Calum Scott é um cantor e compositor inglês que ganhou notoriedade após participar do programa “Britain’s Got Talent” em 2015. Apesar de não sair vencedor do show de talentos, Calum ficou conhecido no meio da música e até performou aqui no Brasil ao lado de Ivete Sangalo na na cerimônia de encerramento dos Jogos Paralimpícos de Verão 2016.
Recentemente o cantor cedeu uma entrevista para nós e contou um pouco mais sobre seu passado no show de talentos, sobre a responsabilidade com a comunidade LGBTQ e confessou algo sobre o Brasil, confere ai:
- Você esperava que sua audição no Britain’s Got Talent, em 2015, se tornasse viral da forma como foi?
Não! [Risos] Eu sinceramente não esperava. Eu lembro daquele dia de forma bem clara, e ele não parecia ser um dia muito diferente dos outros. (…) Eu estava lá pela minha irmã. Nós… fizemos a audição e minha irmã… e eu ainda faria uma audição novamente em uma hora. A [minha] reação foi tão real que eu simplesmente não sabia o que fazer! Eu não sabia como reagir. “Eu devo andar por aí gritando, ou ficar parado aqui e chorar ou rolar pelo chão?”. Eu não tinha ideia do que fazer. Eu não sabia que era o início de um sonho se tornando realidade. Sim, eu não esperava mas eu estou muito feliz de ter ido à audição. - E desde 2015 você percorreu um longo caminho. Esse ano você lançou seu primeiro álbum “Only Human” e agora você vai lançar a edição especial dele. O que você acha da sua carreira até agora?
É um sonho se tornando realidade. Antes disso tudo, eu trabalhava num escritório. Eu costumava sentar na minha mesa e sonhar em fazer algo assim e agora eu posso fazer isso! Eu falo com pessoas incríveis do mundo todo, canto as músicas que eu escrevi e gravei. Eu me apresento em todos esses países diferentes com fãs de todos os cantos. Eu nem consigo falar como eu amo o que eu faço. Mas mais do que isso, eu amo as pessoas para quem eu canto. Os fãs do Calum Scott são os melhores fãs do mundo. Eles são tão fáceis de se relacionar! Eu tenho um relacionamento maravilhoso com os meus fãs, seja quando estou cantando para eles ou quando falo com eles nas redes sociais. Eu sou muito orgulhoso dos fãs que eu tenho em todo mundo. Eu fiz um show em Londres semana passada e eu perguntei ao pessoal quem não era da Inglaterra e a maioria das pessoas lá não era! Tinham pessoas do Brasil, da França, Alemanha, América, Ásia… É incrível ter tanta diversidade de pessoas num só lugar para me ver, dentro de tantos outros. Eu não tinha ideia de que minha vida iria nessa direção, então, como você pode ver, eu estou bem animado. - Seu novo single “No Matter What” fala sobre a sua sexualidade e seu relacionamento com sua mãe. Como foi escrevê-lo, já que é uma música tão pessoal?
Eu diria que é a música mais pessoal que eu já escrevi. Quando eu estava compondo músicas, compondo o álbum, [o processo] se tornou bastante como uma terapia. Eu estava nas sessões de composição com meus co-compositores e eu contava o que estava acontecendo na minha vida. “No Matter What”, quando estive pela última vez na América do Norte, eu estava escrevendo com um cara chamado… Ele meio que abriu o piano e… Por alguma razão, o relacionamento que eu tinha com a minha mãe estava muito presente na minha mente, acho que era porque eu sentia muitas saudades dela, e a história de como eu me abri para ela e como ela foi tão linda com relação a toda a situação e como ela me fez sentir. Eu queria tentar homenageá-la na música e então eu comecei a escrever a canção. O … deixou o lugar por um momento e quando ele voltou eu havia escrito toda a música de repente. … [A música] era muito emotiva, muito pessoal e, quando estávamos juntando as peças para o Only Human (e eu tinha escrito 17 canções, muita coisa), eu sentia ainda que ela era muito pessoal e eu não estava 100% confiante para falar sobre mim e minha sexualidade, então eu meio que a pus de lado. Eu me arrependi e sempre quis compartilhá-la, mas acho que há uma hora para tudo e você precisa do momento certo. - Como um artista LGBTQ, você sente que tem responsabilidades para com esse grupo de pessoas? Como um modelo ou algo do tipo?
Sim, eu acho. É difícil pois eu sofri com meus próprios problemas e minha própria sexualidade no passado. Eu definitivamente quero ajudas as pessoas, mas não as dizer como fazer ou quando “sair do armário” ou como agir. Com a minha música, eu quero espalhar positividade e felicidade e um pouco de empatia. Eu quero que as pessoas entendam que nós não controlamos por quem nos apaixonamos ou o que sentimentos. Eu quero inspirar confiança nas pessoas e compaixão nas outras. Eu estarei sempre aqui por eles [LGBTQs], pelas minhas músicas ou por mensagem. Eu sempre estarei aqui por eles, não importam pelo que estejam passando. - Quando você descobriu que queria ser um músico?
Eu sempre amei música. Quando criança, eu fazia aulas de natação e toda as vezes que íamos às aulas, minha mãe tocava suas músicas preferidas… Whitney Houston, Celine Dion, Michael Jackson. Isso definitivamente influenciou na forma como eu escuto música, a forma como eu a vejo. Minha irmã sempre foi a cantora da família e ela me inspirou. Eu costumava cantar no meu quarto e no chuveiro. Um dia ela por acaso me escutou cantar no quarto e me convenceu a participar de uma competição de canto local. E lá foi quando eu soube que eu queria fazer aquilo pelo resto da minha vida. Eu venho lutando pelo meu sonho desde então. E eu acho que tenho de agradecer a ela por isso. Ela foi a pessoa a me colocar nisso, então eu de com certeza preciso agradecer [risos]. - Você tem alguma expectativa em relação a sua carreira?
Eu não poderia te falar o que vai acontecer na minha carreira. Se você me perguntasse sobre a minha audição antes de eu fazê-la, “como você acha que ela vai ser?”, eu não saberia o que te contar. Eu estou ansioso para trabalhar todos os dias, viajar pelo mundo e cantar para pessoas incríveis. Eu sonhei com isso. Eu espero que possa fazer isso pelo resto da minha vida. Eu estou preparado para trabalhar bastante, viajar os mais longe que eu puder e cantar para todos os fãs que têm sido tão pacientes. Genuinamente, estou na melhor fase da minha vida. E eu quero fazer isso até não poder mais. Eu não consigo te contar o que vai acontecer, mas isso que é mais emocionante! Qualquer coisa pode acontecer. - E sobre o Brasil? Você planeja vir em breve?
Eu preciso voltar ao Brasil! Já faz muito tempo. Eu fui em 2016. E eu preciso voltar. Estou desesperado para ir e fazer um show completo para os meus fãs brasileiros, que estão aqui desde o início. Eu tenho planos para voltar, espero que próximo ano. Confesso que estamos montando um plano para ir. Estou com os dedos cruzados e estarei aí o mais breve que eu conseguir.