A banda The Wombats desembarca pela segunda vez no Brasil e vai se apresentar no primeiro dia de Lollapalooza 2022: 25 de março. O vocalista e guitarrista Matthew Murphy conversou com o Tracklist e nos adiantou um pouco do que esperar para a apresentação, contou sobre como vai ser o próximo álbum “Fix Yourself, Not The World” e ainda relembra sua primeira passagem por aqui.
Já na primeira resposta, ele comenta como a sonoridade do quinto álbum será mais realista, tendo sido escrito meio a meio: antes e pós-pandemia, mantendo a essência Wombats das canções. Esse próximo disco já conta com quatro singles lançados, e em breve ganhará um quinto. Leia mais na entrevista completa abaixo!
Entrevista com Matthew Murphy, do The Wombats
TRACKLIST: Falando sobre o próximo álbum, qual é a expectativa que vocês querem passar para os fãs? Realista, otimista…?
MURPHY: Eu não sei se é otimista. É uma experiência pessoal para mim dos últimos cinco anos. Eu estou começando a perceber que quaisquer pensamentos negativos que vêm a minha cabeça não são úteis, ou o que quer que seja. Então eu acho que, tipo, colocar um pouco de energia positiva [no disco] para o mundo é uma coisa boa.
TRACKLIST: Legal. Qual a música que vocês estão mais animados para tocar ao vivo desse novo álbum?
MURPHY: Tem essa música chamada “This Car Drives All By Itself”, que é, provavelmente, a minha favorita do novo álbum. Eu estava em Londres, tocando com o Dan [Haggis, baterista] e Tord [Øverland-Knudsen, baixista], e pareceu muito, muito bom. Será o próximo single e estou bem animado com essa.
TRACKLIST: E como a pandemia afetou todo esse processo criativo do novo álbum?
MURPHY: Em 2019, Dan e Tord vieram para cá, em Los Angeles, umas duas ou três vezes. Nós compomos juntos muita coisa. E então, quando a pandemia e o lockdown começaram, meio que terminei o álbum aqui, no meu estúdio. Foi 50% escrito antes da COVID-19, e 50% durante isso. Eu acho que todos nós estamos entediados e esperançosos para se encontrar. Sabe, entrar em turnê será um pouco diferente agora, mas, fora isso, nós estamos ansiosos para estar lá fora, tocando em shows.
TRACKLIST: Falando sobre shows, vocês estão vindo pela segunda vez para a América do Sul. Vocês têm bastante fãs por aqui e vão tocar no Lollapalooza, que é um grande festival. Como é planejar essa performance para atrair mais fãs ou cantar para os fãs mais antigos?
MURPHY: Nós tocamos no Brasil uma vez, em 2013. Foi no Rio de Janeiro e em São Paulo, foram shows pequenos. Mas, você sabe, não foi o suficiente. A América do Sul é um lugar que nós sempre quisemos tocar mais e estamos muito felizes de ter essa chance.
Sobre o que vamos fazer, é tipo… tocar o melhor show possível e ver se o público vai gostar, eu acho. Nós vamos estar tocando para uma plateia muito maior do que a tivemos em 2013, então estamos muito animados com isso. Como você disse, nós temos muitos fãs quietos por aí, que não tiveram muito a chance de nos ver naquela vez.
TRACKLIST: Agora, uma curiosidade. Qual música da banda vocês pensaram: “Esse é o caminho musical que queremos seguir, isso é a vibe do The Wombats”?
MURPHY: Eu sinceramente acho que poderia ser uma música do quarto álbum [“Beautiful People Will Ruin Your Life” (2018)], porque nós ainda estávamos em todos os lugares com os três primeiros e, talvez, um pouco inseguros sobre nós mesmos ainda. E, a cada álbum, foi tipo uma rebelião contra o anterior. Agora, acho que nós conquistamos a confiança no que somos bons. Sobre alguma música, eu não sei, talvez “Lemon To a Knife Fight”.
TRACKLIST: Certo. Você teria uma música assim para cada álbum?
MURPHY: Ah, sim. Provavelmente “Let’s Dance to Joy Division”, “Techno Fan”, “Greek Tragedy”, “Lemon To a Knife Fight” e “This Car Drives All By Itself”. Eu acho que todas elas são muito boas indicadoras de como The Wombats soa como banda.
