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Entrevista: Thiago Pantaleão reflete sua carreira como compositor

Artista celebra o Dia Mundial do Compositor, neste dia 15 de janeiro

Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira, 15 de janeiro, é celebrado o Dia Mundial do Compositor. Para celebrar a data, Thiago Pantaleão, cantor e compositor natural de Paracambi, no Rio de Janeiro, falou em entrevista ao Tracklist um pouco mais sobre sua carreira como compositor, suas maiores inspirações, como elas refletem em seu trabalho hoje, artistas que admira e mais. Leia na íntegra a seguir!

Entrevista: Thiago Pantaleão

Tracklist: Pode contar um pouco mais de como foi o seu começo na composição de músicas?
Thiago Pantaleão: As composições para mim começaram como uma forma de conectar e cativar pessoas que tivessem vivências parecidas com a minha. Eu morava no interior e, muitas vezes, me sentia deslocado, então compor foi como um grito, uma forma de buscar outras pessoas de outras regiões que pudessem, de alguma forma, me ajudar a me encontrar, a me entender enquanto pessoa. Especialmente pelo fato de eu gostar de garotos em um ambiente que, no interior, era bem complicado. Escrever e lançar minhas músicas foi minha maneira de me expressar pela primeira vez, de colocar meus sentimentos no mundo. As primeiras composições que fiz na vida foram direto para a internet.

Você se lembra dos primeiros versos que escreveu?
Com certeza, lembro sim! Está tudo gravado e registrado na internet porque eu joguei todas as minhas primeiras músicas por lá. Acho que elas vão ficar eternizadas dessa forma.

Como você avalia a sua trajetória e amadurecimento até aqui, nessa área de composição de músicas?
Eu acho que o tempo, a maturidade e a prática elevam muito o nível da composição. Toda composição é uma forma de arte e tem seu valor, mas quanto mais tempo você se dedica, passa no estúdio e exercita o ato de compor, maior é a evolução. É como melhorar a oratória ou a leitura: quanto mais você pratica, mais madura e objetiva a composição fica. Você aprende a brincar melhor com as palavras, evita vícios e ganha mais controle sobre o que quer criar. Hoje, com mais experiência e convivendo com compositores incríveis que estão há anos, até décadas, nessa jornada, sinto que melhorei muito e continuo me desafiando a ser melhor a cada dia.

De que forma você reflete isso no seu trabalho, pensando também no seu disco mais recente, “NOVA ERA”?
Eu acho que dá para perceber uma evolução de um álbum para o outro, principalmente nas letras, e esse amadurecimento vem muito da frequência com que eu estou compondo com outros artistas e compositores. O “Nova Era” reflete bem isso, mostrando o caminho que estou trilhando como artista.

Meu primeiro álbum foi um ato de liberdade, uma expressão da minha saída do interior, de me libertar de algumas travas que eu tinha. Agora, estou explorando uma abordagem mais romântica, mais introspectiva, porque sou uma pessoa densa e romântica, mas também tentando trazer isso de forma mais objetiva e pop. É um grande desafio, mas estou amando construir essa nova fase, especialmente porque envolve muitos outros artistas incríveis, como o Doug, além de produtores, músicos e compositores sensacionais. A composição está cada vez mais presente na minha trajetória e ocupando um papel cada vez mais importante na minha música.

Quando vai compor uma música, qual é o seu primeiro passo? Um som, uma palavra, uma inspiração…?
Acho que varia muito, depende do dia e da vibe. Tem vezes que escuto um beat e sinto vontade de compor em cima dele, outras vezes a melodia vem primeiro na cabeça. Geralmente, gosto de estar em casa, tranquilo, colocar um type beat no YouTube e compor em cima, porque é mais prático. Mas também adoro estar no estúdio, criando música junto com outras pessoas. É uma experiência diferente, bem intensa, e eu curto muito esse processo coletivo.

Quais outros compositores que inspiram o seu trabalho hoje?
Acho que os principais nomes que me inspiram como compositores são o Luquinhas e o Fraga. Eles são dois artistas incríveis e, pra mim, os melhores da geração. Também tem o Luiz Lins, que é um verdadeiro poeta; ele transforma frases simples em algo profundo, que consegue tocar tanto quem vive aquela situação quanto quem nunca passou por ela. Além deles, existem muitos outros compositores incríveis, alguns que nem são tão conhecidos, mas que tenho tido a sorte de conhecer e trabalhar junto. Ah, e não posso deixar de mencionar a Marina Sena, que também é uma compositora fantástica.