O lançamento de “Curva da Ladeira” marca uma nova fase para a banda. O que essa música representa para vocês e como ela reflete a evolução da sonoridade do Lagum?
Pedro: “Curva da Ladeira” é um single que a gente escolheu para lançar agora no verão. A gente está quase chegando na virada de ano e é uma música que eu acho que ela representa muito esse espírito que vai batendo na gente quando começa a chegar esse momento do ano, né. E é uma música que, quando a gente ouviu ela aqui no estúdio – a gente agora tem o nosso próprio estúdio, então a gente tá sempre produzindo, compondo e ouvindo coisas juntos – Eu acho que ela foi uma unanimidade pra todos, assim, de que era uma música super legal pra gente lançar no verão. E a gente tá… passando por um novo momento da banda. A gente tá no final de uma turnê, que é o ‘Lagum Ao Vivo’, onde a gente alcançou muitos novos espaços, novos patamares que são recordes pra gente. Então a gente lança também muito pra celebrar, assim, esse nosso momento e dar a virada pra um novo momento. No ano que vem, a gente deve vir, de fato, com um novo álbum e uma nova turnê, mas por enquanto o nosso foco é isso: encerrar essa turnê e comemorar junto com os nossos fãs com essa música que tem um tom de celebração mesmo.
Esse single é a primeira faixa produzida no estúdio da banda. Como foi o processo de gravação? Vocês sentiram uma liberdade maior para experimentar? Como isso impactou a energia nas faixas e no próprio ambiente de gravação?
Zani: Eu acho que ter mudado pra cá, pra esse estúdio, fez com que a gente, principalmente, não tivesse hora pra fazer as coisas, e acaba que o processo de criação virou uma rotina pra gente, mais do que uma coisa de ‘tem que fazer até seis e meia, porque o horário do estúdio é até seis e meia’, sabe? Então a gente teve muita liberdade nesse sentido de poder experimentar coisas. Um vem aqui sozinho e experimenta suas coisas. O outro vem sozinho e experimenta suas coisas. Então, tipo, é uma coisa que nos deixou muito à vontade. E a gente também escolheu trazer o Paul. O Paul Ralphs, que fez a produção dessa faixa, que a gente faz o quê? Cinco anos que a gente trabalhou junto. E foi muito legal revir ele todo esse tempo depois. E eu acho que isso que facilitou a gente, sabe? De produzir “Curva da Ladeira”. Eu achei que foi um processo, de todos os processos que a gente já teve produzindo uma música, o menos desgastante, eu acho. De sair mais feliz de dentro do estúdio do que cansado, sabe?
Inclusive, o Zani comentou que a música reflete uma mudança da fase mais introspectiva do álbum Depois do Fim para algo mais universal. Como essa transição sonora aconteceu? Vocês podem nos dar algum spoiler do que vem por aí?
Zani: Spoiler a gente não pode contar não mas eu acho que o processo muito natural também da gente ter feito depois do fim acho que a gente sempre tá criando e a gente passou por uma pandemia a gente passou por uma perda e nesse momento a gente tava criando e deu depois do fim e depois a gente tá saiu dessa toda desse momento e a gente saiu de casa, a gente viveu novas sextas-feiras que a gente achou que a gente nunca mais ia viver. E eu acho que, naturalmente, criando nesse novo ambiente, a gente vai fazer essas coisas mais solares. E eu acho que Curva da Ladeira representa muito esse momento.
O videoclipe traz uma perspectiva inusitada ao seguir um cachorro vira-lata caramelo em uma sexta-feira no Rio. Como surgiu essa ideia e o que ela representa para a banda em termos de simbolismo?
Pedro: O Viralata Caramelo foi uma grata surpresa do cachorro estar nesse clipe. A gente queria que fosse um Viralata, no geral, porque acho que essa música tem esse instinto Viralata de dar rolé mesmo soltão na rua e a gente conseguiu um Viralata Caramelo, que é um dos grandes representantes do Brasil. Então, o nosso personagem é esse cachorrinho e o simbolismo dele com a música é justamente nesse sentido, assim, de personificar em um animal o que um ser humano gostaria de fazer e vice-versa, né? Num ser humano, se você fosse um animal, o que você poderia fazer sem julgamentos, né? Sair pela rua, vadiar no sentido de, porra, dar rolé soltão mesmo. Então a gente conseguiu unir essa persona e ele é todo no ponto de vista de um cachorro. E é muito legal que a gente fez um focinho falso, uma patinha falsa, onde ele consegue interagir com o mundo ao redor dele. E foi muito divertido gravar, rendeu boas gargalhadas e eu acho que pra quem assistir também vai render boas gargalhadas.
