O Spotify lançou na última terça-feira, 3 de maio, o seu mais novo projeto de áudiossérie, formato aposta da plataforna nos últimos dois anos. Protagonizando Rocco Pitanga como Bruce Wayne, Camila Pitanga no papel de Kell, Taina Müller como Barbara Gordon e Augusto Miranda interpretando o antagonista Charada, “Batman Despertar” é uma produção do Spotify em parceria com a DC Comics e Warner Bros.
Nessa nova versão brasileira de um dos heróis mais amados da DC, Bruce Wayne é um patologista forense que não se lembra de um dia ter sido o Cavaleiro das Trevas. Quando um serial killer começa a atacar a cidade de Gotham, Batman não aparece para salvar a população, enquanto Bruce está no laboratório pronto para começar a autópsia de mais uma das vítimas do Ceifador (Hugo Bonemer).
“Batman Despertar” faz parte de um projeto plurianual do Spotify que vai mergulhar nas histórias de personagens icônicos da DC em diversos podcasts com o objetivo de reunir fãs ao redor do mundo através de uma experiência de áudio imersiva. O roteiro original dos Estados Unidos, Batman Unburied, foi escrito por David S. Groyer e adaptado para oito diferentes países. No Brasil, Daniel Rezende e Marina Santana assinam a direção da áudiossérie.
Na última semana, o Tracklist esteve em encontro de imprensa com os atores e produtores, que mergulharam um pouco mais no desenvolvimento do projeto e o nascimento do Batman brasileiro. Confira!
Processo de criação
Os atores evidenciaram a todo momento o caráter empolgante do projeto desde os primeiros contatos com roteiro e diretores. “O Batman é um dos pilares da Liga da Justiça, é um dos heróis mais completos. Foi muito gostoso dar vida a esse personagem”, comenta Rocco Pitanga. O ator revelou ainda que teve ajuda de suas filhas Bruna e Amanda, de 16 e 17 anos, para encontrar o tom de voz perfeito para seu personagem.
“Foi muito especial, porque eu sou muito fã de Batman. Eu cresci vendo os filmes, eu sempre gostei da história e jamais imaginei que, como atriz, eu podria viver uma personagem de Batman. Então eu aceitei de primeira. Todo o processo foi divertido e uma experiência super nova”, revelou Tainá.
Camila e Rocco Pitanga comentaram também sobre a felicidade em contracenarem pela primeira vez entre irmãos. “Estou muito orgulhosa de vê-lo como protagonista. A verdade é que ele personificou o personagem. Tem a questão amorosa e afetiva, mas também tem muito trabalho.”, conta Camila.
Daneil Rezende, que vem de trabalhos audiovisuais de referência, como Tropa de Elite e Turma da Mônica, explica o segredo para conduzir uma história exclusivamente através de áudio. “Eu sempre achei que o som conta uma história melhor que a imagem. O mundo é sempre cíclico, a gente compara com a radionovela, apesar de ser um programa ao vivo. Mas eu não olhei muito para o passado, o que eu pensava era que eu queria criar uma história como se eu estivesse dirigindo um filme de olho fechado”, pontuou o diretor.
Efeitos sonoros
Para compor a história e atribuir sentido a uma narrativa contada sem a parte visual, os efeitos e detalhes sonoros foram prioridade durante a execução do projeto. Rezende comenta que foi necessário que os atores desconstruíssem alguns conhecimentos do movimento corporal para dar lugar a uma voz que desempenha todo o trabalho expressivo.
“Como faz o barulho de soco? Que tipo de grito se faz para mostrar que a pessoa está se sentindo tonta? Tem que ser real. Uma coisa é fazer, outra é só ouvir. Como isso se traduz para conferir realidade para algo que tem o som como único parâmetro?”, a Camila Pitanga levanta o questionamento.
Nesse aspecto, a atriz, diretora de voz e dubladora Marina Santana auxiliou o elenco para uma performance convincente e alinhada com a realidade. Os artistas contam que alguns detalhes técnicos como barulhos de armas ou passos ficaram por conta da edição de áudio, mas eles tiveram o apoio da diretora para desempenhar de forma satisfatória o papel interpretativo ao longo dos dez episódios.
Representatividade
Um tópico que não passou despercebido pela conversa foi o fato inédito de pela primeira vez, um ator negro dar vida a um personagem tão amado mundialmente. Em todas as versões de Batman já adaptadas até hoje, isso nunca tinha acontecido. Dessa forma, o Brasil é o primeiro país a dar esse novo rosto ao herói.
“O Spotify é uma plataforma de muita influência. Trazer o Batman negro ajuda na ocupação de espeaços e representatividade. Por que não um Batman negro? Ele é um personagem que luta por uma sociedade melhor. Trazer esse personagem quebrando o esteriótipo do homem negro é um grande passo.”, comenta Rocco. “O Brasil fica com esse marco singluar que pode ser o começo de um grande avanço”, completa Camila.
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“Batman Despertar” já está disponível gratuitamente no Spotify e você pode ouvir clicando aqui.