No mês do Orgulho LGBTQIA+, mais especificamente no dia da Revolta de Stonewall, 2DE1 lança clipe de sua faixa “Emersão”. Com uma letra sobre amar livremente, a dupla nos faz abrir os olhos para lutas sociais importantes e mostra como usar a cultura como trabalho e instrumento de resistência.
“Emersão” é a faixa título do novo EP da dupla 2DE1, que teve seu clipe lançado hoje (28). A música, fruto de muitas reflexões dos irmãos gêmeos sobre temas sociais, fala sobre como devemos emergir à superfície, ou seja, ter consciência de nossa realidade e lutar por condições melhores.
Porém, o dia escolhido para o lançamento não foi sem um propósito especial. Nessa segunda-feira, a Revolta de Stonewall faz 52 anos e é uma data que, além de ser muito importante para a comunidade LGBTQIA+, também deve ser lembrada por toda a sociedade. Em 1969, pessoas foram às ruas após uma invasão policial no Stonewall Inn, bar gay localizado em Manhattan.
Infelizmente, os frequentadores do local já estavam acostumados com invasões, mas dessa vez foi diferente. Quando a polícia tentou prender os clientes, todos se juntaram e lutaram pelos seus direitos. Na linha de frente, estava Marsha P. Johnson, quem alegadamente foi a primeira a atirar copos contra as viaturas policiais. A luta não parou por aí e seguiu para as ruas com um só ideal: um movimento com política anti-opressão radical que defendia não só os direitos da comunidade LGBTQIA+, mas também ia contra o racismo, guerra e pobreza.
O simbólico evento foi o que marcou junho como o mês da luta LGBTQIA+, e o dia 28, mais especificamente, como o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.
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Então, assim como uma das lições que a Revolta de Stonewall nos ensinou, “Emersão” da dupla 2DE1, formada por Fernando e Felipe, fala sobre como as mudanças reais acontecem por meio das lutas de base e do poder que cada indivíduo possui dentro de si. O clipe foi gravado na antiga fábrica em que aconteceu a Greve de Perus, uma luta protagonizada pelos queixadas, trabalhadores filiados ao Sindicato do Cimento, Cal e Gesso de São Paulo, que passaram cerca de sete anos reivindicando melhores condições de trabalho e de vida durante a ditadura militar.
“Essa música é um auto reconhecimento dentro dessa ruptura pessoal e uma compreensão de como agir nesse cenário. É a sensação de não querer mais fechar os olhos para as mazelas sociais, é o momento de se reconhecer na luta”, explica Fernando. “Mesmo dolorida, a mudança precisa acontecer tanto em nós quanto no mundo. É o momento de sair mudado desse mergulho, passar a enxergar pontos que precisam de atenção e começar a buscar transformação real”, finaliza Felipe.