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Review: Com Urucum, Karol Conká reflete sobre narrativas de Reality e celebra novos caminhos

“Urucum” possui 11 faixas e traz a rapper curitibana abordando variadas perspectivas da sua participação no Reality Show global.

Urucum - Karol Conká / Foto: Divulgação/@jonathanwolpert
Urucum - Karol Conká / Foto: Divulgação/@jonathanwolpert

Urucum. Esse é o nome do terceiro disco de estúdio da rapper curitibana Karol Conká, lançado nas plataformas digitais na noite da última quinta-feira (31/3). O disco chega ao mercado após a sua comentada participação na vigésima primeira edição do reality Big Brother Brasil. O álbum conta com 11 músicas e possui produção do RDD (Rafa Dias), membro do grupo baiano ÀTTØØXXÁ.

Com a maior parte das faixas escritas após sua participação no reality, a ex BBB aborda o projeto como uma etapa terapêutica da sua vida, tendo em vista a onda de ódio que recebeu durante a sua participação no programa. O próprio nome do disco mesmo explicita o conceito, a rapper observa que que a fruta urucum tem propriedades ‘antioxidantes, terapêuticas’ e que isso tem tudo a ver com o álbum e com o que ele representa para ela.

A narrativa é clara já na primeira música, a energética “Fuzuê”. Com um berimbau, a canção tem temperatura quente, para cima, e fala sobre uma onda que começa e perpetua. “Se sai”, a música seguinte é um dos pontos fortes do projeto, a curitibana canta que está vivendo da sua maneira e que com o erro há sempre um recomeço, até mesmo para aqueles que fingem que não erram. “Quem nunca erra sempre tá por cima, e quem tá por cima finge que não erra”, entoa a rapper.

“Mal Nenhum” é um pagodão baiano soft e foi o primeiro single oficial do Urucum – já que a faixa “Dilúvio” não entrou no disco – e mostra uma Karol vulnerável e disposta a encarar as consequências dos seus atos de forma honesta.

E se você acha que tudo soa como um sentimento de vítima ou de uma nova personalidade, você está errado. “Eu sou aquela sensação, pode falar de mim que dá repercussão”, assim começa “Cê não pode”, outra faixa destaque do Urucum, cantada com muita força e com elementos tradicionais do forró. Na faixa, Karol provoca o “cancelamento”, dizendo que podem bater mais que ela consegue lidar. O clima muda na seguinte, a faixa “Calma”, uma das mais lentas do projeto, mas que não perde a essência de seguir em frente independente de qualquer coisa.

“Vejo o Bem” é o atual single do material e aqui temos uma Conká que celebra o momento atual, onde não se assusta mais com a negatividade do momento que passou. “Sossego” e “Slow” dão sequência a narrativa do projeto e mostram a rapper flertando com produções levadas pelo o trap, soul funk.

Completando o disco, há “Por Inteira”, “Subida” e a aclamada “Louca & Sagaz”. Ambas para cima, em uma atmosfera de evolução e sem tempo para histórias antigas, o foco é o presente e o que tem por vir.

Urucum e a nova fase de Karol Conká

Uma das lições que Karol Conká tira da sua complicada passagem pelo BBB é que sem dúvidas uma hora tudo passa. O Urucum é um disco coeso, plural e que propõe muitas reflexões em torno de toda a situação que a rapper passou, compilando percepções, observações e sentimentos dessa trajetória. São vários enredos com um único tema, e que em momento algum soa como chato de ouvir.

Não há tempo mais de múrmura, Karoline canalizou todo o espectro negativo e colocou sua vivência em 11 faixas muito bem produzidas, cantadas e escritas. Se você ainda possui algum tipo de ranço, rancor ou raiva da rapper, dá para fazer igual ela, seguir e apreciar a experiência que é o Urucum.

Nota: 9/10

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