Apesar da pandemia, a banda norte-americana The Maine continuou com diversos projetos ao longo de 2020 e 2021. O grupo realizou uma série de shows virtuais em celebração a álbuns passados, como Forever Halloween e You Are OK, gravou covers de grandes nomes da música, como Harry Styles e Fall Out Boy, e, finalmente, The Maine lançou o oitavo álbum de estúdio do grupo, XOXO: From Love & Anxiety in Real Time.
Com o novo disco, o quinteto alcançou marcos nunca antes alcançados nos 14 anos de banda. Sticky, música de trabalho do álbum, consagrou-se como o single mais bem-sucedido do The Maine nas paradas musicais até então. A faixa passou 16 semanas na lista de música alternativa da Billboard, alcançando o 19° lugar dos charts, além dos incontáveis plays que recebeu nas rádios estadunidenses.
Em comemoração ao sucesso de XOXO: From Love & Anxiety in Real Time, o Tracklist conversou com Kennedy Brock e John O’Callaghan, integrantes do The Maine, sobre o processo de criação do novo álbum, Sticky, Dua Lipa e mais. Confira a entrevista na íntegra:
The Maine fala sobre ‘XOXO: From Love & Anxiety In Real Time’
Tracklist: Antes da covid-19, um novo álbum do The Maine sempre significava uma nova turnê do The Maine. Como foi a experiência de fazer um novo disco sem saber se vocês o tocariam ao vivo?
Kennedy Brock: Toda a experiência foi como estar no olho de um furacão. Lá fora, o mundo estava caótico, mas nós nos isolamos dentro de casa durante a criação do disco. Nós apenas focamos em fazer algo que amamos. Depois, vivemos e respiramos o processo de gravação. Guardar as músicas depois foi a parte difícil. Mas, agora que temos turnês em um horizonte próximo, eu estou sentindo que as músicas evoluem para um lugar familiar e estou muito animado para ter a experiência de tocá-las na frente das pessoas.
Tracklist: Em breve, vocês estarão de volta na estrada. Como você acha que esse tempo longe dos palcos afetará a nova turnê? E quais são suas expectativas para tocar esse álbum ao vivo?
Kennedy Brock: Eu sei que terá energia como nunca antes. Dos dois lados, da banda e do público. Eu não tenho nenhuma expectativa, eu só estou pronto para ser maravilhado e muito feliz de fazer o que eu amo de novo!
Tracklist: O John falou numa entrevista recente que vocês não queriam que esse disco parecesse ter sido criado durante uma pandemia. Mas, no fim das contas, a pandemia afetou o processo criativo do álbum?
Kennedy Brock: Felizmente, nós já tínhamos planos de morar em uma casa juntos isolados de tudo enquanto gravássemos o disco, então nós só seguimos com nosso plano. Eu sinto que o processo não foi afetado.
Tracklist: 2021 marca o décimo aniversário do primeiro álbum independente de vocês, Pioneer. Quais aprendizados vocês tiveram ao longo dos últimos dez anos que afetaram a criação do XOXO?
Kennedy Brock: O principal aprendizado para mim é confiar nos seus instintos. Nós fizemos uma jogada instintiva no Pioneer, tanto no sentido de negócios, quanto de composições. Nós confiamos em nós mesmos. Isso realmente moldou tudo que veio depois. Durante a criação do álbum atual, tiveram muitas decisões instintivas que, novamente, moldarão nosso futuro. Nós realmente confiamos em nós mesmos para nos tornamos melhores.
Tracklist: Sticky recentemente se tornou o single do The Maine mais bem-sucedido nas paradas musicais até hoje. Como foi para a banda atingir um grande marco como esse após 14 anos de existência?
Kennedy Brock: Você tem que saber ansiar para experimentar a profundidade da felicidade. Eu estou orgulhoso disso, eu sempre estou orgulhoso do que nós fazemos, mas essa é definitivamente uma nova e emocionante experiência. Nós estamos aproveitando cada segundo disso e trabalhando duro para aproveitar o máximo dessa oportunidade.
Tracklist: O álbum tem dois assuntos principais: amor e ansiedade. Como foi conectar e navegar através desses temas opostos ao longo de 10 faixas?
John O’Callaghan: Os temas de amor e ansiedade se aplicam a quase todas as facetas da minha experiência nesta vida. Eu acredito que eles até existam dentro um do outro. Então navegar através deles no XOXO foi bem natural e eu acho que nós tentamos enfatizar essa ideia com a forma que as faixas fluíram umas para as outras.
Tracklist: Pat definiu Pretender como o mais perto que The Maine chega do pop punk. Em algum nível, vocês foram influenciados por esse “comeback” do pop punk que tem acontecido recentemente?
John O’Callaghan: Por algum motivo, eu acho que nós sempre nos esquivamos da sombra do “pop-punk” que pareceu seguir a gente pelos últimos 14 anos. Pretender teve mais a ver com a energia que nós sentimos e menos com o gênero. Pareceu certo para nós na forma de demo e pareceu certo depois de gravarmos, então nós nos inclinamos nessa energia e estamos muito orgulhosos do que se tornou.
Tracklist: Nós ouvimos muito pop nesse álbum e, geralmente, as pessoas não enxergam o The Maine como uma banda pop. Tiveram artistas pop que realmente influenciaram vocês durante a criação do XOXO?
John O’Callaghan: Eu acho que nós realmente começamos a ouvir artistas mais antigos que curtimos e começamos a tentar emular um pouco da mágica deles, especialmente do mundo pop, nesse disco. Bandas como Tears for Fears, The Cure e até referências de algumas coisas mais modernas, como a produção da Dua Lipa. Foi legal ir mais para o lado pop nesse álbum.
Tracklist: As últimas músicas dos álbuns do The Maine sempre são muito icônicas e representativas. Por que Face Towards the Sun foi a escolhida no XOXO?
John O’Callaghan: Face Towards the Sun naturalmente caiu nesse último lugar. É uma faixa muito importante para mim já que eu escrevi sobre a morte da minha avó. Nós decidimos no início que essa seria a escolhida para fechar o álbum e, para mim, representa o sentimento estranho de otimismo que vem com pessoas falecendo. Nós estamos aqui apenas por um momento na forma física, mas o nosso espírito vive através das pessoas que amamos.
Tracklist: Durante o álbum, nós conseguimos identificar algumas referências a músicas antigas, como The Way We Talk, em Lips, e Flowers on the Grave, em High Forever. Esses versos foram escritos como um tipo de easter egg para os fãs?
John O’Callaghan: Você entendeu! Eu nunca transitei muito na nostalgia do nosso catálogo e essa pareceu uma oportunidade apropriada para fazer isso, já que estamos ficando mais velhos e cada vez mais pessoas estão entrando no universo da nossa banda. Estou feliz que você percebeu!
Tracklist: Além de Pretender, todos os singles do XOXO tiveram um videoclipe até agora. Podemos esperar mais clipes dessa era?
John O’Callaghan: O tempo irá dizer, mas, por agora, o plano é fazer mais visuais para o álbum. Com a turnê quase chegando, talvez levará um tempo até que nós lancemos algo, mas você com certeza pode esperar algo visual!
E você, o que achou do novo álbum do The Maine, XOXO: From Love & Anxiety In Real Time? Para acompanhar mais lançamentos da banda, siga o Tracklist nas redes sociais.