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Review: Caroline Polachek conduz uma odisseia no passional “Desire, I Want to Turn Into You”

Segundo álbum de estúdio da artista foi divulgado nesta terça-feira (14/2) e explora narrativas sobre amor em melodias experimentais

Para celebrar o Valentine’s Day, nesta terça-feira (14/2), a cantora Caroline Polachek presenteou os fãs com o lançamento de “Desire, I Want to Turn Into You”, seu segundo álbum de estúdio. O novo projeto chega após o sucesso de “Pang” (2019), e explora uma odisseia sobre o amor através de um som experimental e igualmente familiar ao estilo de Polachek — com o uso de sintetizadores e vocais com um papel instrumental.

Com 12 faixas e cerca de 45 minutos de duração, “Desire, I Want to Turn Into You” reafirma a identidade artística multifacetária de Polachek. O novo álbum brinca com efeitos sonoros de fundo das canções para criar uma atmosfera ambientada, explora narrativas densas e confessionais, além de vocais energéticos.

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Faixa a faixa: uma odisseia sobre amor e tentação

Em seu segundo álbum de estúdio, Caroline Polachek repete a fórmula do sucesso de “Pang”. Ela usa a voz como instrumental, explora os sintetizadores, mas também busca referências tradicionais, como a guitarra espanhola em “Sunset”, lançada em outubro de 2022 com clipe gravado em Barcelona, e a gaita de fole em “Blood and Butter”. “A gaita de fole tem muito em comum com a textura do autotune e com o jeito que eu canto, o que formou uma conexão perfeita”, escreveu a artista, metade escocesa por parte de mãe, no storyline do Spotify, que ainda mencionou o arranjo folk presente na faixa usado para trazer a referência da sua ancestralidade musical.

Foto: Divulgação

Na faixa introdutória “Welcome To My Island“, Polachek abre com um a capella totalmente improvisado para uma narrativa sobre o processo de estar “preso” na própria cabeça. A faixa possui o primeiro solo de guitarra tocado por Polachek e é seguida por “Pretty In Possible“, uma música de multi-camadas e alcances vocais impressionantes.

O sucesso “Bunny Is A Rider” ganha espaço na terceira faixa do álbum. Ele foi o primeiro lançamento desde o fim da era “Pang“, e ainda carrega os elementos do trabalho anterior em uma aposta mais “soft” e chiclete, além de trazer uma áudio fofo de risada infantil ao fundo da música. Ela pertence a Nico, filho do produtor Danny L’ Harle. “Bunny Is a Rider” e “Crude Drawing Of An Angel” têm menção literal na capa do álbum através da figura de uma criança segurando uma pelúcia de um coelho à direita da imagem e um desenho de anjo no canto superior direito da capa.

Foto: Divulgação

O disco é seguido por “I Believe“, faixa que Polachek confessou ser dedicada à artista SOPHIE, e “Fly To You“, único feat do álbum e trabalhado com Grimes e Dido. Ela foi gravada no quarto da artista canadense, às seis da manhã, e sustenta um delicioso techno através da harmonia perfeita entre os três.

Com uma das letras mais profundas do álbum, “Hopedrunk Everasking” traz o conceito sobre o ponto de encontro do sentimento de estar morto e estar profundamente apaixonado em uma narrativa que se desenrola por todo o projeto. Ela é seguida por mais um folk em “Butterfly Net“, com uma transição impactante para a energética “Smoke“, que dá o tom de encerramento do álbum. Ele fica por conta, entretanto, de “Billions“, faixa lançada no primeiro semestre de 2022 como um aceno para um novo caminho pop que estava sendo traçado por Caroline Polachek — e que foi, então, findado com excelência ao fim de “Desire, I Want to Turn Into You”.

9,5/10

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