Há 10 anos, surgia para os amantes de música boa, “4”, o quarto álbum de estúdio de Beyoncé, que trazia em seu título um toque de supersticiosidade, já que o número é o favorito da cantora, sendo essa também a data do seu aniversário e casamento.
Soando como um verdadeiro Funk, Hip-Hop, R&B e Soul, a cantora reavivava seu lado criativo e entregava um trabalho que a colocaria no topo do mundo, após um hiatus de carreira e a retirada do pai do posto de empresário.
Logo, “4” chegava para reacender o poder feminino da texana carregando elementos temáticos sobre a monogamia e o feminismo. Tudo isso inserido na dominação mundial que estava prestes a fazer com o seu controle cultural que mais tarde seria refletido nos esplêndidos e memoráveis “BEYONCÉ” e “Lemonade”, e que consequentemente, transformaria o curso de sua autonomia artística.
Então, era dada a largada no dia 24 de junho de 2011 através daquele que é conhecido como o divisor de águas da sua carreira e o mais sublime de suas obras, fruto do toque vulnerável e culturalmente imersivo.
O fato é, estava Beyoncé preparada para se ver livre de uma administração parental de anos, desde o Destiny’s Child, e logo depois de uma longa pausa, onde pôde experimentar novos ares, lançar um desafiador e ainda não testado material sonoro?
A reposta com certeza foi sim! Confira como o disco se tornou essencial na discografia da norte-americana a partir de 10 marcos conquistados por uma Era aclamada pelos críticos e repleta de sucessos!
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10 marcos do 4º álbum de Beyoncé
1. “Run The World”, o single poderoso do disco
“Who Run The World? GIRLS!” Com essa viral frase sendo dita por todos, e principalmente, pelas mulheres, a música carro-chefe de “4” aterrissava no gosto do público e fazia do primeiro pontapé da Era, um marco musical.
Produzida pelo DJ e produtor Afrojack, a faixa foi lançada no dia 21 de Abril de 2011 e veio acompanhado de uma super produção visual que introduziu Beyoncé e suas demais dançarinas em um cenário desértico, onde a força da mulher era o principal combustível para derrotar um exército majoritariamente masculino.
“Run The World” teve sua coreografia imensamente inspirada numa batida africana. Na verdade, ela decidiu pôr essa coreografia específica há muito tempo e finalmente a usou para essa canção.
Na época, a revista Rolling Stone comparou o som com alguns hinos “feministas” da cantora, como “Independent Women” e “Single Ladies”.
De lá pra cá, a faixa se converteu em uma ode feminista que ilustra cartazes, imagens e qualquer elemento que retrate o movimento a favor dos direitos das mulheres.
2. “Best Thing I Never Had”, nº 16 na Billboard
Muito se fala que o “4” é de longe o material de menos sucesso da cantora. Com números de vendas baixas, ainda que tivesse mantido o trabalho entre os 10 mais vendidos daquele ano, e de poucos faixas presentes nos charts, principalmente no Top10, o seu quarto disco é definitivamente o que menos emplacou diante dos gigantes e históricos feitos conquistados pelos seus antigos e subequentes projetos.
Mas Beyoncé segue sendo Beyoncé, e até no que poderia ser seu pior pesadelo, as músicas se tornam hinos inesquecíveis.
“Best Thing I Never Had” é exemplo disso, já que foi o single de maior sucesso da obra e foi talvez o mais discreto: uma canto ao bom carma que foi co-produzida por Babyface e que alcançou o 16º lugar na Hot 100.
3. “Love On Top”, a música de Beyoncé mais difícil de cantar
Atingindo grandes high notes durante toda a execução da canção, “Love On Top” é sem dúvidas uma aula de canto. Considerada por muitos a faixa da cantora mais difícil de interpretar pelo alto grau de malabarismos que é necessário fazer, o material foi naquela época de divulgação o segundo single mais bem classificado da diva.
