Por Tarcisio Boquady – O terceiro dia do Primavera Sound Los Angeles, em 18 de setembro, também foi o último do evento e pareceu um verdadeiro final de filme futurista, com trilha sonora progressiva e experimental: com atrações de peso em todos os palcos e que conseguiu materializar aquela utopia de uma américa realmente unida, que abraça toda a sua diversidade e olha sempre para o futuro.
O festival, que reuniu 50 mil pessoas e 65 artistas, teve a pluralidade como marca e só demonstra como Los Angeles é uma cidade bastante tolerante, se aproximando bastante dos valores do festival relacionados à equidade racial e de gênero.
O último dia de evento foi o dia que mais teve atrações que também se apresentarão no Primavera Sound São Paulo, que ocorrerá em novembro.
O Tracklist esteve presente no Primavera Sound Los Angeles e te traz os destaques do terceiro dia!
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Primavera Sound Los Angeles: confira destaques do terceiro dia
A banda Arctic Monkeys fez um show lotado que agradou tanto os mais jovens quanto os mais velhos que se encontravam no festival, que também foi marcado por esse encontro de gerações. Vale ressaltar que o grupo britânico também será um dos headliners da edição brasileira do Primavera Sound.
Já a espanhola Bad Gyal – que poderia muito bem fazer um feat. com Pabllo Vittar ou Anitta – entregou muita coreografia num show pop marcado por ritmos latinos.
Boy Harsher levou o público por uma highway de Los Angeles a 100 km/h no crepúsculo. O synth sombrio misturado com uma certa sensualidade muito bem expressa pela vocalista Jae Matthews e sua atitude sexy desleixada dão esse clima. Apesar desse climão, ela fez um show com um semblante alegre e sorridente, cativando bem o público. A participação surpresa de Ms. Boan foi espetacular com seu look fetichista e vocais em espanhol!
Sem dúvidas, um show que os brasileiros não poderão perder por nada no Primavera Sound São Paulo é Arca. Ela conseguiu incendiar o palco Barcelona, personificando bem a essência dessa edição entregando muita latinidade, sensualidade e representatividade queer, aliados à muita pancada sonora típica de show de rock.
Em sua apresentação, foi possível perceber a inserção de músicas feitas para o público dançar – e ela dançar junto como uma DJ -, além de visualizar Arca ora cantando, ora tocando seus instrumentos experimentais nada convencionais, realizando uma verdadeira performance ao vivo de música experimental, mostrando toda a potência e criatividade ilimitada que faz dela um dos maiores gênios da música na atualidade. Uma deusa pós-apocalíptica em que as fronteiras estão todas dissolvidas. Sugestão é ir de capacete ao show dela – se possível.
Houve muita calmaria e romantismo durante o último dia. A banda Cigarette After Sex conseguiu fazer todos que estavam no palco Tecate Alta ficarem em silêncio a apreciar bem a sonoridade angelical da banda.
No final da noite, James Blake começou a rir quando um momento de sua melódica e lenta música “Say What You Will” fez silêncio e deu para escutar bem alto o som techno que Jeff Mills entoava na pista eletrônica Smirnoff Ice. Ele ficou surpreso, mas ao saber que era a lenda do techno tocando, Blake com muita humildade brincou implorando para o público cantar bem alto e competir com as fortes batidas.
Dessa forma, se encerrou o festival que foi extremamente pontual em toda a sua programação, sem quebras de protocolos, sem “mais um”, que pelo visto é coisa de brasileiro. No fim, o Primavera Sound LA superou expectativas pelo rico fluxo de descobertas sonoras, num espaço limpo, agradável e bem localizado, unificando toda a diversidade que existe em Los Angeles.