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#TBTRACK: Os 20 anos de “Fever”, a reinvenção futurística de Kylie Minogue

Há exatos 20 anos, o “La La La” cantado na voz da australiana Kylie Minogue foi eternizado pela sua era que marcou um dos momentos de grande reinvenção da carreira, e o mais bem sucedido até hoje. Lançado em 1º de outubro de 2001, o “Fever”, oitavo disco de estúdio de Kylie, vendeu mais de 14 milhões de cópias mundialmente e foi responsável pela reintrodução da cantora, que já havia se consolidado na música pop, ao mainstream e a toda uma nova geração. No #TBTRACK de hoje, vem conhecer e entender o impacto de um dos álbuns clássicos da música pop.

Foto: Divulgação

Mesmo com mais de uma década desde o seu lançamento, o que torna “Fever” ainda mais especial é a prova de tempo que o álbum sobreviveu. Como um bom vinho, o disco não envelheceu um dia sequer, tendo uma sequência de hits dançantes e que facilmente poderia ser lançado hoje, que soaria tão novo como em 2001. Ainda mais com toda a retomada dos anos 80 e 90 nesse último ano na música pop. Mas o que faz o álbum tão marcante dentro da carreira de Kylie?

“Fever”: o renascimento de Kylie Minogue nas pistas de dança

Os primeiros passos de sucesso de Kylie foram ali no final dos anos 80. Então assim que os anos 2000 começaram, a australiana já tinha uma carreira e base de fãs muito bem consolidada, principalmente no Reino Unido e Austrália. Porém, dois álbuns antes do “Fever” chegar, Kylie estava em um momento importante da carreira, em que queria ter mais poder criativo sobre as suas músicas e discos. E foram desses anseios que o “Impossible Princess” (1997) nasceu como uma das fases mais alternativas e experimentais que a cantora já teve, mas que comercialmente não teve tanto sucesso e impacto como os seus trabalhos anteriores.

Foto: divulgação

Porém, foi com o “Light Years”(2001) que a imagem de uma verdadeira diva pop glamorosa que conhecemos hoje começou a ser construída. Principalmente com os hits “Spinning Around” e “On Nights Like This”, que já apresentavam essa veia da disco music que mais tarde seria fortalecida por Kylie. Mas foi só com a chegada do “Fever” que de fato esses elementos que são tão definidores da identidade artística da cantora foram concretizados. De forma tão madura, explanando toda a sua eloquência e reinvenção como uma verdadeira artista.

fever kylie minogue
Foto: Divulgação

O disco não só é um marco na cultura pop em si mas principalmente foi muito importante para estabelecer como um grande novo momento da carreira de Kylie e apresentar para um novo público, que até então não a conhecia profundamente. O álbum do início ao fim é marcado pelo encontro da música pop chiclete com aquele groove da disco music. Mas também com elementos modernos da época, como a house, europop e dance music, que no final dão esse charme elegante para as músicas. Sem contar com as composições e melodias suaves que agregam ao álbum aquela áurea de clássico, mas sem deixar de ser divertido e sexy.

Uma máquina de hits

Imagem; Divulgação/Youtube

Feito para as pistas, o álbum é o mais bem sucedido da carreira de Kylie até hoje. E se parar para analisar o contexto, esse resgate da música disco e club music foi um risco, já que as rádios da época estavam tomadas pelo hip-hop e r&b. Mas que no final deu certo, não é mesmo? O sucesso dos singles foi tão grande que fez Kylie ganhar mais atenção no mercado norte-americano e internacional, como nunca antes em sua carreira. Se você assistia MTV com certeza já viu passar os grandes hits do projeto, “Can’t Get You Out Of My Head” e “Love At First Sight”, que alcançaram respectivamente a posição de número #7 e #23 na Billboard Hot 100.

Imageticamente, toda a era desse álbum tem como referencia algo futurista, mas com aquela ótica do futuro criado no início dos anos 2000, sabe? Roupas prateadas, capacetes e carros voadores. Cada elemento desse fica evidente nas performances e videoclipes, que inclusive tem um dos clipes mais populares e marcantes da cantora.

Leia mais: Kylie Minogue e Years & Years: tudo que já sabemos sobre a parceria

A repercussão de “Fever”

Arrisco até traçar um paralelo: o “Fever” teve a mesma importância para a carreira de Kylie que o “Confessions on a Dance Floor” (2005) teve para a Madonna na época. É claro, com as suas devidas proporções. Mas no sentido de ambos os discos exporem as artistas a uma nova geração, mesmo com a longevidade de suas carreiras. E de também representar quase como um renascimento dentro da indústria.

Até alguns jornalistas da época, como Robbie Daw do Idolator, apontou como o álbum de Kylie possivelmente tenha impactado as rádios, nos anos seguintes, a cederem mais espaço para as músicas pop com esse groove da disco e dance music, como Britney Spears fez em “Toxic” (2004), que inclusive foi uma música que antes foi oferecida para Kylie, e como Madonna fez com o “Confessions” (2005). Para quem se interessar, fica a dica esse artigo que se aprofunda ainda mais nessa análise aqui.

Outra vitória da era “Fever” foi a primeira indicação de Kylie ao Grammy, na categoria “Melhor Gravação Dance”, com “Can’t Get You Out Of My Head”, na qual perdeu. Mas posteriormente, em 2003, ganhou na mesma categoria, com a música “Come Into My World”.

Ah, não poderia passar por essa era sem deixar também uma das performances mais marcantes da premiação e da carreira de Kylie, que foi no Brit Awards de 2002, que certamente você já viu passando na timeline do seu Twitter.

https://www.youtube.com/watch?v=TG1y5gWin5c

Um clássico do pop

Imagem: Divulgação

Com mais de 30 anos de carreira, esse álbum com certeza foi um divisor de águas. Não só pelo novo reconhecimento que ganhou na época, mas pelo próprio impacto que causou na musica pop. Com turnês grandiosas e videografias cada vez mais marcantes, mas também pela possibilidade de se reinventar, independente da idade de estrada. Além de ser um demarcador de sua própria identidade artística e sonora, que mais tarde respingou nos seus projetos seguintes, até no mais recente álbum lançado ano passado, o “Disco”.

Além disso, a australiana inspirou uma geração de novos artistas, como Tove Lo e Dua Lipa. No fim, “Fever” mostrou a artista completa que Kylie Minogue é, com toda a sua potência de diva pop, sensualidade e acima de tudo, elegância. Nunca escutou Kylie? Então esse é o cartão de visitas perfeito e essencial para todo amante de música pop.

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