Recebendo grande aclamação da crítica e certificados como platina e ouro em cinco países diferentes. “Love On Top” é cativante, divertida e incrivelmente memorável.
Suas quatro mudanças de tonalidade mostram as habilidades vocais da estrela do pop. A música apresenta quatro difíceis mudanças de tom, que instantaneamente criam entusiasmo e mostra o alcance de voz incomparável da norte-americana.
Além disso, Beyoncé sempre foi elogiada por suas performances ao vivo e a interpretação das principais mudanças na canção. No show, muitos artistas evitam as partes exaustivas da faixa optando por mudanças de tom ou bases gravadas. Este não é o seu caso, pois até quando estava grávida o single foi perfeitamente executado no palco do VMA 2011.
4. A variedade musical do álbum
Fugindo da linha tradicional de apresentar apenas um estilo musical, o “4” é o recinto de diversidade sonora. A obra que marcou a transformação artística de Beyoncé é claramente o melhor no quesito pluralidade.
O disco varia do pop dos anos 80 a uma banda de música pulsante com linhas de metal, baladas melancólicas e soul dos anos 90. A experiência cintilante encontrada em cada faixa é como um convite ao mundo pessoal e novo da artista.
Desafiando a coesão rítmica que a maioria dos seus trabalhos carregam, o seu quarto projeto discográfico reflete a clareza aprimorada da arte que a guru do pop veio obtendo ao longo de mais de uma década de carreira até aquele momento.
Beyoncé não ignorava seu progresso, “‘4’ é definitivamente uma evolução. É mais ousado do que a música dos meus álbuns anteriores porque sou mais ousada ”, escreveu ela em seu site. “Quanto mais maduro fico e quanto mais experiências de vida tenho, mais tenho para falar. Eu realmente me concentrei em canções serem clássicas, canções que durariam, canções que eu poderia cantar quando tivesse 40 e quando tivesse 60.”
Logo, o que o torna único é a leveza de cruzamentos sonoros e o poder da qualidade e musicalidade duradoura, no qual, farão as faixas se estender por anos e anos na mente e interpretação do público.
5. “Year of 4”: o documentário do álbum
O documentário que promove o trabalho discográfico revelou a jornada pessoal e artística que a texana viveu em seu quarto álbum de estúdio.
Dirigido por Ed Burke, a produção teve o intuito de divulgar o seu novo lançamento, além de levantar reflexões acerca das experiências pessoais vividas pela cantora após um hiatus na carreira, o que definitivamente provou ser benéfico para ela.
Refletindo sobre sua pausa antes da disponibilização do “4” e também acerca da sua independência musical obtida após o desligamento do pai da administração de sua carreira, o documentário de Beyoncé a respeito do disco é um apanhado de conteúdo que traz os fãs e seus admiradores para mais perto do mundo da diva, esse que encarava uma nova forma de ser.
6. Os prêmios que concretizavam a Era de Beyoncé
Atualmente, sendo a mulher mais indicada e premiada do Grammy Awards, a estrela precisou percorrer uma longa caminhada até atingir todos os feitos históricos que possui hoje.
Com oito álbuns em sua discografia, todos devidamente premiados, é claro que com o quarto a tradição permaneceria intacta. Angariando 15 vitórias em diferentes cerimônias, a Era do “4” foi aclamada pelas principais academias da indústria fonográfica.
Nomeado para três categorias da maior premiação da música, a faixa “Love on Top” se figurou na grande ganhadora do Grammy levando para casa o gramafone de Best Traditional R&B Performance.
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7. “4” e a recepção da crítica
O material discográfico é o quinto mais bem avaliado no Metacritic dentro da discografia de Beyoncé, recebendo uma média de 73 pontos, com base em 36 comentários.