Glauco: E complementando tudo isso que o Pedro falou, eu acho que esse clipe, ele alcança um objetivo de uma forma não racional, não que a gente quisesse isso, mas ele acabou atingindo, que eu acho que é tornar o nosso som cada vez mais brasileiro, né? Eu acho que assim, a gente é de Belo Horizonte, então é uma bandeira que a gente carrega no peito com muito orgulho de levar o som de Minas, para o Brasil, já que Minas tem grandes representantes da música. Então só de fazer parte desse panteão de artistas que é daqui já é uma grande honra. E eu acho que o clipe justamente consegue mostrar de uma forma bem brasileira e universal o que é o Brasil, sabe? Porque o Rio de Janeiro e os elementos cariocas são conhecidos, eu acho, internacionalmente e são bem reconhecidos também dentro do Brasil. Então eu acho que a gente consegue cumprir com esse objetivo que é de se consolidar como banda num cenário que a gente vê que banda tá cada vez mais escasso, de ser uma banda de Minas Gerais e de ser uma banda do Brasil com uma sonoridade brasileira.
Saindo um pouquinho do novo single, nesse ano vocês receberam mais uma indicação ao Grammy Latino. Como vocês receberam essa notícia?
Glauco: Chegou na forma de surpresa. Eu acho que dá até para fazer uma analogia que: eu e o Chicão jogamos tênis. A gente participa de campeonato e eu acho que sempre quando a gente entra em um campeonato, a gente entra com o espírito de ganhar, de buscar a vitória e com o Grammy não é diferente. Acho que, antes de tudo, vem o sentimento de honra, principalmente, pela categoria [Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa] que a gente foi nominado, que é uma categoria que trata de álbuns de rock e música alternativa e são grandes artistas que estão lá e o nosso trabalho é o único trabalho que é uma gravação ao vivo, então isso já demonstra o esmero que a gente e a nossa equipe tivemos em gravar o show, em mixar, em captar em áudio e vídeo, em masterizar, enfim. Só que eu acho que igual como se fosse um campeonato mesmo de tênis assim: sentimento que a gente tem é de entrar pra ganhar e trazer o caneco aqui pra Minas Gerais, que é um sonho nosso, unânime, de ter um Grammy.
Além de novos lançamentos, a banda tem planos para turnês ou projetos colaborativos com outros artistas? O que os fãs podem esperar da Lagum em 2025?
Cara, igual a gente falou, a gente tá com o estúdio agora, tá vindo ‘Curva da Ladeira’, estamos trabalhando bastante, passando muito tempo nesse estúdio; então acho que essa é a forma de dar notícias mais legais para a galera, porque horas gastas dentro de estúdio é igual a músicas feitsa e novidades para a banda. A galera pode esperar coisas legais, acho que nós estamos em uma fase muito boa, muito entrosado musicalmente e os resultados disso acho que vai ser uma nova fase para da Lagum. Inclusive a gente tem tido esse feedback de que as músicas estão diferentes. É engraçado porque para gente não parece, mas a gente tem ouvido de tanta gente, que acho que é uma nova fase que estamos descobrindo.
Glauco: E para que os fãs da Lagum possam anotar em suas agendas, o que podemos adiantar é que meio de janeiro/fevereiro terão shows, que serão os que marcarão o final dessa turnê “Lagum Ao Vivo”. Início de março vai ser o nosso carnaval, nosso bloco ‘Lagum na Avenida’, que esse ano teve mais de 100 mil pessoas . A expectativa é que ano que vem seja ainda maior, então fica o convite porque o carnaval de Belo Horizonte abraça o Brasil todo. Em março estaremos na Europa, em Londres, Porto, Lisboa, Amsterdã e Dublin, então fica o convite para todos os brasileiros, todos os nativos. E depois de março vocês vão saber melhor com o tempo.
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