TRACKLIST: Muito legal. Falando sobre a “Greek Tragedy”, nós sabemos que ela viralizou no TikTok. Você acha que alguma outra música do The Wombats se encaixaria nesse estilo de remix? Ou, talvez, lançar outros remixes?
MURPHY: É, toda essa situação soou tão estranha. Não parecia que estava acontecendo com a gente. Parecia que era com alguma outra banda. Mesmo assim, isso só mostrou o poder das redes sociais, influenciadores e coisas do tipo. Mas, num geral, não gosto muito quando uma das nossas músicas é remixada, porque não acho que fica tão bom assim (risos). Porém, as pessoas querem fazer, e isso é ótimo, sigam em frente!
TRACKLIST: De certa forma, é uma outra maneira das pessoas conhecerem a banda, né?
MURPHY: Isso que tem sido bom sobre essa situação com o TikTok. Foram muitas pessoas que descobriram nossas outras músicas por causa daquele remix.
TRACKLIST: Para agora, vocês estão na divulgação do “Fix Yourself, Not The World”. A banda teve tempo de se planejar para algum outro projeto futuro?
MURPHY: Nós temos shows para todo o ano que vem, basicamente. Vamos estar em turnê com esse álbum por quanto tempo as pessoas quiserem que a gente viaje. E, então, fazer um outro [disco]. Fora isso, eu sou pai, quero cuidar dos meus filhos. Tenho também um projeto solo chamado Love Fame Tragedy, que estou escrevendo o segundo álbum agora; espero conseguir gravar no ano que vem.
E tenho certeza de que o Dan e Tord têm outros projetos nos quais estamos trabalhando em termos de The Wombats, sabe? Lançar o álbum, esperar que as pessoas gostem, entrar em turnê o máximo que a pandemia nos permitir.
TRACKLIST: Interessante. Outra curiosidade: você teria alguma música do Wombats que nunca mais tocaria ao vivo?
MURPHY: Ah, eu tenho várias delas!
TRACKLIST: Sério? Por quê?
MURPHY: Eu não sei. Eu sempre fui muito honesto comigo mesmo, seja quando eu gosto de alguma música, seja quando não gosto… Dan e Tord às vezes falam: “Vamos tocar essa, porque é muito boa!” e eu fico tipo: “Não, eu não gosto, não é boa”. Tem algumas músicas que eu, pessoalmente, não tenho nenhuma intenção de tocar ao vivo, porque eu não gosto delas (risos).
TRACKLIST: Certo, e qual seria aquela que você sempre tocaria?
MURPHY: Não consigo nos ver não tocando “Let’s Dance to Joy Division”, “Moving to New York”, “Jump Into the Fog”, “Techno Fan”, “Greek Tragedy”, “Turn”, “Lemon to a Knife Fight”… São muitas músicas que eu sou muito orgulhoso delas, eu as amo. Obviamente, parece que as outras pessoas também as amam, então é importante que a gente as toque nos shows.
Um show é mais do que subir lá e tocar um monte de b-sides, escrever uma setlist egoísta. É muito mais divertido apresentar músicas que as pessoas conhecem. Você consegue criar uma energia melhor e conectar-se melhor com o público.
TRACKLIST: Será o que vai acontecer com a plateia aqui no Lollapalooza, certo?
MURPHY: Isso mesmo.
TRACKLIST: Como foi a sua primeira experiência aqui no Brasil? É uma cultura muito diferente.
MURPHY: Foi incrível! Não me lembro muito bem de São Paulo, mas quando fui para o Rio uma semana e meia antes dos shows, foi tipo um feriado lá e nós realmente aproveitamos essas coisas de turista. O sol, as praias, foi tudo muito divertido. Espero que, desta vez, tenha a chance de aproveitar mais coisas assim.
TRACKLIST: Das perguntas é isso! Você tem alguma mensagem que quer deixar para os fãs brasileiros?
MURPHY: Nós estamos muito animados de poder voltar para o Brasil e mal podemos esperar para ver vocês no Lollapalooza!
The Wombats se apresenta na sexta-feira, dia 25 de março, no Lollapalooza Brasil. Confira as informações do festival aqui.