A Pitchfork, veículo renomado e de difícil agrado, selou o projeto com 8.0 pontos. Em suas declarações sobre o disco, o jornalista Ryan Dombal afirmou:
Beyoncé está almejando algo um pouco mais desafiador com “4”: ame aquele com quem você está e divirta-se fazendo isso também. O relativo risco do álbum se estende à sua música, que contorna a fixação Eurobeat das rádios Top 40 por uma mistura eclética e refrescante de R&B do início dos anos 90, soul lite dos anos 80 e música de marcha pesada de metais e percussões.
Além dessa fonte, outros grandes nomes do jornalismo de entretenimento como o editorial do The Guardian e a revista Rolling Stone entraram na onda de boa avaliação para com o disco dando a ele 4 e 70 pontos, respectivamente.
8. Os shows do “4 Intimate Nights with Beyoncé”
Imagina passar quatro dias curtindo a noite ao som de Beyoncé? Esse foi um sonho realizado por muitos que compareceram os shows de 2011 realizados por ela para promover o lançamento do seu quarto álbum de estúdio.
Executados no Roseland Ballroom na cidade de Nova Iorque, nos dias 14, 16, 18 e 19 de agosto daquele ano, a primeira apresentação teve todos seus ingressos esgotados nos primeiros 22 segundos de venda.
Com uma setlist digna de se escutar ao vivo, a cantora cantou hits da época do Destiny’s Child, sucessos presentes nos seus três primeiros disco, e claro, as recém-lançadas faixas do “4”.
As críticas sobre sua performance durante as quatro noites dispensavam qualquer defeito que pudesse ser encontrado. O jornalista Mike Was do Idolator esteve no show e escreveu uma nota sobre o concerto.
Com exceção de “Start Over”, curiosamente omitido, Beyoncé finalmente executou todas as músicas da edição padrão de “4”. A habilidade do ícone pop mundial de trazer nova profundidade e textura a um material de qualidade é quase tão impressionante quanto sua habilidade fantástica de se conectar com o público em um nível emocional.
9. Parceria com a loja Target
Estando cada vez mais empenhada a divulgar e promover o “4”, a artista fechou um acordo com a lojas de varejo dos Estados Unidos, Target, na qual disponibilizou o disco deluxe contendo 3 novas faixas, 3 novos remixes e um link exclusivo para uma versão alternativa do videoclipe da música “Run the World (Girls)”.
A parceria da varejista com a norte-americana foi fruto do excelente trabalho do ícone e o seu lado ativista presente em sua arte.
“Com alguém como Beyoncé, é meio que um acéfalo. Sabemos que ela faz boa música e que, se ela tiver conteúdo extra, nós o queremos. Quando ouvimos Beyoncé dizer que ela salvou algumas de suas faixas favoritas para o álbum de luxo, sabíamos que havia algo especial ali… Além disso, sua mensagem de empoderamento é algo que realmente ressoa com nossos convidados”, afirmou o vice-presidente da loja.
A colaboração da texana com a Target rendeu altas filas e um aumento considerável nas vendas da varejista. “Honestamente, as vendas do primeiro dia foram fantásticas para nós, especialmente na edição de luxo. Os fãs de Beyoncé surgiram em massa na terça-feira e as vendas têm sido muito fortes, então estamos reagindo”, revelou John Butcher.
10. A versão deluxe do material
Com três versões remixadas do smash hit “Run the World (Girls)”, a edição do deluxe do “4” foi um gostinho a mais desse incrível trabalho dado por Beyoncé aos beyhives. Junto ao trio, há as exclusivas e ótimas, “Dance For You”, “Schoolin’ Life” e “Lay Up Under Me”, cuja a última está disponível apenas no Tidal.
Raramente apresentando-as em concertos, a cantora chegou a lançar em seu canal no Youtube a performance de “Schoolin’ Life” que faz parte da gravação do show “Live in Atlantic City”, que acompanha o DVD do documentário produzido pelo HBO sobre sua vida, “Life is but a Dream.”
Escute o quarto álbum de Beyoncé que hoje celebra 10 anos de lançamento:
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